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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Brasil247: A mídia comercial e a tragédia brasileira: por que Bolsonaro ainda recebe atenção?

Prestes a ser condenado, ele deveria ser nota de rodapé, mas ainda é tratado como presidenciável ou cabo eleitoral de governadores sabujos

Jair Bolsonaro em seu ato na Paulista (Foto: Reuters / Amanda Perobelli)

No enredo trágico da história brasileira recente, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que neste domingo voltou a ocupar a Avenida Paulista com mais uma encenação populista, deveria figurar apenas como nota de rodapé da crônica política nacional – sempre associado a seus crimes contra a democracia, ao negacionismo sanitário e à vergonhosa submissão a interesses estrangeiros. No entanto, a mídia corporativa brasileira insiste em oferecer a ele o protagonismo de uma ópera bufa que paralisa o debate público, bloqueia as urgências estruturais e sabota o futuro do país.

Bolsonaro, que liderou uma conspiração golpista amplamente documentada, já deveria estar prestando contas à Justiça – e não sendo tratado como presidenciável para 2026 por institutos de pesquisa ou como o “grande eleitor” de governadores sabujos, que rastejam por seu apoio. O escândalo é duplo: enquanto o sistema de Justiça avança sobre as provas incontestáveis do golpe, a imprensa o mantém nos holofotes como se fosse apenas mais um ator legítimo da política institucional. Nenhuma democracia madura toleraria esse tipo de validação pública a um político que atentou contra o regime constitucional. No Brasil, porém, manchetes e entrevistas tratam seus apelos por anistia – e até mesmo por “ajuda externa” – como se fossem desabafos de um patriota injustiçado, quando, na verdade, são declarações de traição à soberania nacional.

A submissão de Bolsonaro ao presidente estadunidense Donald Trump é um dos capítulos mais humilhantes dessa narrativa. O mesmo Trump que agora impõe tarifas de até 25% sobre produtos industrializados brasileiros – como aço e alumínio – é celebrado por Bolsonaro como líder de um suposto projeto civilizacional, e como sua última esperança de redenção pessoal, como se o Brasil fosse uma republiqueta colonial. É preciso lembrar que a guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos não se limita à China – ela é dirigida contra o mundo. Trata-se de uma ofensiva protecionista, imperialista e unilateral que busca conter a ascensão do Sul Global e implodir o multilateralismo. E o Brasil está na linha de tiro.

Nesse cenário, o país precisaria de um debate urgente e qualificado sobre reindustrialização, soberania produtiva e integração Sul-Sul. Mas o que faz a mídia tradicional? Em vez de se aprofundar nesses temas decisivos, insiste em dedicar atenção privilegiada à caricatura golpista de Bolsonaro e seus acólitos – transformando até mesmo a “cabeleireira do batom” em personagem de destaque da crônica política.

Enquanto o presidente Lula tenta formular uma resposta robusta aos desafios globais – estreitando alianças estratégicas com países asiáticos, como China, Vietnã e Japão, fortalecendo o Mercosul e defendendo sempre o multilateralismo em foros internacionais –, o jornalismo comercial ainda se ocupa de especular sobre os passos de um personagem que já deveria ter sido descartado pelo bom senso e pela História. Trata-se de um rebaixamento lamentável do debate público, que ignora as contradições centrais de um mundo em mutação acelerada e mantém o país prisioneiro de uma agenda irrelevante, voltada ao passado.

A tragédia brasileira, portanto, não se resume à figura de Jair Bolsonaro. Ela também reside no comportamento da grande mídia, que ao negar a ele o julgamento histórico e moral que merece, sabota o projeto de reconstrução nacional que vem sendo liderado pelo presidente Lula depois da destruição causada pelas jornadas de junho de 2013, pela Lava Jato, pelo golpe de 2016 e pelo choque neoliberal da era Temer-Bolsonaro. Ao normalizar o que é, na essência, uma aberração democrática, o jornalismo tradicional torna-se cúmplice do atraso, do obscurantismo e da submissão – não só a um futuro presidiário, mas a um projeto de destruição do Brasil como nação soberana.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

Fonte:  https://www.brasil247.com/blog/a-midia-comercial-e-a-tragedia-brasileira-por-que-bolsonaro-ainda-recebe-atencao

XINHUA: Reservas cambiais da China se mantêm acima de US$ 3,2 trilhões há 16 meses seguidos


2025-04-07 15:16:45丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 7 abr (Xinhua) -- As reservas cambiais da China permanecem acima de US$ 3,2 trilhões há 16 meses seguidos, segundo dados oficiais divulgados nesta segunda-feira.

De acordo com a Administração Estatal de Divisas, as reservas totalizaram US$ 3,2407 trilhões ao final de março de 2025, um aumento de US$ 13,4 bilhões, ou 0,42%, em relação ao mês anterior.

A Administração atribuiu esse desempenho estável à consistência geral e à recuperação contínua da economia chinesa, aos efeitos das políticas vigentes e recém-implementadas, além do progresso no desenvolvimento de alta qualidade.

Analistas afirmam que o elevado volume das reservas cambiais reflete o equilíbrio externo sólido e os fundamentos econômicos resilientes do país, servindo como um amortecedor crucial diante das turbulências globais.

Segundo Wen Bin, economista-chefe do China Minsheng Bank, graças à diversificação das parcerias comerciais, aos aprimoramentos estruturais no comércio exterior e à crescente atratividade dos ativos denominados em yuan (moeda chinesa), a balança de pagamentos da China tende a permanecer estável, reforçando a base para a manutenção de reservas cambiais. 

Fonte: https://portuguese.news.cn/20250407/fc5ea2c1158841008c08dd2de3a3eef2/c.html

 

XINHUA: EUA estão passando por rebaixamento do consumo devido ao efeito contraproducente do aumento de tarifas


2025-04-07 15:20:15丨portuguese.xinhuanet.com
Foto tirada em 7 de fevereiro de 2025 mostra uma cliente comprando ovos em uma loja do Walmart em El Monte, condado de Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos. (Zeng Hui/Xinhua)

   Beijing, 7 abr (Xinhua) -- Os Estados Unidos, o maior mercado consumidor do mundo com poder de compra incomparável, agora enfrentam uma tendência emergente de rebaixamento do consumo.

   As lojas de Preço Único (R$ 1,99, etc.) em todo o país estão lotadas de compradores em busca de promoções e pechinchas. O aumento do custo de vida tornou esses varejistas de baixo custo mais populares do que nunca, ilustrando a pressão da inflação - os consumidores dos EUA estão se adaptando, dolorosamente, a uma nova dura realidade.

   "Acreditamos que não importa quanto dinheiro você ganha, todo mundo está sofrendo no momento", disse Michael Creedon, CEO da varejista de descontos norte-americana Dollar Tree, em uma recente teleconferência de resultados (da empresa). A empresa está "vendo uma demanda mais forte de clientes de renda mais alta", à medida que o comportamento de busca por valor se espalha por todos os grupos de clientes, disse ele.

   Desde que assumiu o cargo, a nova administração dos EUA elevou as tarifas sobre importações de principais parceiros comerciais, com "tarifas recíprocas" abrangentes anunciadas na quarta-feira. Esses aumentos de tarifas estão exacerbando o fardo financeiro sobre os consumidores domésticos, que já estão lutando com a redução do poder de compra e estão sendo obrigados a alterar seus hábitos de consumo.

   Uma pesquisa recente com consumidores dos EUA feita pela Numerator revelou que 80% dos entrevistados estão preocupados sobre como as tarifas afetarão suas finanças ou hábitos de compra. Essa preocupação está gerando mudanças comportamentais, com 76% dos entrevistados planejando mudar suas finanças ou comportamentos de compra em resposta às novas tarifas. A reação mais popular é "procurar vendas ou cupons para compensar os aumentos de preços", de acordo com a pesquisa.

   Elaborando sobre como as tarifas impostas pelos EUA estão saindo pela culatra, Yao Weiqun, diretor-executivo do Instituto de Estratégia do Centro de Comércio Internacional de Shanghai, disse que um dos principais impactos negativos é o aumento dos preços de produtos importados no mercado dos EUA.

   Com as últimas tarifas anunciadas na quarta-feira levadas em consideração, todos os aumentos de tarifas resultarão em uma perda de poder de compra de US$ 3.800 por família, em média, em dólares de 2024, de acordo com estimativas do Budget Lab em Yale, um centro de pesquisa de políticas.

   "Os preços de itens essenciais diários e dos bens de manufatura intermediários estão aumentando particularmente", disse Yao, "o que pode levar os consumidores americanos a trocar por alternativas mais baratas".

   Da mesma forma, vários varejistas americanos proeminentes levantaram alarmes sobre as tendências de gastos do consumidor, à medida que as tarifas alimentam a inflação e pressionam os orçamentos domésticos. Por exemplo, Doug McMillon, CEO do Walmart Inc., disse que, como os preços dos alimentos permanecem notavelmente altos, os consumidores estão se tornando cada vez mais cautelosos com seus gastos.

   "Você pode ver que o dinheiro acaba antes do fim do mês", disse ele, "e as pessoas estão comprando embalagens menores ao final de cada mês".

