quarta-feira, 9 de julho de 2025
BRICS, sustentabilidade e transição energética – Com Dilma Rousseff
Sputnik Brasil: Mais da metade de mexicanos e canadenses consideram os EUA a maior ameaça ao seu país


Ampliando a análise para outros continentes, a pesquisa mostra a Indonésia, por exemplo, com 40% de pessoas a considerarem os Estados Unidos uma grande ameaça, enquanto na África do Sul, 35% vão na mesma linha. A porcentagem é semelhante na Espanha (31%), assim como na Turquia (30%) e no Brasil (29%).
Brasil247: Rejeição nas alturas: com 75% e 74%, Alcolumbre e Hugo Motta lideram ranking de imagem negativa
Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg revela que presidentes do Senado e da Câmara têm maior taxa de desaprovação entre os principais líderes políticos do Brasil


247 - Os dois principais nomes do Congresso Nacional enfrentam forte desgaste perante a opinião pública, segundo a mais recente rodada do relatório Latam Pulse, parceria entre AtlasIntel e Bloomberg. O levantamento revela que Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, e Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, são os líderes com as piores avaliações entre os 16 nomes analisados.
A pesquisa, realizada entre os dias 27 e 30 de junho de 2025 com 2.621 brasileiros adultos, mostra que apenas 3% dos entrevistados têm uma imagem positiva de Alcolumbre, enquanto 75% manifestam percepção negativa, resultando em um saldo de imagem de -72 pontos percentuais (p.p.) — o pior entre todos os avaliados. Já Hugo Motta registra 4% de imagem positiva e 74% de negativa, com um saldo de -70 p.p..
A diferença entre imagem positiva e negativa é abissal, contrastando com a percepção de outras figuras políticas de peso. A pesquisa incluiu nomes como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que mantém um equilíbrio relativo (47% de imagem positiva e 53% de negativa, com saldo de -6 p.p.).
Outros líderes com desempenho frágil, embora não tão dramático quanto o de Alcolumbre e Motta, foram Ciro Gomes (24% positivo, 62% negativo, saldo de -38 p.p.) e Ronaldo Caiado (25% positivo, 53% negativo, -28 p.p.).
A pesquisa seguiu metodologia de recrutamento digital aleatório (Atlas RDR), com margem de erro de ±2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/rejeicao-nas-alturas-com-75-e-74-alcolumbre-e-hugo-motta-lideram-ranking-de-imagem-negativa
Brasil247: Gustavo Petro convoca o Sul Global à ação contra o genocídio promovido por Israel em Gaza
Presidente colombiano anunciou uma conferência de emergência para o próximo dia 15 de julho, em Bogotá, em parceria com a África do Sul

247 – O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, publicou nesta semana um contundente artigo no jornal britânico The Guardian, exigindo ação internacional imediata diante do genocídio em Gaza promovido por Israel. O texto denuncia a “abdicação generalizada do dever internacional” por parte dos Estados e anuncia a convocação de uma conferência de emergência para o próximo dia 15 de julho, em Bogotá, em parceria com a África do Sul.
“Durante os últimos 600 dias, o mundo tem testemunhado Benjamin Netanyahu liderar uma campanha de devastação em Gaza, a escalada do conflito regional e o abandono imprudente do direito internacional”, afirma Petro. Para o presidente colombiano, a resposta da comunidade internacional tem sido marcada pela omissão e por cálculos estratégicos que ignoram a responsabilidade moral de proteger o povo palestino.
A resolução da ONU e a urgência da ação
Petro recorda que, em setembro de 2024, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que exigia o fim imediato da presença israelense nos Territórios Palestinos Ocupados. A Colômbia esteve entre os 124 países que votaram a favor da medida, que estabeleceu um prazo de 12 meses para o cumprimento da determinação.
“Ao votar a favor da resolução, assumimos obrigações concretas: investigações, enjuiciamentos, sanções, congelamento de ativos e cessação de exportações e vendas de armas”, destaca Petro. “O tempo apremia”, alerta, referindo-se ao esgotamento do prazo sem que Israel tenha cessado suas operações.
O presidente denuncia que muitos países têm recuado de suas responsabilidades diante de pressões e ameaças veladas, como as sofridas pela África do Sul após apresentar seu caso à Corte Internacional de Justiça. “Se nós não agirmos agora, não apenas trairemos o povo palestino, mas nos tornaremos cúmplices das atrocidades cometidas pelo governo de Netanyahu”, alerta.
