sábado, 29 de setembro de 2007
Bush autoriza envio de ajuda energética à Coréia do Norte
AFP
Escudo antimísseis dos EUA é testado com sucesso
AFP
Beira-Mar se casa no presídio de segurança máxima
Agência Estado
Mianmar restabelece internet à espera de enviado da ONU
EFE
Bush ameaça vetar assistência médica para crianças pobres
EFE
Amorim vê boas chances para usina de etanol em El Salvador
EFE
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
A Ditadura dos Generais ganha segunda edição em tempo recorde
Lançado no mercado editorial em abril deste ano pela editora Bertrand Brasil, o livro A Ditadura dos Generais, do escritor Agassiz Almeida, alcança a segunda edição e confirma sua grande aceitação no mercado editorial brasileiro. O sucesso da obra, que teve uma tiragem inicial de cinco mil exemplares, foi ratificado pela diretora editorial da Bertrand Brasil, Rosemary Alves, ao informar sobre a reedição: "poucos autores nacionais em livros de ensaio conseguem atingir em tão rápido espaço de tempo, a aceitação do mercado editorial no país, como Agassiz Almeida com A Ditadura dos Generais".
Na avaliação de Rosemary, a obra pautou-se por determinados elementos que ensejaram seu sucesso: "estudo vasto e profundo acerca do militarismo na América Latina, com análise singular sobre a fenomenologia da tortura e dos mortos desaparecidos; linguagem acessível do autor em expor e abordar aquele período da nossa história; o escritor focalizou certa visão daquele contexto histórico até então desconhecido; e finalmente, expôs o drama pessoal da sua prisão nos cárceres da ditadura militar debaixo de forte carga emocional".
Diversas universidades do país e da América Latina e centros acadêmicos já adotaram o livro A Ditadura dos Generais como estudo a ser focalizado acerca do militarismo latino-americano no século XX, destacadamente, as causas que provocaram este fenômeno.
Agassiz revolveu as raízes do prussianismo desde o século XIX na Alemanha, até o desenlace do golpe militar de 64 no Brasil e outros países da América do Sul.
A nossa literatura de ensaio, marcada na força da linguagem de um Euclides da Cunha, Gilberto Freire, Caio Prado Junior, Nelson Werneck Sodré e um Celso Furtado, ressentia-se atualmente de estudos aprofundados da problemática brasileira, como a ideologia das elites e o do militarismo, compendiados nos livros A República das Elites (Bertrand Brasil, 2004) e, recentemente, A Ditadura dos Generais.
ENTREVISTA COM AUTOR:
Como o sr. recebe a notícia dessa segunda edição?
Agassiz: É muito lisonjeiro para nós este fato da segunda edição do livro em tão pouco tempo (menos de cinco meses), sobretudo pela avalanche de autores estrangeiros que atualmente dominam oitenta por cento do mercado editorial do nosso país.
A Ditadura dos Generais segue o ritmo de sucesso de A República das Elites, seu livro anterior; a que o sr. credita esse sucesso? Seria à linguagem que o senhor adota?
Agassiz: Em ambas as obras, procurei visualizar certos aspectos da realidade brasileira até então desconhecidos. Em A República das Elites desmistifiquei o intelectualismo no país, sempre de pires na mão diante do poder, seja político ou econômico. A Ditadura dos Generais aponta as causas como o militarismo se desencadeou, chegando em alguns países latino americanos, como Argentina, Chile, Brasil e outros, a assumir a cara do nazifascismo, sobretudo com as torturas difamantes e os desaparecimentos dos mortos.
O sr. acredita que A Ditadura dos Generais possa alcançar o patamar de um clássico, tipo Os Donos do Poder, de Raimundo Faoro?
Agassiz: É muito cedo para uma análise desse tipo, apenas com quatro meses de publicação. Será muito gratificante para mim se algum dos meus livros alcançar a condição de um clássico.
Como o sr. avalia a questão dos direitos autorais; estão sendo cumpridos por parte da editora?
Agassiz: Nada tenho a reclamar, pelo contrário, tenho a elogiar a editora Bertrand Brasil que cumpre religiosamente os direitos autorais, pagando pontualmente os compromissos financeiros que firmou com este autor.
