Um dos grandes problemas arraigados na sociedade brasileiros é a aceitação de toda anormalidade como normal. Inúmeras situações comprovam isso todo dia.
O primeiro foi a crítica veemente e duvidosa da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, ao relatório do Tribunal de Contas da União que apontava superfaturamento em obras, licitações mal feitas ou a sua falta em obras do governo federal. Foram centenas de milhões jogados no ralo, (ou bolsos?) da corrupção. De tão repetida e praticada, não surpreende que a população já tenha se acostumado com a corrupção. O grave é que está se acostumando com a defesa da corrupção, isto, sim, seria inaceitável. É muito grave.
Todo mundo sabe da existência de assassinatos e estupros desde quando registro dos humanos. Assassinato, desde a primeira família. O aumento desses crimes é de conhecimento geral. A impunidade dos autores da mesma forma. Os dados oficiais confirmam. Todas essas vertentes não fizeram as pessoas aceitarem os crimes como atos normais. O entendimento deveria ser o mesmo com a corrupção. O fato de não ser vencida não pode torná-la regular. Muito menos vindo de quem deveria evitar ou punir os corruptos. Defender a corrupção com a naturalidade com que a ministra fez, ao criticar o TCU, mereceria uma ação por improbidade administrativa.
Outro fato que mereceria uma investigação das autoridades ou uma reação estrondosa da sociedade foi a instituição de uma comissão de parlamentares em defesa de um fazendeiro escravocrata. Eles, também, deveriam explicar melhor por que foram apenas em defesa dessa fazenda. Uma atitude “nunca tomada antes neste país”.
A imprensa deveria ter sido mais incisiva para forçar a ministra a responder por que não defendeu abertamente a extinção do TCU, por se tratar de uma instituição desnecessária e/ou que age contra os “interesses” do governo, já que combater ou evitar corrupção, definitivamente, não faz parte do manual de conduta desse governo. E os parlamentares devem explicação por que esse, e somente esse, fazendeiro mereceu a proteção dos nobres representantes do povo.
Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito
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