Exemplos de ruptura com a cumplicidade
Petro menciona exemplos de países que já começaram a romper os laços de cumplicidade com Israel. “Meu governo suspendeu as exportações de carvão a Israel, reconhecendo que os laços econômicos são inseparáveis da responsabilidade moral”, afirma. Ele também destaca o papel da África do Sul, que levou Israel à CIJ, e da Malásia, que proibiu o desembarque de navios com bandeira israelense em seus portos.
Para Petro, essas ações são sinais de que a resistência ao unilateralismo não é apenas possível, mas urgente. Ele ressalta que, sem medidas concretas, o sistema multilateral corre o risco de se transformar num “foro de debate esvaziado”, incapaz de garantir proteção aos países menos privilegiados.
A conferência de Bogotá: romper a inércia
A próxima etapa dessa mobilização será a conferência internacional de emergência sobre Gaza, convocada por Colômbia e África do Sul para 15 de julho. O objetivo, segundo o editorial, é deliberar medidas legais, diplomáticas e econômicas que possam “parar a destruição promovida por Israel e defender o princípio fundamental de que nenhum Estado está acima da lei”.
Petro também criticou o adiamento indefinido da Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão Palestina, inicialmente proposta pela ONU e coorganizada por França e Arábia Saudita, dizendo que essa paralisia deixou “um vazio crítico de liderança multilateral, justamente quando ela é mais necessária”.
Citando os relatórios da ONU que classificam Gaza como “o lugar com mais fome do planeta” e que descrevem a missão humanitária internacional como “uma das mais obstruídas da história recente”, Petro afirmou que a conferência de Bogotá visa transformar a indignação global em ação coletiva efetiva.
Contra a lógica da força, a força do direito
Em seu apelo final, o presidente colombiano fez uma crítica contundente ao modelo de dominação que associa Washington e Tel Aviv: “Ao romper nossos laços de cumplicidade — nos tribunais, portos e fábricas dos nossos Estados — podemos desafiar a visão de Donald Trump e Netanyahu de um mundo onde ‘a força é a razão’”.
Petro conclui o editorial com um chamado à coragem e à ação coletiva: “Podemos manter-nos firmes na defesa dos princípios jurídicos que buscam prevenir a guerra e o conflito, ou contemplar com impotência o colapso do sistema internacional sob o peso de uma política de poder desenfreada. Sejamos protagonistas juntos, não suplicantes por separado”.
O posicionamento de Petro reafirma a emergência de uma nova liderança no Sul Global, disposta a defender a legalidade internacional contra a impunidade das potências militares. Em tempos de guerra e destruição, a conferência de Bogotá poderá se tornar um marco na luta por um mundo multipolar, baseado na justiça, na soberania e nos direitos humanos.
Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/gustavo-petro-convoca-o-sul-global-a-acao-contra-o-genocidio-promovido-por-israel-em-gaza
Brasil247: Governo se reúne com cúpula do Congresso para tentar resolver crise do IOF
Encontro reservado na residência oficial do presidente da Câmara buscou costurar acordo político antes da audiência de conciliação no STF

247 - Em meio à escalada de tensões entre os Poderes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se na noite desta terça-feira (8) com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para tratar da crise envolvendo o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A informação é da CNN Brasil.
O encontro ocorreu na residência oficial da presidência da Câmara, em Brasília, e foi convocado por Hugo Motta diante do impasse gerado pela suspensão do decreto presidencial que elevava as alíquotas do imposto — medida derrubada pelo Congresso e, posteriormente, levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Executivo.
Não houve comunicado à imprensa. Nos bastidores, a avaliação é de que o momento exige prudência e esforço de conciliação para evitar uma crise institucional mais profunda.
No dia 1º de julho, o governo acionou o STF para reverter a decisão do Congresso que anulou o decreto do IOF. A ação foi apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), sob o argumento de que o Legislativo extrapolou sua competência ao interferir numa medida de competência privativa do Executivo.
Na última sexta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo, suspendeu tanto o decreto presidencial quanto o decreto legislativo e convocou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho, às 15h, com o objetivo de buscar um entendimento entre os Poderes.
A crise teve início em maio, quando o governo editou o decreto justificando o aumento do IOF como forma de fortalecer a regulação sobre os mercados de câmbio, crédito e seguros — além de ajudar no cumprimento das metas fiscais. A reação do Congresso foi imediata. Câmara e Senado aprovaram, no mesmo dia, um projeto de decreto legislativo (PDL) que derrubava a medida.