Elinaldo Rodrigues - Assessor de Imprensa
(83) 9101-7169
Mais informações:
João Eduardo Veiga (Coordenador de Comunicação da Editora Bertrand Brasil)
(21) 2585-2074
Cid se desculpa em nome da PM e pede ao Ministério Público que entre no caso
O governador Cid Gomes (PSB), acompanhado do secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, Roberto Monteiro, visitou, nesta quinta-feira, Denise Campos, mulher do italiano Inocenzo Brancati, que é amigo do espanhol Marcelo Ruiz, atingido por um tiro em operação desastrosa da PM. Ruiz, que chegava para visitar amigos cearenses, ficará paraplégico. O caso ocorreu na noite da última quarta-feira à noite, na Avenida Alberto Craveiro, durante perseguição da polícia a assaltantes que roubaram um caixa eletrônico da sede da Emlurb. Policiais confundiram os carros e metralharam a Hilux onde estavam Marcelo Ruiz e amigos.
Cid Gomes pediu desculpas em nome do Estado e ouviu a versão da família. Prometeu providências enérgicas para resolver o caso. Dois delegados cuidarão do inquérito e 10 PMs foram afastado e se submeterão a exames psicológicos, entre as primeiras providências adotadas.
Na manhã desta sexta-feira, participando de audiência pública da Comissão Especial Mista de Impactos Climáticos do Congresso, na Assembléia Legislativa, o governador pediu desculpas públicas também ao Embaixador da Espanha e disse ter pedido ao Ministério Público que também acompanhe a apuração do episódio.
O POVO
Polícia fere 3 pessoas por engano
O POVO
Inflação não compromete economia e trajetória de queda nos juros
Agência Brasil
Nascem os gêmeos gestados pela avó em Pernambuco
Agência Estado
Bush: mundo deve pressionar para deter repressão em Mianmar
AFP
Ator de Harry Potter quer interpretar homossexual
"O Homem que Desafiou o Diabo" remete ao cordel
Agência Estado
Globo blinda gravações finais de "Paraíso Tropical"
Agência Estado
Venezuela e Irã desafiam "imperialismo" dos EUA
AFP
Pelo menos dez mortos em ataque aéreo dos EUA em Bagdá
AFP
Polícia estoura centro de distribuição de drogas do PCC em SP
Agência Estado
McLaren domina a 2ª sessão de treinos para o GP do Japão
Agência Estado
Creche que desabou foi embargada pela Defesa Civil do Rio
Agência Estado
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
EUA culpam a Al-Qaeda pela última onda de atentados no Iraque
AFP
Financiamento da casa própria para 30 anos
O POVO
Inscrições da II Mostra de Música de Fortaleza estão abertas até hoje
O POVO
Partido Verde em Sobral
Elenilton Rorato
Ato Público Dom José
Compareceram ao ato, o bispo Dom Fernando Saborido, o prefeito Leônidas Cristino, o Cônego Gonçalo de Pinho Gomes, homenageado do dia com o diploma Honra ao Mérito do Centro e da AABC, autoridades convidadas da cidade e o povo em geral, que sempre acompanha o programa Ivan Frota no Becco do Cotovelo aos sábados.
A banda de música esteve presente sob a batuta do maestro Zequinha Freitas. Fazendo esta festa cívica no centro da cidade. O bispo diocesano e o prefeito municipal, falaram da importância do ato em lembrança a Dom José, e parabenizaram o Centro Cultural pela brilhante idéia.
O homenageado do dia Cônego Gonçalo de Pinho Gomes, ao receber o diploma do Centro Cultural das mãos do prefeito Leônidas Cristino, agradeceu emocionadamente tal homenagem.
Mais de quinze cidadãos falaram da importância de Dom José no ato público, que chamou atenção em toda cidade. A imprensa falada, escrita e televisionada deu todo apoio a esta festa cívica.
O presidente do Centro Cultural agradeceu a presença do Dr. Rildson Magalhães, Dr. Alexandre
Alcântaras, Luis Melo Torquato, Luis Frota, Atualpa
Parente, Expedito Vasconcelos, Dom Fernando. Dr.
Leônidas Cristino, Ivan Frota e outras autoridades presentes a este ato cívico.
