Ignorando os quase 700 mil mortos provocados pela doença, incluindo crianças e jovens, Jair Bolsonaro disse que "a molecada não sofre com o vírus, p***"
15 de outubro de 2022, 08:59 h Atualizado em 15 de outubro de 2022, 10:1
Bolsonaro e enterro durante a pandemia da COVID-19 (Foto: Reprodução/Youtube | REUTERS/Bruno Kelly)
247 - Jair Bolsonaro (PL) voltou a lançar dúvidas sobre a gravidade da pandemia de Covid-19 no e acusou os prefeitos de fraudarem documentos referentes ao número de mortos e doentes. Ainda segundo ele, crianças e jovens “não sofrem com o vírus”.
“A molecada não sofre com o vírus, porra…tanto é que você viu um moleque morrer de vírus por aí…alguém conhece algum filho de alguém que morreu de vírus? Não tem”, disse Bolsonaro em entrevista a um podcast, na sexta-feira (14)
“O que aconteceu, em grande parte, o moleque tinha um traumatismo craniano, levaram pro hospital e colocaram no leito UTI Covid porque recebia por dia R$ 2 mil enquanto a UTI normal era R$ 1 mil”, disparou. Na entrevista, ele também destacou que orientou a “cuidar do pessoal que tem doença aí, os comorbidades” e mandou o restante da população “trabalhar, cara”.
Apesar da negação e dos ataques aos gestores municipais feitos pelo atual ocupante do Palácio do Planalto, dados do Ministério da Saúde, apontam que 687.120 pessoas perderam a vida no Brasil em decorrência de problemas relacionados à Covid-19 desde o início da pandemia, incluindo crianças e jovens.
No dia 6 de outubro, Bolsonaro chegou a pedir desculpas por “ter falado demais” e ofendido algumas pessoas de forma não intencional”, mesmo durante a pandemia.
“Nunca nos omitimos, mesmo com o desgaste. Falei demais muitas vezes, reconheço, ofendi algumas pessoas de forma não intencional, me desculpem, mas é o calor de uma luta da vida contra a morte, no caso da pandemia", ressaltou Bolsonaro em um outro trecho do discurso.
Durante a crise sanitária, o atual ocupante do Palácio do Planalto defendeu o uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada contra a Covid-19 e se posicionou contra o uso de vacinas para prevenir o avanço da doença. Ele também debochou das vítimas da Covid ao imitar uma pessoa sofrendo com falta de ar, um dos sintomas da enfermidade.
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