247 - Além dos depoimentos ao Ministério Público e à Justiça Federal, os delatores da Odebrecht também apresentaram um calhamaço de documentos para tentarem provar suas alegações.
Como não existe contrato formal para o pagamento de propinas, os investigadores da Lava Jato terão de se debruçar sobre esse material, que pretende fornecer evidências do caminho da corrupção apontado pelos delatores.
A reportagem de capa da revista Época desta semana, assinada pelo jornalista Diego Escosteguy, analisa o material apresentado contra oito dos ministros de Michel Temer, que foram implicados na operação:
Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria Geral), Gilberto Kassab (Ciência e Telecomunicações), Aloysio Nunces (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades, Helder Barbalho (Integração Nacional), Blairo Maggi (Agricultura) e Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior).
Confira abaixo a relação de acusações e provas listadas pela revista:
Eliseu Padilha (Casa Civil)
Consistência das provas: alta
Acusações: Pedir e receber, em nome de Michel Temer do PMDB; R$ 10 milhões em dinheiro vivo por ajudar a Odebrecht em obra no Rio Grande do Sul
Etre as evidências apresentadas estão planilhas, e-mail internos da Odebrecht e extratos telefônicos
O que demonstram: corroboram as entregas de dinheiro vivo narradas pelos delatores e confirmam a manutenção de contato assíduo entre a empresa e o político
Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência)
Consistência das Provas: média
Acusações: solicitar e receber, na condição de ministro da Aviação Civil, propina, em dinheiro vivo, de R$ 4 milhões em 2014, para não retaliar a
Odebrecht no processo de concessões aeroportuárias
Principais evidências: planilhas internas da Odebrecht e comprovantes de reunião com o político
O que demonstram: Corroboram as entregas de dinheiro vivo narradas pelos delatores e confirmam a manutenção de contato assíduo entre empresa e político
Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações)Consistência das provas: alta
Acusações: Receber, entre 2008 e 2014, quando foi prefeito de São Paulo e ministro de Dilma Rousseff, R$ 20 milhões de propina, em dinheiro vivo, para favorecer a Odebrecht em contratos públicos
Principais evidências: e-mails internos da odebrecht, planilhas internas da Odebrecht, contratos da Odebrecht e atas de reunião
O que demonstram: corroboram as entregas de dinheiro vivo narradas pelos delatores e indicam vantagens públicas recebidas pela Odebrecht por ação do político
Aloysio Nunes (Relações Exteriores)
Consistência das provas: média
Acusações: Intermediar interesses da Odebrecht na Dessa, responsável pela construção do Rodoanel em São Paulo, e receber R$ 500 mil, em dinheiro vivo, a pretexto da campanha de 2010
Principais evidências: planilhas internas da Odebrecht e e-mails internos da Odebrecht
Bruno Araújo (Cidades)
Consistência das provas: baixa
Acusações: para defender os interesses da empreiteira no Congresso, quando era deputado, receber, entre 2010 e 2012, R$ 600 mil de propina a pretexto de campanha, em dinheiro vivo
Principais evidências: Planilhas internas da Odebrech, e-mails internos da Odebrecht
O que demonstram: corroboram as entregas de dinheiro vivo narradas pelos delatores
Helder Barbalho (Integração Nacional)
Consistência das provas: baixa
Acusações: em troca de favorecer a Odebrecht em obras de saneamento no Pará, pedir e receber R$ 1,5 milhão de propina, em dinheiro vivo, a pretexto da campanha de 2014
Principais evidências: planilhas internas da Odebrecht, fotos dos endereços de entrega e extratos telefônicos
O que demonstram: corroboram as entregas de dinheiro vivo narradas pelos delatores
Blairo Maggi (Agricultura)
Consistência das provas: média
Acusações: receber da Odebrecht R$ 12 milhões, em dinheiro vivo, a pretexto da campanha de 2006. Em troca, ajudar a empreiteira a receber dívidas no estado de MT
Principais evidências: E-mails internos da Odebrecht, planilhas internas da Odebrecht, estudos internos da Odebrecht
O que demonstram: corroboram as entregas de dinheiro vivo narradas pelos delatores e indicam vantagens recebidas pela Odebrecht do governo comandado pelo político
Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior)
Consistência das provas: baixa
Acusações: receber R$ 7 milhões da Odebrecht, em dinheiro vivo, para que seu partido, o PRB, apoiasse a chapa Dilma-Temer na eleição de 2014
Principais evidências: e-mails internos da Odebrecht, comprovantes de reunião, anotações de Marcelo Odebrecht
O que demonstram: corroboram compromissos de entregas de dinheiro vivo narradas pelos delatores e confirmam encontro direto com político
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/292939/%C3%89poca-publica-as-provas-das-propinas-para-os-ministros-de-Temer.htm
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