O deputado Enio Verri (PT-PR) observa que, até agora, nenhum chefe de Estado mundial telefonou para reconhecer o “presidente” interino Michel Temer (PMDB); “A Corte Interamericana de Direitos Humanos, o Papa e dezenas de chefes de Estado não reconhecem a interinidade de Michel Temer”, afirma; segundo ele, "o Brasil vive uma fascista e preocupante inversão de valores políticos e jurídicos"
31 de Maio de 2016 às 11:43
Blog do Esmael - O deputado Enio Verri (PT-PR) observa em sua coluna desta terça-feira hoje (31) que, até agora, nenhum chefe de Estado mundial telefonou para reconhecer o “presidente” interino Michel Temer (PMDB). “A Corte Interamericana de Direitos Humanos, o Papa e dezenas de chefes de Estado não reconhecem a interinidade de Michel Temer”, discorre o colunista.
Leia abaixo a íntegra do artigo:
Até agora, nenhum Chefe de Estado mundial telefonou para Michel Temer
O Brasil vive uma fascista e preocupante inversão de valores políticos e jurídicos, segundo os quais, os avanços sociais, econômicos e políticos dos últimos 13 anos são passíveis de questionamentos por parte de uma elite que se beneficiou do desenvolvimento brasileiro e, agora, nega os avanços. Tudo em nome de uma ordem político-econômica neoliberal, que arquitetou um golpe de Estado revestido de legalidade
Desde 2012, quando a crise econômica de 2008, que atingiu as maiores econômicas do mundo nos alcançou, a oposição desenhou os piores cenários para sua existência. O avanço da popularidade dos dois governos PT não parava, apesar da desaceleração da economia e a política de “quanto melhor, pior”, defendida pelos partidos oposicionistas.
O governo Dilma enfrentou a crise com estímulo à empregabilidade, por meio de todo tipo de renúncia fiscal possível, para o Brasil seguir produzindo. Chegamos ao fim de 2014 com 4,9% de desemprego, mas deputados e sanadores não puderam contribuir com, por exemplo, o fim da desoneração da folha de pagamento, sem perda de empregos. O posicionamento do governo em relação a operação Lava Jato foi de discrição e sem uma única interferência. Fato reconhecido pelo Ministério Público Federal (MPF).
De outra parte, o governo Dilma investiu na ampliação e no aprofundamento dos programas sociais e reforçou a participação do Brasil no Mercosul e no BRICS. O Brasil é, segundo Obama, uma liderança mundial. Em 2012, o Fundo Monetário internacional (FMI) estimava as participações de contribuição para o crescimento econômico mundial, em 56% do bloco BRICS e 9% do bloco G7.
Com fortunas energéticas incalculáveis para a geopolítica mundial, o Brasil e sua jovem democracia foram submetidas a um golpe e constrangimento internacional. Os 367 deputados, apoiadores da ruptura democrática, causaram um indisfarçável mal estar. A maior parte dos países das Américas Latina e Central e do Caribe acusou o processo em curso e nenhum chefe de Estado do mundo telefonou para cumprimentar o novo “presidente”.
O mais evidente complexo terceiro-mundista foi expresso pelo ministro interino do Exterior, José Serra (PSDB), ao visitar a Argentina sem ser convidado por não ser reconhecido, como governo legítimo. O Brasil foi imperialista. E Serra, em sua posse, no Itamaraty, deixou claro que não quer relações com países bolivarianos, como a Venezuela, a Bolívia, o Equador.
Em uma atitude arrogante e de mau jeito, os golpistas colocam em risco uma aliança de desenvolvimento e paz, construída há mais de 10 anos. A Corte Interamericana de Direitos Humanos, o Papa e dezenas de chefes de Estado não reconhecem a interinidade de Michel Temer. O mundo está estarrecido com o atraso político em mais de 40 anos.
*Enio Verri é deputado federal, presidente do PT do Paraná e professor licenciado do departamento de Economia da Universidade Estadual do Paraná. Escreve nas terças sobre poder e socialismo.
http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/235332/Verri-nenhum-chefe-de-Estado-ligou-para-Temer.htm
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