247 - A juíza Mylene Pereira Ramos, diretora do Fórum Trabalhista da Zona Sul e atuando em substituição de desembargador no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, relatou casos de preconceito contra ela, pelo fato de ser negra.
Formada em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Mylene tem mestrados pela Universidade de Stanford, na Califórnia, e pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, onde se aprofundou em Direito Internacional do Trabalho.
Em entrevista ao Portal Jota, Mylene contou que o advogado de um skinhead que requeria vínculo trabalhista com uma gravadora musical e teve o pedido negado por ela, ajuizou um recurso em que pedia que seu cliente fosse julgado por um juiz branco. "Foi muito aviltante ler aquilo. Nunca tinha visto uma coisa como aquela. Eu estou tendo preconceito porque sou negra? A pessoa de fato escreveu isso, estamos numa sociedade doente", afirma.
Segundo a magistrada, é comum ela ouvir de pessoas que ela "não tem cara de juiz". "Não tem cara de juíza é uma frase que sempre ouço. Quando a pessoa se assusta e não consegue reconhecer num negro a figura de um juiz, a culpa não é dela; é da sociedade. Isto é um reflexo da falta de diversidade no Judiciário", afirma.
A juíza Mylene Ramos critica a terceirização desenfreada do trabalho. "A maioria dos acidentes de trabalho, dos casos de discriminação, de precarização, todos estão ligados à terceirização. O Estado mesmo contrata empresas que quebram pouco depois", afirma.
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/263502/%E2%80%9CUm-advogado-pediu-que-seu-cliente-fosse-julgado-por-um-juiz-branco%E2%80%9D.htm
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