Foi uma festa homenagem digna de registro nos anais da cidade, prometendo o seu presidente Dr. Chico Prado voltar a fazer no ano vindouro com mais força com a presença das escolas da cidade.
Troféu ABBTUR
Vale acrescentar que o Troféu Patativa presta homenagem às personalidades cearenses que contribuíram com o desenvolvimento do Turismo no Estado do Ceará.
Além de Zenilde Matoso também serão agraciadas Edgony Bezerra e Norma Lazar.
Evento: Solenidade de entrega do Troféu Patativa (ABBTUR)
Data: 27 de setembro de 2007 (quinta-feira)
Horário: 14h30
Local: Auditório da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL)
Rua 25 de Março, n°882 – Centro
Laércio Caporalini
MTPS 13963
Cel.: 8888-3266
Imigração Norte-Americana ao Brasil”, ocorrida a partir do ano de 1866
Os estados do sul, cuja atividade principal era a agricultura de algodão, com significativo volume de exportações, estavam descontentes com a política traçada pelos Estados Unidos. O governo queria impor condições ao estados do sul que o povo sulino não aceitava. Os demais países do norte eram altamente industrializados e as diferenças sociais eram muito grandes.
Essa guerra civil durou 4 anos e terminou com a derrota dos estados do sul. O saldo de mortes chegou quase a 1 milhão de pessoas.
Durante essa guerra foi interrompida a produção e o fornecimento de algodão, tanto às empresas têxteis dos Estados Unidos, como para empresas do resto do mundo, e evidentemente, o preço do produto disparou no mercado internacional.
Um dos combatentes, o Coronel Willian Hutchinson Norris, insatisfeito com a derrota e com as condições a que teriam que se submeter, lidera um movimento migratório para outro país. O Brasil foi o país escolhido, pelas oportunidades de trabalho, as terras férteis e a acolhida com que o governo imperial brasileiro, liderado por D. Pedro II oferecia. Tanto D. Pedro II, como o Cel. Norris eram ligados à Maçonaria, o que facilitou muito essa aproximação. O Coronel Norris foi Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Alabama e senador por este estado americano.
E então, o Cel. Willian H. Norris lidera esse movimento de imigrantes para o Brasil, trazendo para cá intelectuais, profissionais liberais e pessoas com larga experiência na agricultura, na medicina, na geologia, professores, dentistas. O processo de imigração desses norte-americanos ao Brasil iniciou-se em 1866, mas culminou em 1868.
O local escolhido para a fixação da maioria deles foi onde hoje estão situadas as cidades de Santa Bárbara d’Oeste e Americana, na região metropolitana de Campinas, Estado de São Paulo. Isto se deveu à fertilidade do solo, às facilidades e abundância de água e disponibilidade de terras para a lavoura.
Chegando, imediatamente cuidaram de construir suas casas, formar as vilas e começar o plantio do algodão, que estava com altos preços no mercado internacional.
A prosperidade chegou à região. Logo depois trouxeram a ferrovia que passou por Americana e Santa Bárbara d'Oeste, chegando até Rio Claro. Criou-se a primeira indústria têxtil na região, a histórica Indústria Têxtil Carioba. E a industrialização de Americana se deveu a essa fábrica, que vendia suas máquinas obsoletas aos funcionários, e estes abriam pequenas fábricas têxteis de fundo de quintal em suas casas.
O progresso não parou mais, tanto que Americana ganhou a carinhosa denominação de a “Princesa Tecelã”, por conta da qualidade do tecido fabricado ali e do volume de indústrias têxteis na cidade, fato que se nota até hoje.
Uma história bonita de progresso, de trabalho, de determinação e acima de tudo, de união das famílias em prol do desenvolvimento, que acabou culminando no surgimento das cidades de Americana e de Santa Bárbara d’Oeste, hoje dois pólos de desenvolvimento no interior de São Paulo.
As músicas inseridas nesta apresentação são as seguintes:
- Stars and Stripes Forever – USSMA Regimental Band
- National Emblem March – The Boston Pops Orchestra
Agradeço a valorosa contribuição de informações prestadas pelo amigo Sr. José Roberto Guedes de Oliveira, de Indaiatuba-SP (guedes.idt@terra.com.br) e de imagens antigas cedidas pelo Museu da Imigração Norte-Americana, de Santa Bárbara d’Oeste, que foram de extrema valia para a elaboração deste trabalho.
