Por Fernando Brito, do Tijolaço -O convencimento do país de que Michel Temer não reúne condições para governá-lo cresce de maneira espetacular a cada um dos escândalos que surgem em seu governo. Não precisam ser "o maior escândalo de corrupção da história deste país", como a mídia gosta de falar dos casos de roubalheira na Petrobras. Podem ser coisas menores no valor, como este apartamento espacial de Geddel Vieira Lima (embora valha muito mais do que o pombal pelo qual se quer condenar Lula) e mesmo que o prédio inteiro, ou parte dele, pertença ao baiano e sua família – o pessoal da reportagem dos jornais está num ritmo devagar, quase parando nesta apuração – não faz sequer cócegas às bicadas que se deu alienando patrimônio público. A Ladeira da Barra, em Salvador, embora muito bonita, não compete em preço com a Avenue Foch, em Paris. A desgraça de Temer é que sua turma age sem nenhum refinamento e pratica as suas maracutaias de um jeito que o povo entende. Se fizerem um "ibope da corrupção" aposto que Cunha será lembrado mais pelos gastos da madame no cartão do que por aqueles malsinados "trustes". Da mesma forma que Sérgio Cabral está apanhando mais pela ostentação com jóias do que pelos muitos milhões que tem em outros mimos. Assim é que Geddel caiu no gosto do povo porque "forçou a barra para liberar um alvará" é a pontinha de um esquema de tropelias e enriquecimento que todo mundo entende. E foi nesta "forçada de barra", "chamando na chicha" o rapaz que eles entraram pelo cano. A natureza primária, provinciana, o lado atrabiliário do velho PMDB brotou, com todo o seu fedorento viço, rompendo as cascas nos latinismos e mesóclises de Temer. E, nu na praça, os seus bajuladores agora gaguejam lições de que "ele não poderia ter feito isso". Não só pode, como sempre fez e fará, porque é da natureza miúda. E podem os colunistas chiarem, mas os urubus que sabem ondem há carniça mais e mais vão se aproximar dele, para ficarem com os despojos do poder espúrio que concentra. Não tiveram nojo de almoçar hoje, no palácio ainda rescendendo ao fedor de Geddel, cuja queda comemoram secretamente, como naquela história do "sobra mais pra mim". E amanhã não terão nenhum pudor em jantar Michel Temer. Como disse hoje Fernando Henrique Cardoso, "é o que temos". http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/267354/Tijola%C3%A7o-Temer-almo%C3%A7a-com-tucanos-que-se-preparam-para-jant%C3%A1-lo.htm
sábado, 26 de novembro de 2016
TEMER ALMOÇA COM TUCANOS, QUE SE PREPARAM PARA JANTÁ-LO
Por Fernando Brito, do Tijolaço -O convencimento do país de que Michel Temer não reúne condições para governá-lo cresce de maneira espetacular a cada um dos escândalos que surgem em seu governo. Não precisam ser "o maior escândalo de corrupção da história deste país", como a mídia gosta de falar dos casos de roubalheira na Petrobras. Podem ser coisas menores no valor, como este apartamento espacial de Geddel Vieira Lima (embora valha muito mais do que o pombal pelo qual se quer condenar Lula) e mesmo que o prédio inteiro, ou parte dele, pertença ao baiano e sua família – o pessoal da reportagem dos jornais está num ritmo devagar, quase parando nesta apuração – não faz sequer cócegas às bicadas que se deu alienando patrimônio público. A Ladeira da Barra, em Salvador, embora muito bonita, não compete em preço com a Avenue Foch, em Paris. A desgraça de Temer é que sua turma age sem nenhum refinamento e pratica as suas maracutaias de um jeito que o povo entende. Se fizerem um "ibope da corrupção" aposto que Cunha será lembrado mais pelos gastos da madame no cartão do que por aqueles malsinados "trustes". Da mesma forma que Sérgio Cabral está apanhando mais pela ostentação com jóias do que pelos muitos milhões que tem em outros mimos. Assim é que Geddel caiu no gosto do povo porque "forçou a barra para liberar um alvará" é a pontinha de um esquema de tropelias e enriquecimento que todo mundo entende. E foi nesta "forçada de barra", "chamando na chicha" o rapaz que eles entraram pelo cano. A natureza primária, provinciana, o lado atrabiliário do velho PMDB brotou, com todo o seu fedorento viço, rompendo as cascas nos latinismos e mesóclises de Temer. E, nu na praça, os seus bajuladores agora gaguejam lições de que "ele não poderia ter feito isso". Não só pode, como sempre fez e fará, porque é da natureza miúda. E podem os colunistas chiarem, mas os urubus que sabem ondem há carniça mais e mais vão se aproximar dele, para ficarem com os despojos do poder espúrio que concentra. Não tiveram nojo de almoçar hoje, no palácio ainda rescendendo ao fedor de Geddel, cuja queda comemoram secretamente, como naquela história do "sobra mais pra mim". E amanhã não terão nenhum pudor em jantar Michel Temer. Como disse hoje Fernando Henrique Cardoso, "é o que temos". http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/267354/Tijola%C3%A7o-Temer-almo%C3%A7a-com-tucanos-que-se-preparam-para-jant%C3%A1-lo.htm
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