   Para o economista Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel, uma das principais questões em torno das tarifas é a incerteza. Krugman disse que o "perigo real" está nos aumentos de preços, que, combinados com uma incerteza econômica mais ampla, podem levar consumidores e empresas a esperar uma inflação maior no futuro.

   Claramente, os consumidores dos EUA estão profundamente cientes das crescentes incertezas causadas pelas tarifas, e suas preocupações sobre o futuro estão se intensificando.

   De acordo com a última pesquisa da Universidade de Michigan, o sentimento do consumidor dos EUA em março caiu pelo terceiro mês consecutivo, uma vez que as preocupações com a economia se intensificaram em meio ao caos tarifário.

   "Os consumidores continuam a se preocupar com o potencial de dor em meio aos desenvolvimentos atuais da política econômica", observou a pesquisa, citando a piora das expectativas dos entrevistados desde fevereiro em relação às suas finanças pessoais, condições de negócios, desemprego e inflação.

   "Se você quiser produzir alguma coisa, se quiser mais de alguma coisa produzida nos Estados Unidos, uma tarifa, que aumenta os custos para os consumidores, é um instrumento muito contundente", disse Krugman. "E, na verdade, o tiro pode sair pela culatra por causa da retaliação, porque aumenta os custos para outros setores."

   Como os consumidores reduziram seus gastos em resposta às incertezas econômicas, os varejistas dos EUA estão sentindo o impacto dos aumentos das tarifas. Os dados mais recentes do Departamento de Comércio dos EUA mostram que as vendas no varejo em fevereiro aumentaram apenas 0,2% em relação ao mês anterior, notavelmente abaixo do crescimento de 0,7% projetado pelos economistas.

   Vários líderes do setor expressaram preocupação com o impacto das tarifas sobre a cadeia de suprimentos, que conecta consumidores, fornecedores e varejistas. "O comércio internacional é extremamente importante para nossos negócios e indústria", disse Corie Barry, CEO da gigante de eletrônicos de consumo Best Buy. "A cadeia de suprimentos de eletrônicos de consumo é altamente global, técnica e complexa. A China e o México continuam sendo as fontes nº 1 e nº 2 de produtos que vendemos, respectivamente."

   Barry espera que os fornecedores de todo o sortimento da Best Buy repassem algum nível de custos tarifários aos varejistas, "tornando altamente provável o aumento de preços para os consumidores americanos".

   Os efeitos em cascata estão se tornando cada vez mais evidentes. O aumento dos preços e a incerteza econômica estão corroendo a confiança do consumidor, levando a um declínio nos gastos, um fator crucial para o crescimento econômico. Isso, por sua vez, alimenta os temores de que a economia dos EUA esteja desacelerando e, possivelmente, entrando em recessão.

   Na quarta-feira, o Budget Lab previu que o crescimento real do PIB do país será 0,9 ponto percentual menor este ano e que a economia será persistentemente 0,6% menor no longo prazo, levando em conta todas as tarifas dos EUA e as retaliações implementadas até o momento.

   Ao abordar os efeitos perturbadores das tarifas, Mohamed Moutii, pesquisador associado do Centro Árabe de Pesquisa, disse que "as tarifas não protegem as indústrias americanas - elas as enfraquecem". "As tarifas inflacionam os preços, sufocam a concorrência e corroem as relações comerciais internacionais."

   "O caminho para o crescimento sustentável e a prosperidade duradoura está na abertura, não no isolamento econômico. O livre comércio proporcionou imensos benefícios no passado e continua sendo a base mais sólida para uma economia global mais dinâmica e interconectada", acrescentou.

Fonte:  https://portuguese.news.cn/20250407/d024ca31b07d4540ac46c0190bdc4293/c.html

XINHUA: Observatório Econômico: EUA estão passando por rebaixamento do consumo devido ao efeito contraproducente do aumento de tarifas


2025-04-07 13:32:00丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 7 abr (Xinhua) -- Os Estados Unidos, o maior mercado consumidor do mundo com poder de compra incomparável, agora enfrentam uma tendência emergente de rebaixamento do consumo.

As lojas de Preço Único (R$ 1,99, etc.) em todo o país estão lotadas de compradores em busca de promoções e pechinchas. O aumento do custo de vida tornou esses varejistas de baixo custo mais populares do que nunca, ilustrando a pressão da inflação - os consumidores dos EUA estão se adaptando, dolorosamente, a uma nova dura realidade.

"Acreditamos que não importa quanto dinheiro você ganha, todo mundo está sofrendo no momento", disse Michael Creedon, CEO da varejista de descontos norte-americana Dollar Tree, em uma recente teleconferência de resultados (da empresa). A empresa está "vendo uma demanda mais forte de clientes de renda mais alta", à medida que o comportamento de busca por valor se espalha por todos os grupos de clientes, disse ele.

