A mudança às pressas foi feita com a ajuda de um caminhão da Prefeitura. Evânia Gomes Pinto também sentiu medo e foi para o abrigo. “A água subia muito rápido. Ano passado, entrou, mas foi menos”, diz ela. A conversa por lá ainda é mais assustadora. O medo de que mais açudes transbordem e invadam as casas deixa muitos moradores apavorados. As duas moram no bairro São Miguel, um dos mais atingidos pelas águas. Outro também em situação ruim é o Beira Rio, que, como o nome indica, rodeia o reservatório. Um perigo para quem mora por perto. “A orientação que estamos dando é que as famílias que estejam com casas inundadas saiam de lá, mas há muita gente resistindo, que não quer sair de casa”, explica Ana Paula Silva Franklin, da Secretaria da Ação Social de Coreaú.
É o caso de dona Maria Moreira de Araújo, 64, do Beira Rio. Ela, que mora com dois filhos e um neto, conta que a água invadiu a casa no começo da manhã de ontem. E foi rápido demais. O desespero, no entanto, teria começado bem antes. “Eram umas 3 horas, eu acordei e vi um bocado de gente na rua. A água já estava encostando no batente”, aponta para a entrada. Não demorou muito a entrar. Mesmo com o sufoco, Dona Maria, que mora em frente a um rio, não quer sair de lá. “Se vier uma cheia maior, vai lavar a casa de uma banda a outra. Nunca tinha visto um absurdo desse. Mas, se aumentar, eu escapulo”, prometia, mesmo com a insistência da Prefeitura de levá-la do lugar.
Fonte: O Povo Online.
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