O general do Exército libanês François el Hajj, militar ligado ao candidato favorito à presidência do país, morreu nesta quarta-feira, 12, na explosão de uma bomba em uma estrada no subúrbio de Beirute, que também matou um guarda-costa do militar.
"O general François El Hajj e seu guarda-costas morreram na explosão", declarou à AFP uma fonte militar que pediu anonimato.
O coordenador de situações de emergência da Cruz Vermelha, Georges Kettané, confirmou à AFP as duas mortes e que oito pessoas ficaram feridas.
"Cinco foram hospitalizadas e outras três ficaram levemente feridas", disse.
François el Hajj, 54 anos, foi o comandante das operações executadas pelo Exército do Líbano contra os extremistas islâmicos do Fatah al-Islam, que se entrincheiraram durante 15 semanas no campo de refugiados palestinos de Nahr al-Bared (norte do Líbano).
O general era um dos colaboradores mais próximos daquele que é considerado o favorito para ocupar a presidência libanesa, o comandante das Forças Armadas, Michel Sleimane.
Um carro-bomba explodiu na passagem do veículo do general que se dirigia para o trabalho, no ministério da Defesa, em Yarzé, perto da capital. Devido à força da explosão, o corpo do militar foi jogado para fora do carro e foi parar num barranco.
A explosão ocorreu nas proximidades da prefeitura de Baabda e causou sérios danos materiais, como a destruição de vários veículos estacionados nos arredores.
Os militares conseguiram prender um homem a poucos metros do lugar do atentado, segundo constatou um fotógrafo da AFP. O suspeito tinha um alonga barga e usava um gorro e um abrigo marrom claro.
"O atentado está relacionado com os fatos de Nahr al Bared e a crise política que atravessa o país", declarou à AFP o ex-militar Elias Hanna, amigo do general assassinado.
"Era um oficial distinto em todos os níveis e poderia ter sido o futuro chee das Forças Armadas; por isso representava um alvo de grande importância", acrescentou.
Segundo o deputado da maioria parlamentar anti-síria, Butros Harb, o ataque foi uma reação contra o exército.
"O general de brigada morreu mártir na explosão", indicou um comunicado do exército, acrescentando que já foi colocada em andamento uma investigação do atentado.
O atentado acontece em um momento de paralisia entre a maioria anti-síria governamental e a oposição, apoiada por Síria e Irã, no processo de eleição do novo chefe Estado libanês, que substituirá o pró-sírio Emile Lahoud, cujo mandato chegou ao fim no dia 23 de novembro.
Na segunda-feira, o presidente do parlamento, Nabih Berri, adiou pela oitava vez a sessã parlamentar prevista para o dia seguinte para eleger o chefe de Estado. A nova sessão foi convocada para o dia 17.
Sleimane aparece como un candidato de consenso entre a maioria anti-síria e a oposição pró-síria, mas as negociações se mantêm bloqueadas sobre como fazer emendas dos artigos da Constituição que impedem sua eleição.
A atual Constituiçãl exige que, para ser designado chefe de Estado, qualquer alto funcionário deve abandonar seu cargo antes da eleição.
Também não há acordo sobre o equilíbrio de forças no próximo governo.
O Líbano já sofreu vários atentados e assassinatos desde o ataque que matou o ex-primeiro-ministro Rafic Hariri, em 14 de fevereiro de 2005.
AFP
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