Desde que assumiu o cargo, a nova administração dos EUA elevou as tarifas sobre importações de principais parceiros comerciais, com "tarifas recíprocas" abrangentes anunciadas na quarta-feira. Esses aumentos de tarifas estão exacerbando o fardo financeiro sobre os consumidores domésticos, que já estão lutando com a redução do poder de compra e estão sendo obrigados a alterar seus hábitos de consumo.

Uma pesquisa recente com consumidores dos EUA feita pela Numerator revelou que 80% dos entrevistados estão preocupados sobre como as tarifas afetarão suas finanças ou hábitos de compra. Essa preocupação está gerando mudanças comportamentais, com 76% dos entrevistados planejando mudar suas finanças ou comportamentos de compra em resposta às novas tarifas. A reação mais popular é "procurar vendas ou cupons para compensar os aumentos de preços", de acordo com a pesquisa.

Elaborando sobre como as tarifas impostas pelos EUA estão saindo pela culatra, Yao Weiqun, diretor-executivo do Instituto de Estratégia do Centro de Comércio Internacional de Shanghai, disse que um dos principais impactos negativos é o aumento dos preços de produtos importados no mercado dos EUA.

Com as últimas tarifas anunciadas na quarta-feira levadas em consideração, todos os aumentos de tarifas resultarão em uma perda de poder de compra de US$ 3.800 por família, em média, em dólares de 2024, de acordo com estimativas do Budget Lab em Yale, um centro de pesquisa de políticas.

"Os preços de itens essenciais diários e dos bens de manufatura intermediários estão aumentando particularmente", disse Yao, "o que pode levar os consumidores americanos a trocar por alternativas mais baratas".

Da mesma forma, vários varejistas americanos proeminentes levantaram alarmes sobre as tendências de gastos do consumidor, à medida que as tarifas alimentam a inflação e pressionam os orçamentos domésticos. Por exemplo, Doug McMillon, CEO do Walmart Inc., disse que, como os preços dos alimentos permanecem notavelmente altos, os consumidores estão se tornando cada vez mais cautelosos com seus gastos.

"Você pode ver que o dinheiro acaba antes do fim do mês", disse ele, "e as pessoas estão comprando embalagens menores ao final de cada mês".

Para o economista Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel, uma das principais questões em torno das tarifas é a incerteza. Krugman disse que o "perigo real" está nos aumentos de preços, que, combinados com uma incerteza econômica mais ampla, podem levar consumidores e empresas a esperar uma inflação maior no futuro.

Claramente, os consumidores dos EUA estão profundamente cientes das crescentes incertezas causadas pelas tarifas, e suas preocupações sobre o futuro estão se intensificando.

De acordo com a última pesquisa da Universidade de Michigan, o sentimento do consumidor dos EUA em março caiu pelo terceiro mês consecutivo, uma vez que as preocupações com a economia se intensificaram em meio ao caos tarifário.

"Os consumidores continuam a se preocupar com o potencial de dor em meio aos desenvolvimentos atuais da política econômica", observou a pesquisa, citando a piora das expectativas dos entrevistados desde fevereiro em relação às suas finanças pessoais, condições de negócios, desemprego e inflação.

"Se você quiser produzir alguma coisa, se quiser mais de alguma coisa produzida nos Estados Unidos, uma tarifa, que aumenta os custos para os consumidores, é um instrumento muito contundente", disse Krugman. "E, na verdade, o tiro pode sair pela culatra por causa da retaliação, porque aumenta os custos para outros setores."

Como os consumidores reduziram seus gastos em resposta às incertezas econômicas, os varejistas dos EUA estão sentindo o impacto dos aumentos das tarifas. Os dados mais recentes do Departamento de Comércio dos EUA mostram que as vendas no varejo em fevereiro aumentaram apenas 0,2% em relação ao mês anterior, notavelmente abaixo do crescimento de 0,7% projetado pelos economistas.

Vários líderes do setor expressaram preocupação com o impacto das tarifas sobre a cadeia de suprimentos, que conecta consumidores, fornecedores e varejistas. "O comércio internacional é extremamente importante para nossos negócios e indústria", disse Corie Barry, CEO da gigante de eletrônicos de consumo Best Buy. "A cadeia de suprimentos de eletrônicos de consumo é altamente global, técnica e complexa. A China e o México continuam sendo as fontes nº 1 e nº 2 de produtos que vendemos, respectivamente."

Barry espera que os fornecedores de todo o sortimento da Best Buy repassem algum nível de custos tarifários aos varejistas, "tornando altamente provável o aumento de preços para os consumidores americanos".

