BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que o Brasil tem “autoridade moral” para indicar durante a reunião do G20 “como se cuida de um país”.
Os principais países desenvolvidos e em desenvolvimento, entre eles o Brasil, se reunirão em abril, em Londres, para discutir medidas de combate aos efeitos da crise financeira internacional. Para Lula, os participantes do encontro devem tomar uma decisão para regular o mercado financeiro internacional.
“Esse país tão humilde e tão achincalhado, quando sentar na mesa do G20, certamente será um dos países que terá mais autoridade moral para falar como se cuida de um país”, discursou o presidente, durante evento para inaugurar uma linha de transmissão de energia em Florianópolis (SC).
Para Lula, o Brasil tem mais capacidade para enfrentar a crise porque reforçou os bancos públicos e as empresas estatais.
“Se os Estados Unidos ou a Alemanha tivessem 50 por cento do crédito interno de bancos públicos, certamente eles não estariam passando pela crise que estão passando, de falta de crédito”, destacou.
O presidente alegou que o Brasil tem problemas por estar interligado ao resto do mundo, e atacou as medidas protecionistas adotadas por alguns países.
“Não podemos aceitar a ideia daqueles que pregaram o livre mercado durante 30 anos agora dizer ‘temos que fazer proteção para garantir o nosso emprego, para garantir o nosso aço, para garantir as nossas casas’”, criticou. “Não: vamos jogar o jogo sério.”
O presidente voltou a criticar os especialistas do mercado internacional que antes tentavam influenciar a condução da política econômica brasileira e agora passam por dificuldades financeiras.
“É muito interessante como é que eles sabiam dar palpite quando era o Brasil que estava em crise”, alfinetou Lula. “Era como se nós fôssemos um bando de analfabetos e eles graduados e doutorados em ensinar como é que a gente tinha que cuidar da nossa economia”, acrescentou.
Lula também revelou uma nova data para o programa de incentivo à habitação popular que está sendo elaborado pelo governo. Disse que lançará o pacote daqui a 15 ou 20 dias, anteriormente previsto para janeiro e depois fevereiro. Segundo o presidente, o governo ainda acerta os últimos detalhes do pacote, que terá o objetivo de construir 1 milhão de casas em dois anos.
“Posso garantir para vocês que temos o dinheiro para fazer isso”, assegurou.
Reportagem de Fernando Exman
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