Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Qualquer pessoa que acompanhe os movimentos do cenário político cearense a partir dos anos 80 sabe a importância de Tasso Jereissati, ex-governador e senador em final de mandato, responsável direto por diversas indicações e contraindicações ocorridas no período.
Tasso é tão significativo que, de Cacique local, se tornou uma liderança regional e, posteriormente, nacional, estando à frente do PSDB em alguns dos momentos mais importantes das últimas eleições. Apesar de ser a cara do Tucanato, o “galeguinho” lançou na política nomes como Ciro Gomes e Lúcio Alcântara, além de ser aliado de primeira hora de Cid Gomes e Eunício Oliveira.
O tucano começou 2022 do jeito que terminou 2021: um dos principais nomes do PSDB para concorrer à Presidência da República. E assim caminhava até que, empolgados, João Dória e Eduardo Leite resolveram assumir o protagonismo mas, sem consenso, minaram a candidatura do partido, que acabou ficando fora. Tasso, contudo, seguia com o nome em evidência e, em eventual aliança, chegou a ser cogitado como vice na chapa de Simone Tebet (MDB), que não se confirmou.
Com o fracasso na postulação nacional, Tasso poderia direcionar suas forças para se reeleger Senador da República, mas com apenas uma vaga em disputa, a postulação tardia o colocava sob enorme risco de derrota para Camilo Santana, a maior liderança do Estado, fato que, por certo, o fez descartar essa possibilidade. O que restaria, então, a um líder expressivo como Tasso Jereissati?
Pois bem, o Galeguinho embarcou na eleição estadual com toda sua representatividade e, alinhado com Ciro Gomes, declarou publicamente seu apoio a Roberto Cláudio pelo Governo do Estado, o qual acabou derrotado e em terceiro lugar na disputa, atrás até de Capitão Wagner, o grande nome da oposição. Parou por aí?
Pior que não. Numa derradeira tentativa de se manter vivo na política local, Tasso lançou seu ex-assessor e homem de confiança Denísio Pinheiro como candidato a Deputado Federal, pela Federação PSDB/Cidadania. Com recursos da ordem de R$1.161.498,20, dos quais 97,59% oriundos de doação partidária, Denísio foi um fiasco, obtendo apenas 8.085 votos, sendo que a Federação não conseguiu sequer uma vaga para Deputado Federal.
Ou seja, Tasso, que começou lá em cima, foi caindo, foi caindo, até que despencou ao fundo do poço na Política, sendo derrotado em todas as candidaturas que manifestou apoio. Um final de ano bem fora dos planos para quem, sem depender da política para quase nada (é um mega empresário muito bem sucedido em todos os seus empreendimentos), sempre ostentou evidente protagonismo em suas ações.
Agora, já se declarou em relação ao 2º turno das eleições para Presidente da República ao afirmar: “Minha posição é Lula”.
Será essa a última estação de seu trem ou Tasso terá mesmo chegado ao fim da linha? Isso só o futuro, muito em breve, dirá!
THYAGO DONATTO é advogado e radialista. Foi assessor parlamentar, consultor jurídico e Conselheiro da OAB/CE.
Fonte: https://www.avozdesantaquiteria.com.br/2022/10/tera-sido-o-fim-da-linha.html
*Esse texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do A Voz de Santa Quitéria.
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