Gilmar Mendes afirmou à Veja que o ex-presidente teria oferecido blindagem na CPI do Cachoeira em troca do adiamento
iG São Paulo |
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou à revista Veja desta semana que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o procurou para negociar o adiamento do julgamento do Mensalão. Em troca, ele teria oferecido blindagem a Mendes na CPI do Cachoeira.
Foto: AEMinistro do STF, Gilmar Mendes disse à revista Veja que encontrou Lula no escritório de Nelson Jobim
O encontro teria ocorrido há um mês no escritório do ex-ministro de Lula Nelson Jobim. De acordo com a revista, o ex-presidente teria dito que julgar o processo do mensalão em ano eleitoral era inconveniente e fez referências a uma viagem a Berlim em que Mendes se encontrou com o senador Demóstenes Torres, alvo de investigação da CPI do Cachoeira.
O próprio Gilmar Mendes é citado nos grampos da Polícia Federal, que investigou a organização criminosa chefiada por Carlinhos Cachoeira.
À revista, o ministro disse ter ficado perplexo com as "insinuações" de Lula e que, na ocasião, disse para o ex-presidente "ir fundo" na CPI. Lula teria mencionado na conversa entre os dois que encarregaria Sepúlveda Pertence, chefe da Comissão de Ética Pública da Presidência, de conversar sobre o processo do mensalão com a ministra Cármen Lúcia - que nega ter sido procurada por Pertence ou ter discutido o caso com o ex-presidente.
Lula teria dito também, segundo Mendes, que queria que o ministro José Dias Toffoli, ex-advogado-geral da União, participasse do julgamento. Antes de ministro do STF, Toffoli também foi advogado do PT. O ex-presidente acrescentou que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado de ser um dos principais articuladores do mensalão, estaria desesperado.
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