O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira (18), em Angola, o reforço de US$ 1 bilhão em financiamentos para empresas brasileiras investirem no país africano. Segundo ele, a decisão é fruto da relação histórica entre os dois países e dos bons resultados econômicos que os angolanos têm apresentado nos últimos tempos. "Nossos créditos ajudaram o país a se modernizar. Hoje, mais do que nunca, o Brasil redobra essa aposta. Por isso, anunciei nova ampliação de US$ 1 bilhão desta linha de crédito", disse, na abertura do encontro com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos. "Tomei essa decisão, pois confio na capacidade de as empresas brasileiras ajudarem a encontrar soluções apropriadas a Angola". O presidente lembrou que financiamentos brasileiros possibilitaram, por exemplo, a construção da Hidrelétrica de Capanda, "o mais importante projeto de infra-estrutura do país". Mais tarde, em entrevista coletiva concedida na residência oficial da Embaixada do Brasil em Angola, Lula foi questionado a respeito da injeção de US$ 1 bilhão no país, tendo em vista o fato de Angola ser um dos países mais corruptos do mundo. Ele respondeu que não poderia negar um empréstimo. E acrescentou: “O que é mais importante na relação Brasil-África é que o Brasil tem o poder extraordinario de contribuir, de ajudar esse continente. É impressionante como as pessoas gostam do Brasil. E não é possível que só um ocenano nos separe”. Lula reforçou que, para o governo brasileiro, a África não representa um espaço a ser colonizado, mas um parceiro. Nesse sentido, ele destacou o aumento do comércio entre o Brasil e Angola que, segundo ele, ultrapassou US$ 1 bilhão em julho deste ano. "Desde minha última vinda [em 2003], nosso comércio aumentou quase cinco vezes, com exportações angolanas anuais de US$ 460 milhões. Angola é o terceiro maior fornecedor africano do Brasil e quarto maior importador de produtos brasileiros na África", afirmou, em discurso com o presidente angolano. Lula também citou investimentos de Angola no Brasil, citando como exemplo a empresa Somoil, que venceu a disputa para explorar petróleo e gás na Bacia do Recôncavo, na Bahia, tornando-se a primeira companhia petrolífera angolana a trilhar o caminho da internacionalização.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário