Por Benedito Herculano Costa
O exemplo vem da Natureza. Os pássaros se acasalam. Com muito trabalho e sacrifícios constroem seus ninhos. Concebem os filhotes, alimentam-nos, e os defendem heroicamente, contra os mais ferozes predadores. Por fim, ensinam-lhes a voar. É quando os filhotes, crescidos e já com robustas asas e também já se alimentando com o próprio bico, batem em retirada, vão embora, deixando os pais solitários, sobre o ninho vazio. Semelhantemente, isso ocorre com nós, os humanos. De repente, nossos filhos, em busca de seus destinos, vão embora, ficamos sós.
Sobre filhos, vejam, abaixo, o que dizem os sábios:
Kalil Gibran - Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não são de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
Já, José Saramago define filhos assim:
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