Cruz/CE. O Vaqueiro nordestino Dione dos Santos Sousa, conhecido por Dione
Vaqueiro, 24, solteiro, além de trabalhar na lida com o gado, também é amante
das corridas de mourão e participa de vaquejadas esportivas na região do Litoral
Norte Cearense e tem conquistado troféus.
Dione Vaqueiro nasceu na localidade de Cajueirinho, Zona Rural do Município
de Cruz, distante 30Km da cede do Município, um pequeno vilarejo onde as pessoas
vivem basicamente da cajucultura, sua principal atividade econômica. Logo cedo,
Dione Vaqueiro despertou interesse pela labuta com o gado e derruba do boi.
Calmo, voz mansa, jeito tímido, diz que já trabalhou em várias fazendas de gado
do interior cearense, inclusive em Quixadá, a Terra dos Monólitos e da Escritora
Raquel de Queiroz. Ele diz que o trabalho e a paixão por vaquejadas dificultavam
o acesso à escola, mas, mesmo com dificuldades, concluiu o Ensino Médio. Após
algumas andanças por várias fazendas de gado pelo interior cearense, retornou
para sua terra natal onde mora com seus pais Sr. Edmar e Dona Celeste e, nas
horas vagas, trabalha na construção civil exercendo a atividade de pedreiro.
Dependendo da situação, ele já exerceu várias outras atividades laborais como
forma de sobrevivência.
Dia 29 de dezembro, moradores da comunidade vizinha de Lagoas dos Monteiro
encontraram uma grande cobra dentro de uma cacimba, um tipo de poço muito usado
pelos moradores da zona rural para captura de água. Logo a notícia se espalhou
pelas comunidades vizinhas, quando uma moradora de Lagoa dos Monteiro por nome
de Patrícia postou as primeiras imagens da internete. A Professora Márcia
Freitas, que é Coordenadora Ambiental da Comissão de Meio Ambiente e Qualidade
de Vida – COMVIDA – da Escola Municipal Joaquim José Monteiro, foi ao local,
tirou algumas fotos e postou na internete.
As pessoas começaram a mandar mensagens pela internete e WhatsApp dando apoio
e orientação de como salvar a cobra. Ligaram para órgãos ambientais, mas, não
lograram êxito. Mas, enquanto a solução não vinha, moradores jogavam água e
alimento para sobrevivência do animal. Ninguém poderia imaginar que a solução se
encontrava logo ali bem pertinho na Comunidade de Cajueirinho.
Foi quando Dione Vaqueiro soube do que estava acontecendo e foi até o local,
na companhia da amiga Edinádia, que também é vaqueira, levando cordas e outros
equipamentos e se dispôs a resgatar a cobra. Com muita disposição e coragem,
desceu dependurado em uma corda para fazer o resgate do animal. Na descida, ele
conta que passou por um exame de abelhas de ferrão, mas, por sorte, não foi
atacado. Ao se aproximar da cobra, ela não foi muito receptiva e jogava bote.
Logo após acalmá-la, conseguiu laçar, saiu da cacimba e retirou o animal.
Os companheiros, com medo da cobra, trataram logo de fugir para bem distante.
Após examinar a cobra, Dione Vaqueiro constatou que se tratava de uma
cobra-de-veado, de nome científico Corallus hortulanus que não possui nenhum
tipo de veneno que possa afetar ao homem ou outros animais que vivem próximo da
mesma. Geralmente, esta espécie de cobras é vista enrolada em galhos de árvores
e alimenta-se de pequenos animais e que era muito comum encontrar estas cobras
em suas andanças pelo campo na lida com o gado e que nunca procurou matar estas
cobras, pois, entende que são animais inofensivos e que fazem parte da natureza
devendo ser preservadas. Fez uma estimativa de que a cobra media 2,10 metros de
comprimento e pesando cerca de 15Km.
Algumas pessoas eram da opinião de que a cobra deveria ser morta, mas, ele a
levou para um local de mata, bem distante das residências e espera que as
pessoas que venha encontra-la procure preservar a vida da cobra seguindo o mesmo
sentimento de preservação da natureza como ele praticou. Como o local aonde
soltou a cobra fica ao lado do Aeroporto Internacional de Jericoacoara, espera
que ela pegue um avião e vá para a Floresta Amazônica (cic), brinclu
ele.
Dione Vaqueiro conta que após a divulgação de que ele havia capturado e
salvado uma cobra, não faltou mais quem não quisesse saber mais detalhes sobre a
façanha. Seja pela internete ou em contato pessoalmente, não falta quem não
queira saber detalhes sobre o resgate. Uns o chamam de louco, mas outros
admiraram a atitude que ele tomou e é muito felicitado pela boa ação. Seja em
casa, no trabalho ou em qualquer outro local, aonde seja encontrado, está sempre
sendo questionado sobre a cobra.
Todos querem que ele conte como fez para adentrar na cacimba e capturar um
animal que é tão temido pelas pessoas. Diz-se surpreso com a repercussão e não
esperava que uma atitude tão simples e corriqueira tivesse tanta repercussão nas
mídias sociais. Conta que já recebeu centenas de mensagens com opiniões e
cumprimentos pela ação ecológica. A proeza tem sido destaque em páginas da
internete como Blogs, facebook, WhatsApp e até entrevista para emissora de rádio
loca.
Dr. Lima
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