Nos últimos dias, parlamentares têm endurecido o discurso. A CNN apurou que o presidente da Câmara considera que o Congresso não deve ceder na questão do IOF. Já Davi Alcolumbre, ao ser questionado sobre a audiência de conciliação, declarou: “Tem que ir, né?”, sinalizando disposição institucional, mas também certo desconforto com a judicialização do tema.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por levar a disputa ao STF, numa tentativa de garantir a validade do decreto e, com isso, preservar a autonomia do Executivo na gestão de políticas fiscais.
Além da disputa jurídica, o tema tem forte impacto político e social. O Congresso age como defensor das posições do capital financeiro, dos ricos, que querem forçar o governo a cortar gastos fundamentais para a manutenção de programas sociais e promover um arrocho fiscal onerando o povo. Para tentar conter o desgaste, interlocutores do governo defendem a costura de um acordo político que preserve o equilíbrio entre os Poderes e permita uma saída negociada.
Na semana passada, em entrevista à Folha de S.Paulo, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, defendeu que o decreto não teve caráter arrecadatório, mas sim regulatório. “O governo tem como provar ao STF que a edição do decreto de aumento do IOF não teve viés arrecadatório”, afirmou.
A audiência de conciliação convocada por Moraes é uma tentativa de restaurar o diálogo institucional e evitar que a disputa sobre o IOF provoque fissuras permanentes na relação entre Executivo e Legislativo.
Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/governo-se-reune-com-cupula-do-congresso-para-tentar-resolver-crise-do-iof
terça-feira, 8 de julho de 2025
Agência Brasil: Fórum econômico discute novas parcerias entre Brasil e Índia
Evento é realizado paralelamente à Reunião de Cúpula do Brics

Com o objetivo de acelerar a integração
comercial entre o Brasil e a Índia, empresários, diplomatas e
representantes dos governos dos dois países discutiram nesta
segunda-feira (7) oportunidades de parcerias. Realizado
paralelamente à Reunião de Cúpula do Brics, o Fórum Econômico
Brasil–Índia ocorreu em honra à visita do primeiro-ministro indiano,
Narendra Modi, ao Brasil.
Ocorrido no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, o evento teria a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, Lula cancelou a ida porque embarca ainda nesta segunda-feira (7) para Brasília, onde receberá o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, nesta terça-feira (8) no Palácio do Planalto.
Como a Índia presidirá o Brics no próximo ano, o país asiático teve destaque na programação da cidade. O encontro identificou 385 oportunidades para produtos brasileiros no mercado indiano nos seguintes setores: combustíveis minerais, máquinas e equipamentos de transporte, artigos manufaturados, produtos químicos, e óleos animais e vegetais.
O Fórum Econômico Brasil–Índia foi promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Câmara de Comércio Índia–Brasil (CCIB) e a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI).
Na abertura do fórum, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, disse que o Brasil tornou-se um dos principais destinos de investimentos estrangeiros no mundo, ao mesmo tempo em que a Índia, cuja população ultrapassou a da China em 2023, traz oportunidades para produtos brasileiros.
“No caso da Índia, não teremos outra oportunidade tão grande como esta, porque a relação entre os dois países não tem conflitos, são países amigos e gigantes territorial e populacionalmente. O comércio bilateral, que hoje gira em torno de R$ 12 bilhões, é ainda muito pequeno diante desse potencial, especialmente porque nossa balança é concentrada em poucos produtos. Há, portanto, um enorme espaço para crescimento em ambas as direções”, disse Viana.
Conselho empresarial
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que as economias brasileira e indiana se complementam.
“Temos muitas demandas em comum com relação à cana-de-açúcar, ao açúcar e ao etanol. Podemos, juntos, ser protagonistas no fornecimento de combustível sustentável de aviação para o mundo. Eu entendo que, na evolução das relações bilaterais ou multilaterais, quem vai sair na frente é quem busca a complementariedade e não a competição entre si”, declarou Alban.
Durante o encontro, a CNI e a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria Indianas anunciaram que vão trabalhar para a criação do Conselho Empresarial Brasil–Índia. A entidade terá a missão de promover o diálogo entre empresários e governos e formular propostas conjuntas que melhorem o ambiente de negócios e incentivem o comércio e os investimentos bilaterais.