Os efeitos em cascata estão se tornando cada vez mais evidentes. O aumento dos preços e a incerteza econômica estão corroendo a confiança do consumidor, levando a um declínio nos gastos, um fator crucial para o crescimento econômico. Isso, por sua vez, alimenta os temores de que a economia dos EUA esteja desacelerando e, possivelmente, entrando em recessão.

Na quarta-feira, o Budget Lab previu que o crescimento real do PIB do país será 0,9 ponto percentual menor este ano e que a economia será persistentemente 0,6% menor no longo prazo, levando em conta todas as tarifas dos EUA e as retaliações implementadas até o momento.

Ao abordar os efeitos perturbadores das tarifas, Mohamed Moutii, pesquisador associado do Centro Árabe de Pesquisa, disse que "as tarifas não protegem as indústrias americanas - elas as enfraquecem". "As tarifas inflacionam os preços, sufocam a concorrência e corroem as relações comerciais internacionais."

"O caminho para o crescimento sustentável e a prosperidade duradoura está na abertura, não no isolamento econômico. O livre comércio proporcionou imensos benefícios no passado e continua sendo a base mais sólida para uma economia global mais dinâmica e interconectada", acrescentou. 

Fonte: https://portuguese.news.cn/20250407/1bab76fad1f14314bf9d35fdbb8dd07d/c.html

XINHUA: Consumo interno da China pode compensar riscos tarifários, dizem economistas


2025-04-07 11:25:30丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 7 abr (Xinhua) -- Apesar da agressiva política de "tarifas recíprocas" anunciada pela Casa Branca, os principais economistas acreditam que o forte potencial de consumo interno da China e as estratégias de investimento concentradas nas pessoas estão bem posicionadas para combater os riscos apresentados pelos aumentos de tarifas, informou o China Daily.

"Embora a economia da China enfrente desafios, o céu não está caindo", disse Chen Wenling, ex-economista-chefe do Centro de Intercâmbio Econômico Internacional da China, que afirmou que a economia "permanece robusta e capaz de enfrentar tempestades".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira passada uma tarifa básica de 10% sobre as importações de todos os países e taxas tarifárias mais altas para dezenas de nações que têm superávits comerciais com os EUA.

"A economia da China tem mantido uma trajetória de crescimento estável nas últimas décadas, e sua enorme escala econômica tem servido como um poderoso amortecedor contra pressões externas", disse Chen.

Este ano, o país asiático está redobrando os esforços para impulsionar a demanda interna, tanto nos gastos do consumidor quanto no investimento real, para sustentar seu crescimento. Os formuladores de políticas estabeleceram a relação entre déficit e PIB no nível mais alto já registrado.

Ao colocar a demanda interna em primeiro lugar, a China pode criar um modelo de crescimento econômico mais estável e autossustentável que seja menos vulnerável aos fluxos comerciais globais voláteis, disse Chen.

Li Daokui, diretor do Centro Acadêmico de Pensamento e Prática da Economia Chinesa da Universidade Tsinghua, previu que a taxa de crescimento econômico anual da China em 2025 "certamente será mais rápida do que no ano passado", acrescentando que "os formuladores de políticas ainda têm uma gama diversificada de ferramentas de política à sua disposição".

"Várias vezes, vimos que todos os esforços das nações ocidentais para erguer barreiras comerciais, impor bloqueios tecnológicos ou empregar outros meios de pressão contra a China falharam consistentemente em atingir os objetivos desejados", lembrou Li.

Ele apontou o próprio sistema operacional da Huawei, o HarmonyOS, e a startup de inteligência artificial DeepSeek como exemplos dessa dinâmica. Longe de impedir o progresso chinês, as pressões externas catalisaram um aumento na autossuficiência e na inovação interna.

O país tem "paciência e determinação suficientes" para lidar com os impactos, já que as políticas dos EUA são implementadas às pressas, muitas vezes sem uma estratégia bem pensada ou uma compreensão clara de suas implicações mais amplas, comentou Li.

Jeffrey Sachs, diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Colúmbia, disse: "Os Estados Unidos devem reconhecer que a ascensão da China não é boa apenas para a China, mas também para os Estados Unidos e para o mundo em geral".

Washington não deve aspirar a um mundo em que apenas sua própria prosperidade exista, enquanto todos os outros permaneçam na pobreza. Em vez disso, deve lutar por um mundo com prosperidade amplamente compartilhada e todas as nações possam colher os benefícios da paz e abertura, disse Sachs. 

Fonte: https://portuguese.news.cn/20250407/c1b0134f25a54912b5821831f11f8ca9/c.html

sábado, 5 de abril de 2025

Sputnik Brasil: Analistas: tarifas de Trump podem danificar os próprios EUA e causar crise econômica mundial

O presidente dos EUA, Donald Trump, segura uma ordem executiva assinada durante um evento para anunciar novas tarifas no Rose Garden da Casa Branca, quarta-feira, 2 de abril de 2025, em Washington - Sputnik Brasil, 1920, 05.04.2025

As tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, afetam principalmente os países que são os principais parceiros comerciais dos EUA e, acima de tudo, aqueles com os quais a balança comercial é negativa, disseram analistas à Sputnik.
Segundo o economista russo Yevgeny Shatov, as consequências mais graves aguardam os países que dependem muito das exportações para os Estados Unidos. Eles podem enfrentar depressão profunda, agitação e aumento da pobreza.
 
"A União Europeia [UE], o México, o Canadá, a China – com eles os americanos estão negociando ativamente, e não a seu favor. O déficit com a China é particularmente grande: as importações excedem as exportações em mais de três vezes", ressaltou Daria Sokolan, economista russa.

Contudo, a maioria dos países ainda está contando com negociações – Trump, segundo ele, está aberto a isso. Além disso, as tarifas podem ser contestadas por meio dos mecanismos da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O ex-presidente e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, encontra-se com Vladimir Zelensky na Trump Tower, em Nova York, em 27 de setembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 05.04.2025
Operação militar especial russa
Ucrânia está lutando para se tornar vassalo dos EUA, mas não pela sua soberania, diz mídia
A rivalidade entre as duas maiores economias do mundo está marcada por uma reestruturação das cadeias de suprimentos e por uma desaceleração do crescimento econômico global. Os custos comerciais aumentarão, alertam os observadores.
Além disso, tal política dos Estados Unidos corre vastos riscos para sua economia. Entretanto, de acordo com estimativas preliminares do governo Trump, as novas tarifas aumentariam as receitas em cerca de US$ 3,52 trilhões (cerca de R$ 21 trilhões) entre 2026 e 2035.
O presidente Donald Trump segura a caneta que usa para assinar ordens executivas, no Salão Leste da Casa Branca. Washington, D.C., EUA, 20 de março de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 05.04.2025
O presidente Donald Trump segura a caneta que usa para assinar ordens executivas, no Salão Leste da Casa Branca. Washington, D.C., EUA, 20 de março de 2025

 

No final das contas, sublinham os analistas, a política agressiva de Trump será apenas um poderoso impulso para um processo que já está em andamento – a fragmentação da economia global.

Os países procuram negociar em blocos regionais. Além disso, espelham restrições em relação aos EUA. O resultado é o aumento dos preços das commodities, o aumento dos encargos para os consumidores em todo o mundo e a desaceleração da economia global. Tudo isso é capaz de desencadear outra crise global.
 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250405/analistas-tarifas-de-trump-podem-danificar-os-proprios-eua-e-causar-crise-economica-mundial-39082177.html

Sputnik Brasil: ApexBrasil e BID lançam programa para aumentar e descentralizar investimentos estrangeiros no Brasil

ApexBrasil e BID lançam programa Investe Mais Estados para destacar o Brasil como destino de investimentos estrangeiros. Abril de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 05.04.2025

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançaram, nesta sexta-feira (4), em Brasília, programa para democratizar atração de investimentos estrangeiros no país.
Chamado Investe Mais Estados, visa preparar os estados brasileiros para atrair recursos internacionais em projetos com foco em soluções sustentáveis, em colaboração com o BID, que lançou recentemente uma linha de investimento para os estados com foco em produtividade, inovação e desenvolvimento regional.
Segundo o Banco Central, o Brasil foi, no ano passado, o segundo maior destino de Investimento Estrangeiro Direto (IED), com saldo de US$ 71,1 bilhões, um crescimento de 13,8% em relação a 2023.
Entretanto, apesar do potencial de geração de energias renováveis e bioeconomia, as regiões Norte e Nordeste corresponderam a apenas 10% do total de receitas brutas geradas por empresas estrangeiras instaladas no país. Cerca de 80% se concentraram nas regiões Sul e Sudeste.
O programa vai promover uma série de ações para aumentar e diversificar investimentos estrangeiros em todas as regiões brasileiras. Entre elas, estão previstas visitas de potenciais investidores a regiões diversas do país, análise da atração regional de investimentos externos, mapeamento de oportunidades, orientação sobre estruturação de projetos, busca de financiadores, entre outras.
O evento de lançamento teve a participação do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, do ministro da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (MDR), Waldez Góes, e do especialista líder em Comércio e Investimento do BID, Leonardo Lahud, além de representantes de governos estaduais e de agências locais de atração de investimentos.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (CL) e o primeiro-ministro de Portugal, António Costa (CR), mantêm uma reunião durante a Cimeira Portugal-Brasil realizada no Centro Cultural de Belém em Lisboa, em 22 de abril de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 22.04.2023
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Portugal e Brasil fecham 13 acordos e Lula anuncia abertura de escritório da APEX em Lisboa
 
