Parlamentares da Bancada do PT pediram hoje (12), pelas redes sociais, a renúncia imediata do presidente usurpador Michel Temer e a convocação de eleições diretas já. Para os parlamentares, Michel Temer, ilegítimo e sem voto, não tem mais condições de continuar no comando do País depois da delação premiada – ainda sem homologação – do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. O delator coloca Temer no centro do propinoduto da empreiteira que alimentou vários políticos que integram a bancada de apoio ao atual governo. Segundo o delator, o “núcleo dominante” no Senado era formado por Romero Jucá (PMDB-RR), atual líder do governo no Congresso, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) e por Eunício Oliveira (PMDB-CE). Na Câmara, segundo Cláudio Melo, as arrecadações se concentravam em Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, Moreira Franco, chefe da Secretaria-Executiva do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), e no próprio Michel Temer. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) destacou em seu facebook que a maior parte dos nomes citados na delação de Cláudio Melo Filho é de envolvidos na trama do golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff e beneficiados com cargos no atual governo. “Temer, por exemplo, como um hábil negociador, é acusado de pedir (e levar) R$ 10 milhões à empresa durante um jantar, dos quais R$ 6 milhões teriam sido entregues a Paulo Skaf (aquele do pato da Fiesp), e outros R$ 4 milhões a Eliseu Padilha, homem forte (ou nem tanto) do governo ilegítimo’’. Paulo Teixeira faz questão de citar trechos reproduzidos pelo Jornal Nacional no qual Cláudio Melo Filho relata: “Para fazer chegar ao presidente Michel Temer os meus pleitos, eu me valia de Eliseu Padilha ou Moreira Franco, que o representavam”, diz Melo Filho na delação de 82 páginas. “Essa era uma via de mão dupla, pois o atual presidente da República também utilizava seus prepostos para atingir interesses pessoais, como no caso dos pagamentos de que participei, operacionalizados via Eliseu Padilha”. Caranguejo- O deputado do PT paulista cita também a parte em que o delator revela os pseudônimos dos políticos da base do atual governo envolvidos no esquema. Renan Calheiros, por exemplo, ganhou a alcunha de Justiça. Caju é Romero Jucá. Caranguejo é o apelido de Eduardo Cunha. Eliseu Padilha é chamado de Primo, e Rodrigo Maia de Botafogo. “A lista é extensa. Sabe que nome não aparece na lista? O nome de Dilma Rousseff. A presidenta eleita, honesta, não está lá”, enfatizou Paulo Teixeira, que ainda acrescentou: “Quando a discussão é citação em delação premiada, Temer sai na frente. Foi citado 43 vezes delação do vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht. Enquanto isso, nenhuma citação contra Dilma Rousseff”. Ainda no placar de citações dessa mesma delação, Eliseu Padilha foi citado 45 vezes. Moreira Franco, 35 vezes. Geddel Vieira Lima 67 vezes. O campeão é Romero Jucá, citado 105 vezes. “Tudo isso num documento de 82 páginas. Se for feita uma média, teve gente que foi citado mais de uma vez por página”, reforça Paulo Teixeira. Apelido e pedido milionário - O deputado Pepe Vargas (PT-RS), também no facebook, destacou que a delação do executivo da Odebrecht aponta quase uma dezena de políticos do primeiro escalão do PMDB. “Michel Temer, apelidado de TM, pediu R$ 10 milhões para Odebrecht dentro do Palácio. Cada líder tinha seu apelido e seu pedido milionário. Padilha, o "Primo", seria um dos principais comandantes. Cunha, o "Caranguejo", seria poderoso, pois distribuía parte do dinheiro com um grupo grande de deputados federais que o apoiavam”, escreveu. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) divulgou um vídeo no domingo (11) pedindo a renúncia de Michel Temer. “O Brasil assiste perplexo a um governo que apodrece à luz do dia", diz o parlamentar.
O pedido de renúncia é endossado pela deputada Margarida Salomão (PT-MG) que, em seu twitter, destacou que a Bancada do PT na Câmara cobrava novamente a renúncia imediata de Temer e a convocação de eleições diretas. “Só quem vive no mundo da lua não percebe a gravidade da crise institucional e política que o País atravessa”, escreveu em sua conta no twitter o ex-líder do governo Dilma, deputado José Guimarães (PT-CE). Ele também defendeu a renúncia de Temer, com eleição direita já. “Devolve ao povo a decisão!”, cobrou. Para o deputado Helder Salomão (PT-ES), “um governo ilegítimo, inepto e enlameado na corrupção não pode continuar”. Também no twitter, os deputados Ságuas Moraes (PT-MT), Rubens Otoni (PT-GO), Zé Geraldo (PT-PA) pediram renúncia já de Temer e a convocação de eleições direitas. Legitimidade – Em artigo publicado no site Sul 21, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) questiona a legitimidade do governo sem voto de Michel Temer. “Que legitimidade este governo, mergulhado em uma crise sem precedentes, tem para propor caminhos e soluções para o Brasil? (...) A renúncia de Michel Temer é o melhor caminho para o Brasil, em nome do País e da restauração da democracia. A saída para crise brasileira requer novas eleições gerais, que promovam a repactuação da democracia e retirem o país de tamanha instabilidade política, social e institucional. Em um momento tão grave é preciso aprofundar a questão democrática e fazer imperar um valor absoluto inscrito na Constituição Federal em seu Art. 1º, Parágrafo único: “Todo o poder emana do povo. Que retorne, portanto, ao povo brasileiro o poder soberano de eleger o principal mandatário da nação, garantindo legitimidade e estabilidade, mas sobretudo, democracia. Diretas Já!’’ http://www.ptnacamara.org.br/index.php/outras-noticias/item/29951-delacoes-da-odebrecht-parlamentares-do-pt-pedem-renuncia-imediata-de-temer-e-eleicoes-diretas-ja
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