Edison Piazza – Piracicaba
e-mail: contato@viajandopelomundo.com
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Lula afirma que só dará opinião sobre CPMF quando chegar ao Brasil
Agência Brasil
Desvalorização de imovéis deve aumentar perdas nos EUA
Agência Estado
Manifestações pela reforma agrária seguem em 15 estados
Agência Brasil
PT pode atuar com o BC para explicar economia à população
Agência Brasil
Chinaglia renega parecer contra quilombolas
Agência Brasil
Câmara aprova projeto que substituiu MP dos órfãos do câmbio
Agência Estado
Integrantes do MST discutirão renegociação de dívidas
Agência Brasil
Amorim elogia referências de Bush à reforma na ONU
Agência Estado
Brasil terá sete duplas na chave principal
LANCEPRESS!
Brasil é apenas o 72º na lista de países menos corruptos
AFP
Forças birmanesas atiram contra manifestantes, segundo diplomata francês
AFP
Fim da greve de fiscais agropecuários
Agência Brasil
Bush e Sarkozy dão apoio a proposta de reforma da ONU
Agência Brasil
Pelo menos 17 monges budistas feridos em Mianmar
AFP
Londres quer reunião do Conselho de Segurança sobre a crise em Mianmar
AFP
MST discute renegociação de dívidas com a Fazenda
Agência Brasil
Brasil vai apoiar candidato francês no FMI
Agência Brasil
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Valorização do real compensa alta do petróleo no mercado externo
Agência Brasil
Cerca de cem mil pessoas desafiam pacificamente a junta birmanesa
AFP
Caros,
Atenciosamente,
Coordenadoria de Comunicação do Governo do Estadoimprensa@gabogov.ce.gov.br 085 3101.6247
A fabricação da opinião pública
Logo após a ampla divulgação e espetaculzarização da denúncia de Jefferson, foi atribuída ao povo a defesa de certas atitudes e opiniões que nunca vieram a se demonstrar de forma objetiva. Um modesto exemplo dessa tentativa de fabricar a opinião pública foi o artigo de Merval Pereira, publicado em O Globo, em março de 2006 , no qual ele reporta uma análise do cientista político Marcus Figueiredo:
"[...] não há nada que ligue diretamente Lula aos acontecimentos [do mensalão], e ele conseguiu convencer que não sabia de nada. Mas os deputados que acham que o povo tem memória curta podem ser punidos nas urnas, afirma Figueiredo, lembrando que há inúmeros casos em que essa punição veio, sendo o mais famoso deles o do ex-presidente Collor, que não conseguiu ainda voltar à vida pública, nem mesmo em Alagoas." Advinha quem na eleição que se seguiu voltou à vida pública ocupando o senado, justamente por meio dos votos de Alagoas? Nesse mesmo pleito, é bom lembrar, foram eleitos o "inacusável" Paulo Maluf e o ativista do machismo Clodovil, que declarou, sem nenhum constrangimento, que só teria sua atuação parlamentar corrompida se a oferta fosse alta o suficiente. Para onde tinha ido a opinião pública vigilante, informada e intolerante aos desvios éticos dos homens públicos? E não é que o povo tenha memória curta, ou alguém em sã consciência diria que os alagoanos esqueceram que Collor foi um dia presidente do Brasil e que esteve na linha de frente de um dos maiores escândalos que esse país já vivenciou? Ora, mesmo que os nobres alagoanos quisessem, não conseguiriam tal feito, pois ali estavam os adversários do ex-presidente relembrando, a todo o momento, seu currículo político. E se denuncismo, recordações do passado e até mesmo a colaboração de parte significativa da grande mídia fossem garantias de neutralização política, Lula não teria alcançado uma vitória esmagadora sobre o picolé de chuchu. Esses exemplos são paradigmáticos para comprovar que há muito mais por trás da opinião política de massa que nossa vã Ciência Política pode explicar.Mesmo assim, insistentes, tal como Calheiros, alguns arautos do jornalismo massivo não largam o osso de se proclamarem como os detentores da opinião pública. Mesmo quando vêem suas análises pulverizadas pela decisão eleitoral e pelas sondagens de opinião, disparam anacronismos conceituais para defenderem o título que deram a si próprios. Afirmam, por esse lado, que a opinião pública nem sempre coincide com o comportamento e a escolha política da maioria da população.Essa linha de "raciocínio", que se apropria de uma visão clássica do termo, aponta que a