"Os investimentos estrangeiros precisam ter um endereço, um estado ou um munícipio. O que estamos fazendo é nos somando aos estados porque é lá que vai acontecer os eventos. Com essa agenda nova que o mundo vive, que o Brasil vive, Norte, Nordeste e Centro-Oeste passam a ser endereços importantes. São oportunidades que estamos enxergando para o Brasil ficar mais igual, mais justo”, afirmou o presidente da ApexBrasil.
 
O ministro do MDR, Waldez Góes, refere que essa preparação, quando há oportunidades como esta e "um ambiente seguro juridicamente e politicamente, nas relações construídas de planejamento, obviamente que vem o capital externo e investe".
De acordo com os organizadores, o programa tem ainda um pilar de capacitação dos representantes estaduais e das agências de atração de investimentos dos estados sobre os benefícios de participar do programa e como fazê-lo.

Sobre a ApexBrasil

Agência de promoção dos produtos e serviços brasileiros no exterior, a ApexBrasil apoia a participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira com objetivo de fortalecer a marca Brasil e atrair Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) com foco em setores estratégicos.
Em 2024, a ApexBrasil informou ter atendido 20.596 empresas brasileiras, sendo 54% de micro e pequeno porte. Das empresas apoiadas, 4.678 exportaram o total de US$ 141,5 bilhões, o que corresponde a 42% do total exportado pelo Brasil no ano passado.
 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250405/apexbrasil-e-bid-lancam-programa-para-aumentar-e-descentralizar-investimentos-estrangeiros-no-39077036.html

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Sputnik Brasil: Amazônia Azul é a próxima Groenlândia? Brasil quer submarino nuclear para dissuasão, diz analista

 

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante a cerimônia de lançamento do submarino Tonelero, em Itaguaí, estado do Rio de Janeiro, 27 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
Orçamento de Defesa do Brasil para 2025 não é má notícia para o Ministério da Defesa, mas pode atrasar entrega do submarino nuclear brasileiro. Frente a um ambiente internacional turbulento, especialistas questionam se uma frota de submarinos convencionais não aceleraria a dissuasão brasileira.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quarta-feira (2) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionará o orçamento brasileiro para 2025 até a sexta-feira (11) da semana que vem, reportou o Portal 360.
A peça orçamentária aloca cerca de R$ 136,34 milhões para o Ministério da Defesa, o que representa estabilidade após os cerca de 38% de aumento em 2024. De acordo com o portal Metrópole, o ministro da Defesa José Múcio considera o valor insuficiente, mas reconhece o tratamento diferenciado que o seu ministério recebe em meio ao contexto de arrocho fiscal.
O orçamento da Defesa para 2025 é o quinto maior da Esplanada e inclui gastos com pessoal, custeio e investimentos. O valor fica muito aquém daqueles investidos pelas principais potências militares, segundo dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. O valor a ser investido pelos EUA em 2025 atingirá R$ 5,4 trilhões, enquanto China desembolsará R$ 1,3 trilhão e Rússia alocará cerca de R$ 818 bilhões.
A primeira-dama do Brasil, Rosangela da Silva, quebra uma garrafa de espumante no Submarino Tonelero, durante sua cerimônia de lançamento em Itaguaí,  Rio de Janeiro, 27 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
A primeira-dama do Brasil, Rosangela da Silva, quebra uma garrafa de espumante no Submarino Tonelero, durante sua cerimônia de lançamento em Itaguaí, Rio de Janeiro, 27 de março de 2024
De acordo com especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil, o orçamento proposto não será o suficiente para avançar um dos principais programas estratégicos das Forças Armadas brasileiras: a construção do submarino de propulsão nuclear Almirante Álvaro Alberto.
O orçamento anual para o programa PROSUB, que inclui a construção de submarinos convencionais e nuclear, está estimado em cerca de R$ 2 bilhões. Com esse ritmo, a entrega do submarino nuclear ficaria para 2040, reportou o portal Poder Naval.
Submarino Tonelero (S42) é batizado pela primeira-dama, Janja da Silva, em 27 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 27.03.2024
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"O Brasil precisa garantir um fluxo contínuo de financiamento para esse projeto, o que atualmente não existe", disse Geraldo à Sputnik Brasil. "Projetos de defesa como esse deveriam ser iniciativas de Estado, e não de governo. Só assim poderíamos superar as constantes descontinuidades que os programas nuclear e do submarino sofrem."
 
