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segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Renan diz que acusação acabou como ficção de novela

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a dizer que não existem provas contra ele na noite de domingo, 30. "Só com o bater de pé, isso não vai me tirar da Presidência do Senado", afirmou o senador alagoano durante entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes. Renan aproveitou a semelhança do caso dele com o mostrado no último capítulo da novela das oito na TV Globo para ironizar as acusações feitas até aqui, que para ele não passam de ficção. "Se houvesse alguma veracidade nisso não estaria na novela, estaria no noticiário", ressaltou. "Mas acabou melancolicamente como uma ficção na novela de maior audiência de todos os tempos no Brasil", exagerou. "É uma ficção." O senador garantiu que, se qualquer uma das acusações tivesse sido comprovada, ele já teria deixado o cargo de presidente do Senado. Ao contrário, sustenta que a perícia da Polícia Federal comprovou que os bois de sua fazenda foram vendidos a preços de mercado e que as notas fiscais seriam autênticas. O presidente do Senado criticou ainda denúncia de que ele teria modificado a própria declaração de Imposto de Renda depois das denúncias da revista "Veja": "É uma coisa absurda, criminosa e inverossímil para um presidente do Congresso Nacional", frisou. "A grande inversão que nós estamos vivendo no Brasil é que uma minoria perdeu uma votação e renitentemente teima em não aceitar." Reforma política e tributária Para o presidente do Senado, o sistema político brasileiro seria o grande culpado pelas mazelas da política nacional. "O que apodreceu no Brasil foi o sistema político", sustentou. "O sistema proporcional de votos, que existe apenas no Brasil e na Finlândia, acaba envolvendo as pessoas com corrupção, com caixa dois, com desvios de comportamento", acusou Renan Calheiros. A solução, segundo ele, seria a reforma política, que está parada na Câmara dos Deputados. "O Senado fez a reforma política há mais de três anos, mas, lamentavelmente, ela não tramitou na Câmara dos Deputados." Renan disse acreditar que o Congresso não seria o único responsável pela paralisação das reformas. Ele acha que deveria haver uma mobilização de toda a sociedade para concluí-las. "Se houvesse uma convergência maior com a mídia, com as entidades que de certa forma formam opinião, pressionam a opinião pública, pressionam o dia-a-dia do Congresso Nacional, nós teríamos mais facilidade de fazer as mudanças", opinou. "Nós temos que concluir esse aperfeiçoamento institucional, não dá para continuar como está." E citou o exemplo da prorrogação da CPMF: "É claro que eu sei que a CPMF é um imposto cumulativo que tira a competitividade da nossa economia", disse. "Mas o que pôr no lugar na CPMF sem uma reforma tributária?" Fidelidade Ele se disse preocupado com a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a fidelidade partidária a ser anunciada na próxima quarta-feira. "Porque isso acontece geralmente em detrimento dos partidos políticos", afirmou sem explicar se o temor seria por uma decisão favorável ou contrária à fidelidade. Por outro lado, defendeu a rebelião dos senadores do PMDB que rejeitaram a medida provisória da criação da Secretaria Especial de Planejamento de Longo Prazo. "Eu não votei, mas é democrático", procurou se isentar. E salientou que ao saber do resultado, momentos antes da votação, teria até tentado demover os rebeldes. "Mas se senadores estão insatisfeitos eles têm que encontrar uma maneira de externar essa insatisfação."
Agência Estado

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