opinião pública seria formada pelo mundo dos leitores, daqueles cidadãos que se dispõe a consumir informação e análise política sistematicamente, de forma a estar a par das posições em jogo, discuti-las e a exercerem o papel de parceiros críticos na condução da coisa pública. Como este não seria um comportamento compartilhado pela maioria da população - a qual muitas vezes formaria seu pensamento com escassa informação e sem nenhum debate mais argumentativo - então seria plausível afirmar que opinião pública e as escolhas da maioria nem sempre coincidem.Seria plausível se não fosse cínica tal posição. Pois essa mesma opinião pública é, em grande parte das vezes, fabricada tendo como matéria prima pouca informação e debate. Mal saem duas ou três declarações ou algum dossiê que qualquer burocrata mal-intencionado é capaz de forjar, para que já se tenha em mãos o que a opinião pública pensa a respeito, quando sequer houve tempo para um exame atencioso dos fatos e para um debate qualificado.Além de cínica, a utilização dessa concepção é anacrônica, inadequada aos nossos tempos. O pensador alemão Jurgen Habermas, em seu célebre livro A Mudança Estrutural da Esfera Pública, lembra que esse conceito surgiu no fim do absolutismo, quando a burguesia ascendia como classe e avançava na contestação da ordem absolutista. Esse momento "coincidiu" com o surgimento dos primeiros movimentos de industrialização e com a gênese da imprensa. Nesta, expressavam-se as vozes que se colocaram na exigência da refundação contratual do Estado, defendendo que ele fosse gerido não mais pela nobreza, que o administrava sem prestar contas a ninguém. O Estado deveria então ser considerado coisa pública (acessível a todos) e, dessa forma, ser gerido de maneira aberta e transparente aos cidadãos. Essa transparência foi traduzida na forma do princípio de publicidade, um dos fundamentos do sistema republicano até os dias de hoje. Através desse princípio, a própria esfera política deveria ser formada e sistematicamente submetida à crítica da sociedade civil para que desta emanasse a soberania popular e toda fonte de legitimidade daqueles que a representavam (os políticos eleitos). No entanto, quem eram efetivamente esses cidadãos, os que formavam o mundo dos leitores e a opinião pública? No caso, a obra de Habermas é precisa no seu levantamento histórico e estabelece que não mais de 5% da população formava esse círculo, formado eminentemente por homens e burgueses letrados. No entanto, esse círculo foi se ampliando com as lutas sociais e o processo de modernização capitalista. Como conseqüência, aquele quadro de destacada homogeneidade social foi se diversificando e se complexificando com a educação das classes trabalhadoras e a inserção da mulher na vida pública. A própria imprensa sofre modificações profundas. Ao ser anexada à indústria cultural, ela volta-se para um público cada vez maior, deixando de atender prioritariamente o interesse público para favorecer o interesse do público. Esses dois processos fazem então o mundo dos leitores uma esfera em que é cada vez menor a possibilidade de se alcançar e verificar um consenso sobre determinado assunto político. O mundo dos cidadãos e consumidores de informação política se amplia drasticamente com a democracia e a comunicação de massas. No entanto, ele sofre uma cisão entre os interessados politicamente, consumidores dedicados de fontes especializadas em informação e debate político, e aqueles (a franca maioria) que expiam preguiçosamente o mundo da política através das manchetes, do veloz e superficial noticiário.O resultado prático é que, enquanto o primeiro tipo de público dificilmente apresenta um quadro de consenso interno, pois grande parte dele é formado por diversas concepções ideológicas e partidárias cada vez mais especializadas em se digladiarem na arena produzida pelos meios de comunicação; o segundo tipo só se dispõe a prestar uma atenção mais aguçada aos assuntos políticos quando esse embate produz algo de "extraordinário", a exemplo de uma denúncia de corrupção ou uma troca de socos entre deputados e seguranças na porta do Senado. Nesse caso, não adianta colocar toda a responsabilidade na mídia por privilegiar esse tipo de