Após vencer uma perseguição política histórica e derrotar o fascismo, Lula volta à Presidência da República com a missão de devolver a dignidade e a esperança aos brasileiros
Lula (Foto: Ricardo Stuckert)
Por Aquiles Lins, 247 - Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) tomam posse na presidência da República e vice-presidência neste domingo, 1° de janeiro de 2023, num clima de esperança na reconstrução da democracia e das políticas sociais no Brasil. Considerado o maior presidente que o país já teve, segundo recente pesquisa Datafolha, Lula é o único líder político brasileiro a ser eleito três vezes presidente desde a redemocratização.
O retorno de Lula ao protagonismo da política brasileira, no entanto, foi adiado por quatro anos. Nas eleições de 2018, Lula liderava as intenções de voto, mas foi impedido de disputar o pleito com base na lei da Ficha Limpa, após ser vítima de uma das maiores perseguições políticas da história do país, sendo condenado sem provas por corrupção e lavagem de dinheiro e preso por 580 dias. O lawfare que tirou Lula da disputa permitiu que o fascismo assumisse o poder no Brasil, com a eleição de Jair Bolsonaro (PL).
Com Bolsonaro na presidência, intensificou-se a destruição da frágil rede de políticas sociais e garantias de direitos aos trabalhadores, iniciadas com o golpe contra a presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016 e a chegada de Michel Temer (MDB) à presidência. Os anos Temer/Bolsonaro trouxeram a fome de volta ao Brasil, com 33 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave no Brasil, além de retrocessos em praticamente todas as áreas de governo. Foram seis anos em que o país priorizou o liberalismo selvagem e estado mínimo, em detrimento das necessidades da classe trabalhadora e dos mais pobres.
Preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, com os direitos políticos cassados, Lula chegou a ser considerado por opositores políticos e por uma parte da mídia corporativa, historicamente antipetista, como superado. Não era mais “player”. A realidade, entretanto, insistiu em mostrar o contrário. Com apoio de uma militância aguerrida, de parlamentares, movimentos sociais, centrais sindicais, artistas e de veículos da mídia progressista, como este Brasil 247, Lula e sua defesa jurídica, capitaneada pelos advogados Cristiano Zanin e Valeska Zanin Martins, denunciaram ao mundo o lawfare que sofreu e foi reconhecido em todas as instâncias judiciais existentes. Lula foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), venceu 26 processos na Justiça e obteve o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) de que teve seus direitos fundamentais sequestrados pela Operação Lava Jato.
Tendo provado sua inocência de maneira inconteste, Luiz Inácio Lula da Silva se concentrou em liderar a formação de uma ampla coalizão política que permitisse ao povo brasileiro sonhar novamente com dias mais felizes. Trouxe para junto de si adversários históricos como o vice Geraldo Alckmin, juntou nove partidos políticos, incluindo legendas que haviam se afastado do PT desde o golpe de 2016, e trouxe a política de volta ao palco principal dos destinos do país.
A concertação política liderada por Lula realizou um feito histórico no Brasil em outubro de 2022: saiu vitorioso em uma eleição dominada pelo abuso de poder econômico por Jair Bolsonaro e seus aliados no Congresso Nacional e pela disseminação de notícias falsas. Lula foi eleito presidente com mais de 60 milhões de votos, na maior votação da história do Brasil. Apesar das manifestações de caráter golpista feitas por bolsonaristas, a vitória de Lula foi reconhecida imediatamente pelos principais países do mundo e pela Justiça Eleitoral. Primeiro presidente a não conseguir se reeleger desde a democratização, Jair Bolsonaro mergulhou em silêncio constrangedor, enquanto indiretamente apoiava as ações golpistas de seus apoiadores. Por fim, pegou um avião da FAB e deixou o Brasil em direção aos Estados Unidos, dois dias antes da posse do novo presidente.
Neste domingo, a partir das 15 horas, Lula concretiza sua ressurreição épica na política do Brasil, quando será recepcionado pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD) e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Em seguida, Lula e Alckmin serão encaminhados até o plenário da Câmara dos Deputados, onde ocorrerá a cerimônia formal de posse presidencial, que dura cerca de uma hora. Lula deve realizar dois pronunciamentos. O primeiro, no Congresso Nacional, pouco tempo após as 15h; e o segundo, no parlatório do Palácio do Planalto, às 16h45. Os discursos deverão ter duração de cerca de 15 a 20 minutos cada, onde Luiz Inácio Lula da Silva falará sobre os desafios à frente do governo, além de pregar a união e a pacificação do país. A partir daí, se inicia um novo ciclo no Brasil, voltado pela esperança, pelo cuidado com os mais pobres e pela valorização da democracia.
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