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domingo, 1 de abril de 2012

Avenida Brasil


A estreia da nova novela das 21 horas foi marcada por grande expectativa e
já mostrou a que veio. Preparem-se os telespectadores para uma viagem por
aquilo que o ser humano pode apresentar de pior. A maldade será a tônica
da novela e, sinceramente, aconselho os pais a conservarem suas crianças
longe do televisor. A atriz principal, Adriana Esteves, adiantou que seu
filho caçula não poderá acompanhar a novela, pois não apresenta
“discernimento” para tanto. Ciente de que interpretará a pior vilã de sua
carreira, a mãe de Vicente (05), Felipe (12) e Agnes (14), ainda tem
dúvidas quanto a permitir que os filhos mais velhos acompanhem o seu
trabalho em “Avenida Brasil”. O ator José de Abreu, que interpreta “Nilo”
também está impressionado com a vileza de seu personagem, que promete
chocar o país com suas atrocidades.
Ora, se o próprio elenco da novela está estarrecido diante das
barbaridades que terão de encenar, imaginem o que vem por aí. Poupem-se de
contaminar a mente e o espírito com o produto de uma novela a serviço do
mal. O ator Marcello Novaes, o “Max”, disse que as cenas em que contracena
com a pequena Mel Maia (07), a “Rita”, estão sendo especialmente difíceis,
pois ele se preocupa em não machucar a criança, enquanto que o diretor,
Ricardo Waddington, manda “pegar mesmo”. Evidente que o ator tem procurado
ignorar seus princípios morais e valores éticos, e se encontra em
“dissonância cognitiva”, sentindo-se forçado a interpretar um personagem
com falas e atitudes violentas em relação à criança, situação que desdenha
e pessoalmente abomina.
Considero realmente lamentável o interesse do autor, João Emanuel
Carneiro, em se promover à custa da barbárie, como fez em “A favorita”,
sua novela anterior, sabendo que o nosso povo é tão sofrido, tão
influenciável, carente de esperança e bons exemplos. Contaminar a mente e
o espírito das pessoas com ideias abjetas e criminosas é promover o mal.
Certamente, advirão consequências nefastas tanto para o elenco, que já
está sofrendo ao interpretar esses vilões, quanto para o autor e os
indivíduos que se deixarem envolver pelos apelos maldosos do folhetim.
Sugiro que as pessoas de bem busquem outro entretenimento nesse horário,
esclarecendo a seus filhos sobre os riscos e efeitos deletérios dessa
programação.
Ao autor, diretor e elenco da novela “Avenida Brasil” gostaria apenas de
recomendar a leitura da passagem bíblica que se encontra no capítulo 18,
versículos 6 e 7 do Evangelho de São Mateus, e que diz assim: “Caso alguém
escandalize um destes pequeninos que creem em mim, melhor será que lhe
pendurem ao pescoço uma pesada mó e seja precipitado nas profundezes do
mar. Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis; mas, ai
do homem que os causa”. Pelo menos assim, terão consciência de que serão
responsabilizados por cada pessoa que, influenciada por esse folhetim,
vier a cometer o mal contra si mesmo e contra o seu próximo.
Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é
escritora.

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