cobertura, pois se ela é tão recorrente é porque existe uma real demanda por parte do público (em especial desse segundo tipo) que dá mais audiência ao escândalo que ao debate político sério e argumentativo. Mas justamente quando o escândalo surge, é aí que a tal "opinião pública" é mais frequentemente utilizada como "trunfo" retórico por parte de alguns agentes políticos, incluindo aí tanto os já citados arautos do jornalismo massivo, quanto diversos agentes pertencentes à própria esfera política.A bem verdade é que a pobre da opinião púbica, enquanto conceito de extremo valor à normatividade democrática, perdeu qualquer dignidade e respeito por parte daqueles que deviam ser os primeiros a preservá-la (a imprensa e os políticos). Cada um se arvora e fala em nome dela de acordo com sua conveniência
Numa ação para lá de sagaz, o próprio Renan Calheiros agora se utiliza da mesma tática que alguns veículos realizaram para deteriorar sua imagem pública. O senador de Alagoas, que manteve seu mandato dando claros indícios que, se condenado, despontaria como o mais novo Roberto Jefferson (aquele que cai revelando preciosos segredos de seus pares), declarou, em entrevista exclusiva ao Vermelho, que "setores levianos tentam atropelar a opinião pública e impor seus interesses".Numa arena política dominada pelo controle das aparências, o único escândalo que nem governo ou oposição se protagonizam em denunciar é que – para além dos programas partidários ou ideologias – o que mais conta na política real é a negociação operada nos bastidores, nos "acordões", bem longe do escrutínio e da visibilidade pública. Em suma, na disputa pelo controle das aparências, a opinião pública é forjada de acordo com interesses de levianos e canalhas.
Diógenes de Sousa é jornalista
Pessoas: espelhos verdadeiros
A riqueza maior da convivência está em compreender a função que as pessoas exercem na vida das outras. Elas muitas vezes são verdadeiros espelhos humanos. No momento que você sente que uma pessoa lhe incomoda, seja pelo seu perfil, comportamento, estilo, cor, credo ou simplesmente sem motivo aparente. Isto representa na verdade um presente da lei divina para você. Na realidade, a pessoa está mostrando através dela uma imagem sua refletida, e por isso o desconforto. Ninguém gosta de ver aquilo que não aceita em si. E não gosta de ver sua imagem revelada pelo outro.
Em grupos seja no trabalho, lazer, familiar estes espelhos estão sempre presentes, sempre revelam a sua imagem em situações inesperadas. E a reação imediata é de irritação e consequentemente o sentimento de antipatia pela pessoa, ou melhor, pelo seu próprio reflexo. Guardar mágoa e rancor do outro adoece seu corpo, e liga você à pessoa que você não gosta, o ódio amarra as pessoas. Este sentimento as aprisionam por tempo indeterminado. Ao contrário, se agradecer a ela por ter revelado a você aquilo que não aceita em si mesmo, você estará ganhando o direito da liberdade. Então o caminho que escolheu te liberta da pessoa, ela é livre e você também. Neste caso a força maior foi a do amor, respeito, compreensão e muita gratidão.
Os grupos de pessoas exercem muito mais a função de espelhos humanos, do que qualquer outro papel que se possa imaginar. Depois de compreendido que você está constantemente sendo espelhado e também espelhando outras pessoas, perceberá que viver em grupo é uma oportunidade única de crescimento humano e mais ainda divino. Depois da evolução do espelhamento como fonte de crescimento pessoal, você poderá encontrar verdadeiros exemplos de seres humanos. Aqueles, únicos na existência, capazes de ver que, o amor é maior que o ódio, que a compreensão é profunda, que o respeito é natural e vê na aceitação uma prática diária. A vida para eles torna-se muito mais leve.
Viver em grupo neste estágio de consciência significa que você descobriu a fórmula secreta de ser verdadeiramente livre. Livre para viver com todas as diferenças. Livre para viver em qualquer lugar neste planeta.
Escrito por Rosangela Cristina da Silva
QUEM MATOU TAÍS?
Lembro que ele chamava atenção pelo cabelo sempre despenteado.
Era uma figura estranha, vivendo na sombra do poder.
Foi eleito senador pelo estado de Alagoas em 1994 e reeleito em 2002.
Quando do impeachment, fazia parte da "tropa de choque" que defendia Collor.Collor se foi, mas Renan ficou. E aprendeu como poucos a navegar no mundo da política.
Foi ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, ocasião em que presidiu a XI Conferência dos Ministros da Justiça dos Países Ibero-Americanos, e pouco depois a reunião dos ministros do Interior do Mercosul, Bolívia e Chile. Foi também presidente do Conselho Nacional de Trânsito (Contran); do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda); do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) e do Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp). Em 2002, foi um dos mentores do Estatuto do Desarmamento. Chegou a Presidente do Senado Federal em 2005 e foi reeleito em 2007. O cabelo despenteado desapareceu, a roupa melhorou, o patrimônio aumentou. E ele acabou traçando aquela tetéia que era repórter da Rede Globo. O resto já sabemos. O escudeiro transforma-se na figura central da política brasileira durante o primeiro semestre de 2007. Surgem denúncias em cima de denúncias. Mas o cara não cai. Resiste bravamente, de tal forma que começamos a desconfiar que ele tem mais do que inocência.Ele sabe das coisas. Ou melhor, ele sabe de coisas. Sabe tanto que pode ameaçar: - Se cair, levo um monte junto.Esse é o risco que corre quem tem escudeiro. O escudeiro conhece as manias do príncipe, as fraquezas do príncipe, as sacanagens do príncipe. E seu conhecimento pode destruir o príncipe. Para livrar-se dele o príncipe tem que mandar matar. Ou aceitar a chantagem.O que assistimos nos últimos meses talvez seja um dos maiores escândalos de chantagem pública "destepaíz". Nunca antes um senador teve em suas mãos tanto poder, tanto conhecimento para causar medo.Veja só: provoca o afastamento de Fernando Collor, que se licencia de seu mandato reconquistado depois de cumprir a pena pelo impeachment. Collor não pode votar contra seu ex-escudeiro. Provoca a saída do país do Presidente Lula, que faz teatro do outro lado do mundo. Destrói a carreira de Aloísio Mercadante, que mais uma vez tenta explicar o inexplicável, justificar o injustificável. Expõe a cara-de-pau de um Romero Jucá, de um Epitáfio Cafeteira. Deixa explícito que a mídia pode muito, mas não pode tudo. Mancha definitivamente a imagem do Senado. É poder demais para um senador só, o que nos leva a perguntar: o que é que Renan sabe?Eu posso imaginar. Sabe de outros senadores e deputados que usam dos mesmos expedientes que ele usou para benefício próprio. Sabe tudinho do mensalão. Sabe das negociatas para compra de votos, para mudança de legenda, para proteção de empresas devedoras frente ao fisco. Sabe das doações de bancos e grandes empresas. Sabe de concessões de rádio e televisão. Sabe quem come quem. Sabe dos propinodutos variados (aliás, quando é que uma CPI vai dedicar-se a esmiuçar os contratos da área de informática no governo?). Deve saber dos acordos envolvendo as Farcs. Chavez. Fidel Castro. Sabe de muitos outros filhos fora do casamento. Talvez Renan saiba quem matou Celso Daniel e o Toninho do PT. Deve saber sobre os bastidores das privatizações. Conhece alguns - ou muitos - podres envolvendo as grandes estatais. Sabe do Kia, do Boris e do Corinthians...Renan tem o poder supremo: informação. Ele manda em quem quiser. Ele dita regras, exige apoio e faz tremer. Renan pode tudo. E sabe que pode. Daí aquela segurança, aquela arrogância, aquele sorrisinho, aquele "abisolutamente", aquela certeza, aqueles abraços e apertos de mão inexplicáveis. Renan é o cara.Quer saber? Eu acho que Renan sabe até quem matou a Taís.E nós, que pensamos que sabemos das coisas e na verdade sabemos de nada? Vamos seguir a vida, bovinamente resignados e obedecendo ao supremo mandamento do novo Brasil:- Cale a boca. E compre.Será que o Renan sabe até quando?
Este artigo é de autoria de Luciano Pires (www.lucianopires.com.br) e está liberado para utilização em qualquer meio, contanto que seja citado o autor e não haja alteração em seu conteúdo.