O grupo, denominado “Team Jorge”, "está por trás de campanhas de desinformação em todo o mundo" e serve a agências de inteligência, campanhas políticas e empresas privadas
Tal Hanan (Foto: Reprodução)
247 - Um grupo de hackers israelenses denominado "Team Jorge" pode ter manipulado mais de 30 eleições em todo o mundo em duas décadas por meio de sabotagem e desinformação automatizada nas mídias sociais, revela o jornal britânico The Guardian.
A organização é comandada por Tal Hanan, um ex-agente das forças especiais israelenses de 50 anos, que atua sob o pseudônimo “Jorge”.
Um consórcio internacional de jornalistas investiga o caso. O "Team Jorge" foi exposto por imagens secretas e documentos vazados para o The Guardian.
Segundo a reportagem, o grupo "administra uma oferta de serviço privado para se intrometer secretamente nas eleições sem deixar vestígios. O grupo também atende clientes corporativos".
A repórteres disfarçados, Hanan afirmou que trabalha para agências de inteligência, campanhas políticas e empresas privadas que queiram "manipular secretamente a opinião pública". Segundo ele, seus serviços já foram contratados na África, América do Sul e Central, EUA e Europa.
"Um dos principais serviços da Team Jorge é um sofisticado pacote de software, Advanced Impact Media Solutions, ou Aims. Ele controla um vasto exército de milhares de perfis falsos de mídia social no Twitter, LinkedIn, Facebook, Telegram, Gmail, Instagram e YouTube. Alguns avatares ainda têm contas da Amazon com cartões de crédito, carteiras bitcoin e contas Airbnb", conta o jornal.
Boa parte da estratégia de Hanan está em sabotar campanhas rivais. "A equipe até alegou ter enviado um brinquedo sexual entregue pela Amazon para a casa de um político, com o objetivo de dar à esposa a falsa impressão de que ele estava tendo um caso", exemplifica a reportagem.
Hanan diz que sua equipe é “graduada em agências governamentais”,
tem experiência em finanças, mídia social, campanhas e em “guerra psicológica”, operando em seis escritórios em todo o mundo.
Em discurso aos repórteres, disfarçados de clientes, "Jorge" admitiu: "agora estamos envolvidos em uma eleição na África … Temos uma equipe na Grécia e uma equipe nos Emirados … Você segue as pistas. [Concluímos] 33 campanhas presidenciais, 27 das quais foram bem-sucedidas". Ele também falou que estava envolvido em dois “grandes projetos” nos EUA, mas alegou não se envolver diretamente na política americana.
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