O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira 26 a
proposta da reforma trabalhista sugerida por Michel Temer. A aprovação foi pro
296 votos contra 177, e aconteceu depois de muito protesto e confusão na Casa.
Deputados da oposição levaram caixões e grandes cruzes numa manifestação que
denunciava a morte da CLT. Os parlamentares também levaram diversos cartazes com
a imagem da CLT rasgada. Do lado de fora, trabalhadores colocaram fogo em
caixões, também num ato contra a reforma.
Michel Temer, que chegou ao poder por meio de um golpe parlamentar, agora
conseguiu aprovar a reforma que tanto pediam os empresários, e que ele prometeu
ao mercado. O líder do PT, deputado Caros Zarattini (PT-SP), chegou a fazer uma
denúncia na tribuna, de que entidades patronais como CNI e CNT estiveram por
trás de diversas emendas do projeto de lei, e que não tiveram uma vírgula
alterada por deputados pró-governo.
Durante a discussão nesta noite, a base de Temer ainda tentou uma manobra
para que a votação não fosse nominal, para que a população não pudesse saber
quem apoiou o fim de direitos trabalhistas, mas a oposição conseguiu evitar.
Além dos partidos de oposição (PT, PDT, Psol, PCdoB e Rede), PSB, SD e PMB
orientaram contra a aprovação do texto-base da proposta de reforma trabalhista,
com exceção dos destaques apresentados. O PHS liberou a bancada. Depois de os
deputados votarem os destaques, que visam pontos do texto do relator, deputado
Rogério Marinho (PSDB-RN), o texto segue para o Senado.
O acordo e a convenção prevalecerão sobre a lei em 15 pontos diferentes do
projeto, como jornada de trabalho, banco de horas anual, intervalo de
alimentação mínimo de meia hora, teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho
intermitente. Poderão ser negociados ainda o enquadramento do grau de
insalubridade e a prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença
prévia do Ministério do Trabalho.
http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/292375/Golpe-enterra-a-CLT.htm
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