Por Fernando Morais, do Nocaute - Fiquei três dias fora do ar e só ontem tive oportunidade de ler a inacreditável entrevista concedida ao UOL pelo delegado Igor Romário de Paula, da Polícia Federal (aqui).
Respondendo a um colega seu, o também delegado Maurício Moscardi Grillo, Igor Romário afirma, com todos os efes e erres, o seguinte: "Não acho que a gente perdeu o timing [para prender Lula]. Esse timing pode ser daqui a 30 dias, a 60 dias. A investigação que envolve o ex-presidente Lula é muito ampla."
Não se trata apenas da desfaçatez de um policial falastrão, mas de conduta criminosa. Sim, isso mesmo. Ao revelar seletivamente supostas investigações da operação Lava Jato e tornar públicas informações que, na verdade, não passam de wishful thinking, de manifestação de desejo, o delegado comete um crime.
(Se alguma autoridade perdeu o timing, não foi com o ex-presidente Lula, mas com o empresário Eike Batista. Informado de que havia uma ordem de prisão contra si, Eike teve tempo mais do que suficiente para se escafeder do Brasil, passando ileso pelos controles da Federal no aeroporto Tom Jobim, no Rio.)
Caso esse governo frouxo tivesse um mínimo, um fiapo de autoridade, o Postiço Michel Temer e seu ministro capinador de maconha teriam afastado o delegado Igor Machado de Paula imediatamente após as declarações.
A menos que nesses três dias em que estive off-line tenha sido aprovada a tão desejada "autonomia" da Polícia Federal.
Na minha opinião, quem meteu o dedo na ferida foi o valente deputado Paulo Pimenta, do PT gaúcho (aquele que peitou o juiz Sérgio Moro diante das câmeras, no Congresso Nacional). Não deixe de ver o vídeo abaixo, em que Pimenta põe as coisas em seu devido lugar.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/277768/Fernando-Morais-Se-o-governo-tivesse-um-fiapo-de-autoridade-delegado-da-PF-j%C3%A1-estaria-afastado.htm
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