© Folhapress / Pedro Ladeira
Por anos, o senador ficou com salários de seis assessoras do gabinete. Alcolumbre é ex-presidente do Senado e atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
Seis mulheres denunciaram o gabinete do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado, de ter recebido R$ 2 milhões em um esquema de rachadinha na Casa, reporta a revista Veja nesta sexta-feira (29).
De acordo com a mídia, pessoas de confiança do parlamentar recolhiam parte do salário das seis assessoras, que ganhavam na época entre R$ 4 mil e R$ 14 mil reais. O esquema teria funcionado entre janeiro de 2016 e março deste ano.
"O senador me disse assim: 'Eu te ajudo e você me ajuda'. Estava desempregada. Meu salário era mais de R$ 14 mil, mas topei receber apenas R$ 1.350. A única orientação era para que eu não dissesse para ninguém que tinha sido contratada no Senado", afirmou Marina Ramos Brito dos Santos, 33 anos, diarista, à revista.
Assim como Marina, as demais mulheres que participaram do esquema, Lilian Alves Pereira Braga, Erica Almeida Castro, Larissa Alves Braga, Jessyca Priscylla de Vasconcelos Pires e Adriana Souza de Almeida, afirmaram que passavam por dificuldades financeiras e estavam desempregadas quando foram abordadas.
Moradoras de regiões periféricas do Distrito Federal, as seis mulheres não tinham ensino superior completo nem experiência em trabalhar no Legislativo.
A estudante Erica Almeida Castro também tinha salário de R$ 14 mil, mas, segundo ela, ficava apenas com R$ 900: "Eles ficavam até com a gratificação natalina. Na época, eu precisava muito desse dinheiro. Hoje, tenho vergonha disso".
Alcolumbre afirmou à mídia que se concentra nas atividades legislativas e que questões administrativas ficavam a cargo de seu então chefe de gabinete, Paulo Bouden, que foi exonerado em 2020.
Alcolumbre foi presidente do Senado de fevereiro de 2019 a dezembro do ano passado. Atualmente, ele está à frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma das mais importantes da Casa.
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