247 - Grandes investidores estrangeiros têm desprezado a próxima rodada de leilões de concessão de serviços públicos, anunciada pelo governo em setembro. O objetivo era atrair cerca de R$ 60 bilhões, mas especialistas dizem que ainda não foi possível garantir nem R$ 10 bilhões. As pendências jurídicas e o medo de reflexos da operação Lava Jato têm transmitido sinais negativos para os mercados.
Reportagem da Folha de S.Paulo ouviu representantes de seis grandes bancos e quatro fundos que financiam projetos de infraestrutura no Brasil e em outros países, que aceitaram falar sob a condição de anonimato.
"Uma dessas instituições, que administra US$ 100 bilhões em projetos de infraestrutura no mundo, desistiu de fazer captações para um fundo criado especialmente para os novos leilões no Brasil.
Escritórios de advocacia que assessoram investidores relatam a mesma dificuldade. Segundo eles, o interesse em conversar sobre investimentos no Brasil voltou após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, mas poucos chegam a fechar negócios.
O plano de concessões do presidente Michel Temer, chamado Crescer, foi lançado há um mês e até agora nenhum edital de concorrência foi lançado. Quando vierem a público, os editais ficarão abertos por cem dias e só então os leilões serão marcados.
O governo quer resolver antes uma pendência que prejudica os futuros investimentos. Diversas concessões do governo Dilma tiveram problemas financeiros e os bancos têm cerca de R$ 5 bilhões de créditos em atraso para receber das empresas que administram essas concessões.
O governo prepara uma medida provisória que permite a renegociação dos contratos ou a abertura de novas licitações. Como algumas empresas que podem ser beneficiadas são investigadas pela Operação Lava Jato, a medida poderá transmitir sinais negativos para o mercado."
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/260090/Lava-Jato-e-insegurança-jurídica-afundam-programa-de-concessões.htm
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