Novo modelo
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Márcio Elias Rosa, disse que os dois países podem atuar na busca de um novo modelo de desenvolvimento. Esse sistema contemplaria o desenvolvimento sustentável, baseado na economia verde, na economia digital e na inclusão social.
“O Brasil possui um vasto mercado interno, um parque industrial resiliente e uma diplomacia econômica ativa. Ao setor produtivo, não faltam competência e capacidade; ao governo federal, não faltam disposição e compromisso com uma política externa que gere oportunidades, integração e justiça social”, declarou Rosa.
Segundo o número dois do Mdic, Brasil e Índia podem intensificar as parcerias em segmentos como máquinas e equipamentos, fertilizantes, biofármacos, economia digital, economia circular e transição energética.
Multilateralismo
O secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores, Laudemar Aguiar, afirmou que o fórum pretende consolidar uma agenda bilateral autônoma e que considere o peso político do Brasil e da Índia, com destaque para o multilateralismo e o desenvolvimento sustentável.
“Em um cenário de mudanças geopolíticas e econômicas aceleradas, é essencial fortalecer os laços entre duas democracias vibrantes do Sul Global que compartilham aspirações por desenvolvimento com justiça social, maior protagonismo nas instâncias internacionais e inserção soberana nas cadeias globais de valor. A cooperação entre nossos países não é apenas estratégica, ela é necessária para a construção de uma ordem internacional mais equitativa, inclusiva e sustentável”, destacou.
Números
Quinta maior economia do planeta, atrás de Estados Unidos, China, Alemanha e Japão, a Índia foi apenas o 13º maior destino das exportações brasileiras em 2024. No mesmo período, o país asiático foi a sexta maior origem das importações brasileiras.
O principal produto exportado pelo Brasil para a Índia em 2024 foi o açúcar, mesmo com a tarifa de 100% no mercado indiano por causa da alta competitividade internacional do produto brasileiro. Em relação às importações, o Brasil comprou principalmente compostos organo-inorgânicos e medicamentos, por causa da prevalência do país asiático na indústria farmacêutica.
Em relação aos investimentos diretos, que geram empregos, a Índia investiu US$ 2,93 bilhões no mercado brasileiro em 2023 (último ano disponível). O país foi apenas o 28º no ranking de investimentos estrangeiros no Brasil. No mesmo ano, o estoque de investimentos brasileiros na Índia somou apenas US$ 41,21 milhões, em 63º no ranking.
Agência Brasil: Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira
(7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a
ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A
iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a
Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor
até a COP30, em novembro.
“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento.
A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima.
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países.
>> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp
O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados.
“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento.
Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima.
Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto.
“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração.
Mercado de carbono
Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área.
Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”.
Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas.
Agência Brasil: Lula diz que ameaça de taxação de Trump não preocupa nações do Brics

A ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 10% países que se alinhem ao Brics,
não causou preocupação durante a reunião de cúpula do bloco, segundo o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro de líderes dos 11
países-membros e dez nações parceiras, no Rio de Janeiro, terminou nesta
segunda-feira (7).
"Na reunião do Brics ninguém tocou nesse assunto, ou seja, como se não tivesse ninguém falado. Não demos nenhuma importância a isso", disse Lula, em entrevista ao fim do encontro de líderes.
O presidente avaliou que a declaração de Trump - feita em seu perfil em uma rede social - foi irresponsável.
"Sinceramente, eu nem acho que eu deveria comentar, porque eu não acho uma coisa muito responsável e séria o presidente da república de um país do tamanho dos Estados Unidos ficar ameaçando o mundo através da internet", acrescentou.
>> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp
Defesa da soberania
Lula disse, ainda, que os países são soberanos e que, se os Estados Unidos impuserem tarifas, os outros têm o direito de fazer o mesmo.
"Existe a lei da reciprocidade", destacou Lula. "Respeito é muito bom. A gente gosta de dar e gosta de receber. E é preciso que as pessoas leiam o significado da palavra soberania. Cada país é dono do seu nariz".
O presidente Lula comentou ainda as declarações de Trump sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o presidente dos EUA, Bolsonaro está sofrendo uma caça às bruxas e ele deve ser deixado em paz.
"Esse país [o Brasil] tem leis. Esse país tem regra. Esse país tem um dono chamado povo brasileiro. Portanto, deem palpite na sua vida e não na nossa", finalizou.
Brasil247: Governo vai ao STF para manter decreto do IOF e cobra lealdade de partidos aliados
Rui Costa diz que Congresso quebrou acordo com o Planalto e defende repaginar relação com base


247 - O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo federal insistirá junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela manutenção integral do decreto que aumentou a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) — medida recentemente derrubada pelo Congresso Nacional. A declaração foi dada em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido na noite desta segunda-feira (7). Segundo Costa, a decisão do Legislativo rompeu um acordo prévio firmado com o Executivo.
“O combinado não sai caro”, afirmou o ministro. “Havia pacto e acordo. Estava pactuado que não haveria votação até o momento em que fomos surpreendidos”, criticou, responsabilizando os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pela articulação que resultou na revogação da medida.
A controvérsia em torno do decreto foi levada ao STF, e o ministro Alexandre de Moraes decidiu, na última sexta-feira (4), suspender os efeitos tanto do decreto presidencial quanto do projeto de decreto legislativo (PDL) que o anulava, buscando uma conciliação entre os Poderes. Rui Costa, no entanto, foi claro: o governo defenderá o texto na íntegra. “Sim, (vamos defender) a integralidade do decreto até porque a negociação sobre o mérito nós já tínhamos feito”.
Segundo o ministro, o cerne da disputa não se resume à política fiscal, mas à preservação das prerrogativas do Executivo. “Não se trata apenas de defender o IOF como instrumento regulatório. Se o governo não conseguir mais editar decreto, não conseguir fazer portaria, acabou o governo. Isso precisa ser discutido. O fundamental é garantir a capacidade de governar do presidente”, argumentou.
Além da defesa da medida, Rui Costa lançou duras críticas aos partidos da base governista — como MDB, PSD e União Brasil — que, mesmo ocupando ministérios, votaram contra o decreto. Para ele, a crise de confiança exige uma reavaliação das alianças. “É preciso repaginar a relação e fazer uma DR com os partidos”, disse. “A relação tem que ser olho no olho, e o combinado é para ser cumprido. Quando você compõe um governo, compõe não só para usufruir as coisas boas de um governo, tem que estar ajustado com esse governo”.
O ministro também contestou a legalidade do instrumento usado pelo Congresso para barrar o decreto: “Nesse caso, o PDL não teve amparo legal”, afirmou.
Rui Costa ainda aproveitou o espaço para criticar o modelo orçamentário vigente, que, segundo ele, foi deturpado durante o governo Bolsonaro. “A relação entre Executivo e Congresso vem se deteriorando há anos”, disse. “O volume de emendas nas mãos dos parlamentares não existe em nenhum outro lugar do mundo.” E ironizou: “É esse modelo em que nós pegamos quase metade do Orçamento livre de uma nação e se aplica em um efeito aerosol de emendas parlamentares?”
Questionado sobre o projeto aprovado pelo Congresso que amplia de 513 para 530 o número de deputados federais, o ministro afirmou que o presidente Lula ainda não tomou uma decisão. “Ele ainda vai se debruçar sobre o assunto, o prazo dele é ainda na próxima semana, no dia 16”, explicou, sinalizando, porém, que “é pouco provável” que a proposta seja sancionada.
Sobre as eleições de 2026, Rui Costa foi categórico: “Lula vai enfrentar 50 tons de Bolsonaro. São variações de Bolsonaro”. Ele também criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apontado como possível candidato da direita. “Ele está alinhado em seus pensamentos e ações com Bolsonaro”.
O ministro comentou ainda a recente declaração do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump em apoio a Jair Bolsonaro e com críticas ao Judiciário brasileiro. “Não cabe a presidente de outra nação entrar e opinar sobre a atuação do Judiciário e muito menos ameaçar países com tarifas. O Brasil é livre”, declarou.
Por fim, Rui Costa encerrou a entrevista falando sobre seu futuro político e o cenário na Bahia. Disse não ter intenção de disputar novamente o governo do estado e declarou apoio ao atual governador Jerônimo Rodrigues (PT): “O candidato será Jerônimo”.
Com firmeza, Costa reafirmou a defesa da autoridade do Executivo, da soberania nacional e da liderança de Lula. A entrevista, originalmente veiculada pela TV Cultura, evidencia os desafios do governo na manutenção de sua base, na disputa por espaço institucional e na construção de um projeto político para 2026.
Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/governo-vai-ao-stf-para-manter-decreto-do-iof-e-cobra-lealdade-de-partidos-aliados