“Entra, Temer”, escreve o funcionário de um cemitério
Corremos o risco de ter pela primeira vez um presidente de popularidade abaixo de zero.
Abaixo de zero.
Os 4 pontos de aprovação de Temer no mais recente levantamento eleitoral, com a margem de risco, tornam concreta essa possibilidade.
E não há nada que faça crer que o quadro possa mudar.
Temer é de uma pequenez gigantesca. Não inspira, não entusiasma, não dá esperança.
Ele próprio dissera, pouco antes do início do impeachment, que Dilma não tinha como ir ao fim do mandato com uma aprovação que era o dobro da dele hoje.
Veríssimo conta, com a graça habitual, a história de um detetive cujo escritório era tão pequeno que devia ser definido como esc. Michel, sob essa lógica, é um pres, não um presidente. A única coisa que se destaca nele é sua vocação decorativa. É o típico sujeito com quem você fala agora e em cinco minutos já esqueceu.
Sêneca, o grande filósofo romano, dizia para você ter cuidado com os seus sonhos porque eles podem se realizar.
É o caso do pres Mic Tem.
Tanto quis a presidência e aí está ele, negado e desprezado pela esmagadora maioria dos brasileiros.
As cenas que demonstram isso foram colhidas na noite de ontem no Largo da Batata, onde uma multidão barulhenta e multicoloridade se reuniu para atacar a casa de Mic Tem no Alto de Pinheiros, ali por perto.
Fico aqui pensando que terá passado pela cabeça presidencial. Certamente ele antevira, com sua traição, a chance de fazer bonito perante sua jovem mulher.
Mas não cabem nesse papel de Lancelote as imagens de ontem. A rigor, não cabe nada desde o golpe. Mic Tem não deu uma dentro.
Em vez de elevar o Brasil, ele rebaixou-o. Uma sociedade que ia recuperando a auto estima hoje se sente a última do mundo, ou uma das última.
Nem o jornalismo de guerra francamente pró-Tem parece ter força para melhorar sua imagem.
E assim caminhamos para o primeiro presidente zero de popularidade. Ou abaixo disso.
Tão tolo ele é que parece acreditar que não está sendo usado para realizar os projetos antipovo da plutocracia graças a sua impopularidade.
Já vi teses toscas, mas esta é insuperável. Começou com Nizan, recomendando a pres Mic que se utilizasse da falta de prestígio para fazer reformas como a da Previdência e a da legislação trabalhista.
Ora, um presidente forte teria incrível dificuldade para fazer isso, que dizer um pinguela.
Agora, foi a vez de Luiza Trajano, com o mesmo nhenhenhém. Ficaremos assim: os plutocratas ganham e o pres Mic se afunda ainda mais, se é possível.
Não resta ao micropresidente saída que não seja a renúncia imediata para a convocação de diretas já.
É a única atitude decente que resta para encerrar um sonho que se transformou celeremente em pesadelo.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/corremos-o-risco-de-ter-pela-primeira-vez-um-presidente-de-popularidade-abaixo-de-zero-por-paulo-nogueira/
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