Pesquisa do Diário constatou que a média das variações (22%) dos preços ultrapassa o limite legal de 15% de desconto
A variação de preços dos medicamentos vendidos nas farmácias de Fortaleza pode chegar aos 42,8%. O Diário do Nordeste pesquisou, na última segunda-feira, os preços, já com os descontos concedidos, de 13 remédios de marcas comerciais em cinco estabelecimentos da Capital e constatou as diferenças dos valores.
Enquanto uma caixa com 15 comprimidos do antibiótico Amoxil 500mg, da GlaxoSmithKline, é vendido por R$ 23,36 na Extra Farma, a farmácia Dose Certa vende o mesmo remédio por R$ 33,37. A variação entre os preços é de 42,8%.
Na comparação entre as cestas de produtos das cinco farmácias, a diferença chega a R$ 33,20. O preço dos 13 medicamentos somados, com descontos, é de R$ 154,50 na Extra Farma, onde a cesta saiu mais barata. Já na farmácia Dose Certa, que teve a cesta mais cara o valor cobrado pelos medicamentos fica em R$ 187,70.
“Fiquei espantado quando fiz uma pesquisa entre duas farmácia e encontrei as diferenças dos valores. No meu caso, estava apenas com uma virose, mas fico imaginando o quanto essas diferenças podem significar para quem é consumidor regular de medicamentos”, afirma o advogado Pedro Lucas Ferreira Rodrigues.
Ele relata que na compra dos quatro remédios que pesquisou, a diferença total quase chegou aos R$ 30,00. “Isso é um absurdo. Tinha produto que custava o dobro do preço da outra farmácia”.
Consulta
A pesquisa consultou os preços nas farmácias Pague Menos, Dose Certa, Extra Farma, Avenida e Telejuca. O produto que teve menor variação entre os valores extremos foi o Luftal Gotas, que em três lojas foi encontrado por R$ 10,59, o menor valor apontado.
Na farmácia Telejuca, o preço do mesmo medicamento é R$ 10,99. Nesse caso, a variação é de 3,7%. A pesquisa também aponta a média das variações entre os produtos mais caros e os mais baratos, 22,2%.
Essa variação é superior ao limite máximo dos descontos permitidos pela legislação vigente no Estado, que é de 15%. “O mais grave é que os preços dos medicamentos são tabelados pelo Governo Federal. O consumidor não tem a cultura de pedir a tabela no balcão da farmácia. É um direito dele”, informa Fábio Timbó, assessor jurídico do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma).
Ele orienta o consumidor a, além de consultar a tabela de preços, pedir a nota fiscal e checar a validade dos medicamento. “Em caso de diferenças muito grandes nos preços, pode ser feita uma denúncia à Anvisa ou à vigilância sanitária local. Também é recomendável procurar o Procon ou o Decon para esclarecer e reivindicar seus direitos”.
Segundo dados do Sincofarma, no Ceará há mais de 8 mil farmácias que comercializam cerca de 15 mil apresentações diferentes de remédios.
Guto Castro NetoRepórter
Postado por: Jacinto Pereira
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