domingo, 30 de abril de 2017
ENCONTRO MULTITERRITORIAL DE POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
Cruz. Nos dias 28 e 29 de abril, os Povos Indígenas e de Comunidades Tradicionais dos Territórios Litoral Norte/Extremo Oeste, Vale do Curú, Ibiapaba e Sobral estiveram participando de um Encontro Multiterritorial promovido pelo NEDET – Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial.
O encontro aconteceu na Aldeia Telhas, Terra Indígena Tremembé, Córrego João Pereira, Zona Rural do Município de Acaraú/CE.
O encontro iniciou com um almoço, na Cozinha Comunitária dos Tremembé. À tarde, os visitantes foram recebidos pela comunidade indígena anfitriã com as danças do Torem e Toré, na oca, ponto de encontro e promoção de eventos dos povos da comunidade indígena.
A Coordenação do evento foi da Assessora Territorial Litoral Norte Ana Janaina Rodrigues, com articulação dos Professores da UVA José Osmar Fonteles e o Antropólogo Ronaldo Santiago. Várias palestras foram proferidas por diversas autoridades ligadas as Políticas Públicas para Povos Tradicionais, dentre os/as palestrantes destacamos Castro Junior da SDA, representante do Ministério Público Federal Doutor Sérgio Brissac, Maria Zelma de Araújo Madeira Coordenadora da CEPPIR – Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial ligada ao Gabinete do Governador do Ceará.
Também estiveram presentes, participando do evento, O Presidente da Federação das Associações Comunitárias do Município de Cruz, Dr. Lima. Professor José Maria da UVA, André Luís que pesquisou os Índios Tremembé, o Cacique Negrinho dos índios Tapuia, Benedito dos Quilombolas de Timbaúba, representante dos Quilombolas de Água Preta em Tururu,
A índia Brena apresentou o Projeto Caju e Cultura para o processo de beneficiamento do caju e enfatizou a melhoria e a valorização dos produtos com o processo de fabricação com o uso de equipamentos modernos que contribuiu para agregar valor ao produto e facilitando os métodos de produção e destacou os vários cursos realizados pelos índios. Estão produzindo mel, doces, mocororó, cajuína e outros derivados do caju. Com melhor aproveitamento do caju, a comunidade passou a ter uma renda a mais por família.
Aurila Maria falou em nome dos Quilombolas da Comunidade de Nazaré em Itapipoca, que agrega 48 famílias, mas, que, nenhuma Comunidade Quilombola no Ceará teve suas terras tituladas. O Nordeste tem 1.80unidades quilombolas, sendo 1.482 certificadas, mas, nenhuma titulada até o presente.
À noite houve atividades culturais, com danças e rituais indígenas, forró e bingo beneficente em prol da comunidade. Os Índios Tremembé apresentaram uma peça: Mani que tinha como mensagem Nunca Desistir. A segunda apresentação foi dos Índios Tremembé de Queimado. Os Quilombolas da Comunidade de Água Preta do Município de Tururu apresentaram uma dança afro.
No segundo dia do encontro, os índios e quilombolas debateram os temas que foram apresentados pelos promotores do evento: O que é ser índio e o que é ser quilombola e o que é ser índio ou quilombola jovens.
Cada etnia ou entidade quilombola fez a sua exposição com destaques para sua identidade, as dificuldades enfrentadas, perseguições, o difícil e burocrático acesso às políticas públicas e as lutas de resistência.
Deram seus depoimentos indígenas e quilombolas, quando relataram muitos problemas semelhantes e apelaram para que as autoridades competentes fossem mais sensíveis aos seus problemas do cotidiano, principalmente, em relação à terra que eles preferem chamar de “Mãe Terra” pois é de lá que vem a sua sobrevivência sobre todos os aspectos, desde a moradia até o alimento e a matéria prima para o feitio de suas indumentárias, artesanatos e a realização de seus cultos aos Deuses que alimentam a Fé e o Espírito.
Antonizia da Comunidade Quilombola Três Irmãos de Croatá falou sobre os problemas enfrentados pela Comunidade Quilombola. A jovem Juliene – Índia Tremembé – questionou sobre a juventude indígena perante os novos costumes sociais. Aurila é Quilombola da Comunidade de Nazaré em Itapipoca e Coordenadora do Movimento Quilombola do Ceará disse que ser Quilombola é resistir. A índia Adriane, da Barra do Mundaú em Itapipoca, denunciou o massacre aos povos indígenas. A Liderança Indígena João Marques disse que ser índio é mostrar liderança e cultura e também denuncia a descriminação contra os índios. A índia Tremembé de Itapipoca cita as dificuldades que os povos indígenas encontram.
Houve muitas reclamações dos indígenas e quilombolas sobre os descasos das autoridades com relação aos povos tradicionais – índios e quilombolas, que em muitos casos, chegam a tomar posições contrárias aos direitos e interesses destes povos que sofrem há Séculos.
Durante o encontro, o Cacique Negrinho, da Tribo dos Tapuia do Município de São benedito, concedeu uma entrevista para o Programa A Comunidade e o Cidadão, Rádio FM 6 de Abril 98,7MHz, ao Radialista Dr. Lima.
Dr. Lima
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário