247 - Presidente nacional do PSDB aparece novamente nas delações da Odebrecht. Segundo o site BuzzFeed, o empresário Alexandre Accioly, dono da academia Bodytech, foi apontado na delação da Odebrecht como sendo uma espécie de laranja de Aécio, ao fornecer uma conta fora do país para o tucano receber propina.
O caso estaria ligado à construção da hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia. O projeto é de 2007, quando Aécio era governador de Minas Gerais e colocou a estatal Cemig como sócia do negócio; pelo menos dois delatores da Odebrecht falaram da obra.
Em delação, Marcelo Odebrecht disse ter acertado um repasse de R$ 50 milhões para Aécio, em troca do apoio e da participação da Cemig e de Furnas no leilão de uma das usinas do Rio Madeira (leia mais).
Leia a reportagem de Filipe Coutinho e Severino Motta:
Dono da academia Bodytech foi laranja de Aécio em propina da Odebrecht, diz delator
O caso está ligado a um um dos mais rumorosos episódios da delação da Odebrecht: a construção da bilionária usina Santo Antônio, em Rondônia. A obra é uma síntese do tamanho do esquema, que abasteceu, só nesse empreendimento, políticos do PMDB, PSDB e PT, de acordo com a empreiteira.
O projeto é de 2007, quando Aécio era governador de Minas Gerais e colocou a estatal Cemig como sócia do negócio. Pelo menos dois delatores da Odebrecht falaram da obra.
São eles Cláudio Melo, que falou sobre os políticos do PMDB e Henrique Valadares, que citou Áecio. A Folha de S.Paulo informou que Valadares acertou R$ 30 milhões com Aécio e Época disse ainda que foi usada uma conta em Cingapura – um dos principais centros financeiros internacionais.
O BuzzFeed Brasil apurou que o nome de Accioly foi citado no episódio. Segundo o relato da Odebrecht oferecido à Procuradoria-Geral da República, Aécio Neves usou uma conta ligada ao empresário para receber dinheiro fora do país.
Aécio e Accioly são amigos muito próximos. O empresário foi padrinho de casamento e dos filhos gêmeos do tucano. Aécio é padrinho da filha de Accioly.
Esta não é a primeira citação ao tucano, que disputou e perdeu a Presidência em 2014.
Delatores das empreiteiras Odebrecht e também da OAS já afirmaram aos investigadores que houve pagamento de propina a Aécio durante a obra da Cidade Administrativa – principal vitrine do governo dele em Minas Gerais (2003-2010). Ele nega.
Um dos principais executivos da Odebrecht na interlocução dos políticos, Benedicto Júnior disse ter destinado R$ 9 milhões, via caixa dois, para aliados de Aécio Neves a pedido do tucano. Aécio diz que pediu as contribuições dentro da lei.
O senador e o empresário Accioly foram procurados pelo BuzzFeed Brasil na quarta (22). Os dois negaram categoricamente o conteúdo das citações a seus nomes envolvendo a propina da hidrelétrica de Santo Antônio e questionaram, ainda, a legitimidade da delação da Odebrecht, que, segundo eles, mente ao falar de propina e contas fora do país.
A nota de Aécio Neves sobre o caso:
“Trata-se de uma acusação criminosa que será facilmente desmentida pela realidade. Não é possível que afirmações dessa gravidade atribuídas a delatores sejam feitas e divulgadas sem que haja qualquer comprovação da sua veracidade.A nota de Alexandre Accioly:
A divulgação parcial e seletiva de delações não homologadas fere o direito de defesa que deve ser garantido a qualquer cidadão, sobretudo em uma acusação de tamanha gravidade”.
Alexandre Accioly conhece o Senador Aécio Neves há mais de 15 anos, com quem mantém, unicamente, relação de amizade.http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/286558/Odebrecht-aponta-Alexandre-Accioly-como-laranja-de-A%C3%A9cio-Neves.htm
Registra ser absolutamente mentirosa, além de caluniosa, a informação trazida no questionamento, atribuída a delator da Odebrecht, de que o sr. Aécio Neves “usou uma conta em Cingapura, controlada por Accioly”, para receber recursos da empreiteira.
Em primeiro lugar, Alexandre Accioly nunca manteve ou controlou “conta em Cingapura”, o que, só por si, evidencia a falsidade da afirmação atribuída ao delator. Isso ficará cabalmente provado quando o delator em questão apresentar os dados da conta a que se referiu.
Em segundo, Alexandre Accioly, que não conhece, tampouco teve contato com o mencionado delator ou com qualquer outro executivo da empreiteira para tratar de assuntos profissionais próprios ou de terceiros, é empresário conceituado no cenário nacional, sem interface ou negócios com o Poder Público.
A citada “acusação” é uma grave infâmia a ser reparada pelos meios judiciais cabíveis.
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