Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador e
presidente do Grupo Literário A ILHA, com 36 anos de trajetória, cadeira 19 na
Academia SulBrasileira de Letras. http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
- www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br
A primavera está indo embora, o verão está chegando. O calor está
aumentando, as chuvas também, e as flores do jacatirão nativo já explodiram em
cores e até o manacá-da-serra, o jacatirão de inverno, ainda está florescido, em
sua segunda ou terceira florescência. Fui, há poucos dias, para o norte do
Estado e vi as matas à beira das rodovias em Joinville, São Francisco,
Joinville, Corupá, Jaraguá do Sul, ponteadas por várias ilhas de vermelho. Assim
como em tantas outras cidades pelo Brasil afora. São os pés de jacatirão nativo,
que começaram a florescer no início deste mês de novembro e vão até
janeiro,Fevereiro, espalhando matizes de vermelho por todos os caminhos, por
encostas e montanhas.
É a natureza anunciando o verão, enfeitando nossos dias
mais quentes e avisando que o Natal e o Ano Novo estão próximos. Que a festa
maior da cristandade está chegando, que um Menino mágico vai nascer para nós
mais uma vez e, por isso ela, a natureza, começa a festejar bem cedo, para que
não esqueçamos de festejar também. Para que não nos esqueçamos de dar as boas
vindas ao Menino que nasce para o nosso renascimento.
A simplicidade e a
singeleza do jacatirão, que traduzem toda a natureza que nos cerca, não lhe
tiram a beleza e a importância de ser ele o arauto do Menino de Belém, que nos
dá o supremo privilégio de nascer em nossos corações em mais este
Natal.
Algumas pessoas, cegas de coração, olham mas não veem o jacatirão
florido, a sua belíssima florescência. Não veem também o ipê, que acabou de
florescer, iluminando nossas ruas com ilhas douradas e o chão com tapetes de
luz. Essas pessoas não veem também os jacarandás, que estão acabando a
florescência e que estiveram carregados de flores azuis, colorindo praças e
jardins, espalhando céu pelo chão e pelo verde, ao mesmo tempo que o jacatirão
tinge as matas de vermelho. E ainda tem o vermelho dos falmboians, mais uma
árvore que a Mãe Natureza nos dá para comemorar o Natal.
E é preciso olhar e ver, como bem disse Cecília Meireles, em A Arte de Ser
Feliz. Somos filhos da terra, como as árvores, como os animais, irmãos gêmeos da
natureza. E precisamos amar e respeitar as árvores, o verde, porque sem eles não
seríamos nada. As árvores nos fornecem madeira, nos fornecem alimentos,
purificam o ar para nós, seres humanos. E enfeitam o mundo, com as suas cores,
para lembrar-nos que o Natal está chegando, que um novo ano vai começar, que a
vida vai recomeçar. Portugal tem a sua árvore de Natal, o azevinho. Nós temos a
nossa árvore de Natal, o jacatirão.
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