Páginas

sábado, 9 de junho de 2012

Mentira tem perna curta, mas causa um estrago...

 

É incrível como algumas pessoas insistem em se arvorar juízes alheios, tomando conta da vida do outro como se sua fosse e, ainda por cima, inventando uma série de coisas em conformidade com o seu entendimento errôneo das circunstâncias. Tem gente que analisa tudo levando em conta à própria lógica, imaginando que o outro lhe é absolutamente semelhante e, automaticamente, capaz de tomar as mesmas atitudes ou agir em função dos mesmos motivos. Isso é tão ridículo e, ao mesmo tempo, cria situações tão constrangedoras. Fala-se mal dos outros por qualquer coisa. É imaginação demais e comprovação de menos. De repente, se se vê “alguém” saindo do carro de outro “alguém”; pronto... Já se fica imaginando “coisas”, principalmente se se está acostumado a fazer essas mesmas “coisas”.

Acontece que as pessoas são diferentes, e o que pode significar um “encontro” para uns, pode simplesmente significar uma “carona” para outros. Além disso, a imaginação de alguns é tão fértil que, às vezes, nem é necessário visualizar um evento como fato gerador, posto que a mente ávida de futriquinhas, vê “coisas” onde nada existe, e inventa o que acha conveniente; a fim muitas vezes de sossegar a própria apreensão por praticar condutas desonrosas. “Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu?” (Mt 7, 4). É muita hipocrisia mesmo.

Devemos levar em conta, inicialmente, que todos possuímos defeitos e somos passíveis de cometer erros. A vida alheia não deveria nos interessar, a menos que fosse para tentar edificá-la, não destruí-la (Ef 4, 29). Como diz uma grande amiga: “Quem muito fala, dá bom dia a cavalo”. Tem horas que o melhor é permanecer calado. Há um conhecido provérbio que lembra: “Em boca fechada não entra mosca”. Deveríamos pensar mais antes de sair por ai falando coisas que não nos dizem respeito. Muitos equívocos se transformam em grandes tragédias pessoais, pois se tem o costume de acreditar mais nos outros do que em si mesmo, na própria intuição e sentimento.

A mentira causa danos, às vezes irreparáveis, mesmo que posteriormente se descubra que tudo não passou de uma farsa, fuxico, maledicência. “Por isso, renunciai à mentira” (Ef 4,25). Mantenha-se afastado de situações que o predisponham a falar demais, criar ou inventar coisas só para ser popular, impressionar os ouvintes, ou simplesmente ter assunto picante ou tétrico. O mentiroso sempre é mal visto e, com o passar do tempo, ninguém mais lhe dá crédito algum. A pessoa que diz a verdade, pelo contrário, resplandece, inspira confiança e traz segurança. Aos que preferem continuar mentindo, entretanto, apenas um aviso: não há mal que sempre dure (Ap 21, 8).

Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário