Carolina Gonçalves e Karine Melo - Repórteres da Agência
Brasil
Por 61 a 20, o plenário do Senado acaba de decidir pelo impeachment de Dilma
Rousseff. Não houve abstenção. A posse de Temer ocorrerá ainda hoje.
O resultado foi comemorado com aplausos por aliados do presidente interino
Michel Temer, que cantaram o Hino Nacional. O resultado foi proclamado pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que comandou
o julgamento do processo no Senado, iniciado na última quinta-feira (25).
Assista ao vivo:
Agora, os senadores irão decidir se Dilma perde os direitos políticos por
oito anos.
Fernando Collor, primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura
militar, foi o primeiro chefe de governo brasileiro afastado do poder em um
processo de impeachment, em 1992. Com Dilma Rousseff, é a segunda vez que um
presidente perde o mandato no mesmo tipo de processo.
Dilma fará uma declaração à imprensa. Senadores aliados da petista estão se
dirigindo ao Palácio da Alvorada para acompanhar o pronunciamento de Dilma.
Julgamento
A fase final de julgamento começou na última quinta-feira (25) e se arrastou
até hoje com a manifestação da própria representada, além da fala de senadores,
testemunhas e dos advogados das duas partes. Nesse último dia, o ministro
Ricardo Lewandowski leu um relatório resumido elencando provas e os principais
argumentos apresentados ao longo do processo pela acusação e defesa. Quatro
senadores escolhidos por cada um dos lados – Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pela defesa, e Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Ana
Amélia (PP-RS), pela acusação – encaminharam a votação que ocorreu de forma
nominal, em painel eletrônico.
Histórico
O processo de impeachment começou a tramitar no início de dezembro de 2015,
quando o então presidente da Câmara dos Deputados e um dos maiores adversários
políticos de Dilma, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou a peça apresentada pelos
advogados Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo.
No pedido, os três autores acusaram Dilma de ter cometido crime de
responsabilidade fiscal e elencaram fatos de anos anteriores, mas o processo
teve andamento apenas com as denúncias relativas a 2015. Na Câmara, a
admissibilidade do processo foi aprovada em abril e enviado ao Senado, onde foi
analisada por uma comissão especial, onde foi aprovado relatório do senador
Antônio Anastasia (PMDB-MG) a favor do afastamento definitivo da presidenta.
Entre as acusações as quais Dilma foi julgada estavam a edição de três
decretos de crédito suplementares sem a autorização do Legislativo e em
desacordo com a meta fiscal que vigorava na época, e as operações que ficaram
conhecidas como pedaladas fiscais, que tratavam-se de atrasos no repasse de
recursos do Tesouro aos bancos públicos responsáveis pelo pagamento de
benefícios sociais, como o Plano Safra.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/252674/Por-61-a-20-senadores-confirmam-o-golpe-de-2016.htm
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