O mestre em Estudos Estratégicos pela Universidade Federal Fluminense (UFF) Rafael Laginha não acredita que o prazo de 2040 seja exequível.
 
"Acho esse prazo apertado, se considerarmos as restrições orçamentárias", disse Laginha. "O PROSUB já entregou quatro submarinos convencionais e nos elevou de um patamar no qual só construíamos, para um no qual projetamos submarinos. Então já temos ganhos. Mas, pela falta crônica de recursos, não acredito que 2040 seja um prazo factível."
 
A construção de um submarino de propulsão nuclear implica a superação de vários desafios tecnológicos. Uma vez superados, o submarino Álvaro Alberto colocará o Brasil em um seleto grupo de países com domínio de tecnologias nucleares aplicadas ao setor naval.
A então primeira-dama do Brasil, Marcela Temer, quebra uma garrafa de espumante no Submarino Riachuelo, durante sua cerimônia de lançamento em Itaguaí,  Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
A então primeira-dama do Brasil, Marcela Temer, quebra uma garrafa de espumante no Submarino Riachuelo, durante sua cerimônia de lançamento em Itaguaí, Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018
"Nós já superamos vários desafios: já sabemos construir cascos resistentes para a altas profundidades, já temos o ciclo completo do combustível nuclear [desde a mineração, passando pelo enriquecimento de urânio até a produção de pastilhas] e temos o complexo naval de Itaguaí, que garante infraestrutura para construir o submarino", explicou Geraldo.
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"Precisamos dominar a miniaturização e integração do reator, que seja compacto o suficiente para operar dentro de um submarino. E fazer isso tudo com segurança, controlando as reações nucleares – o que é algo novo para o Brasil", considerou Geraldo.
 
Essas dificuldades, no entanto, são positivas, já que demandam a qualificação de quadros e desenvolvimento da capacidade industrial brasileira, tanto no setor de defesa, quanto no setor civil nuclear, acredita a especialista.
Um membro da tripulação do submarino brasileiro Timbira usa uma máscara durante uma visita da mídia à embarcação em uma base da Marinha em Niterói, novembro de 2017 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
Um membro da tripulação do submarino brasileiro Timbira usa uma máscara durante uma visita da mídia à embarcação em uma base da Marinha em Niterói, novembro de 2017 (foto de arquivo)
Por outro lado, o mestre em Estudos Estratégicos Laginha questiona os benefícios de o Brasil produzir somente um submarino nuclear, e não uma frota completa. Caso o país não tenha orçamentos para construir mais de um submarino nuclear, o especialista preferiria ver mais investimentos em submarinos convencionais.
"Reconheço o ineditismo do projeto do submarino nuclear, a capacidade de contribuição tecnológica para o Brasil, o trabalho corajoso da Marinha, o salto tecnológico atingido com as nossas centrífugas [de enriquecimento de urânio], mas, do ponto de vista operacional, não sei se o submarino nuclear conseguirá cumprir a sua função, que é a de patrulhar as águas jurisdicionais brasileiras", questionou Laginho.
 
Segundo ele, com parcos recursos, o Brasil terá dificuldades de realizar a manutenção do submarino nuclear em prazos adequados. Além disso, durante os períodos de substituição do combustível nuclear, o submarino poderá ficar parado por mais de um ano.
Trabalhadores preparam a cerimônia de lançamento do submarino Riachuelo no Complexo Naval de Itaguaí, Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
Trabalhadores preparam a cerimônia de lançamento do submarino Riachuelo no Complexo Naval de Itaguaí, Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018 (foto de arquivo)
"Se durante o período de troca de combustível o submarino ficar parado por período prolongado, isso vai ferir a famosa 'regra três' da estratégia naval: um submarino patrulha, o outro fica no porto para adestramento da tripulação e o terceiro em manutenção", explicou Laginha. "Por isso não acredito que ter somente um submarino nuclear será relevante."
Segundo ele, "durante os períodos de indisponibilidade do submarino nuclear, esse alto investimento de recursos não vai se justificar. Porque teremos um, mas ao mesmo tempo não teremos nenhum".
A tripulação do submarino brasileiro Timbira aguarda seu comandante durante uma visita à embarcação em uma base da Marinha em Niterói, novembro de 2017 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
A tripulação do submarino brasileiro Timbira aguarda seu comandante durante uma visita à embarcação em uma base da Marinha em Niterói, novembro de 2017 (foto de arquivo)
Por outro lado, os submarinos movidos à propulsão nuclear têm vantagens significativas em relação aos convencionais, como a capacidade de navegar em águas mais profundas, por mais tempo, com menos ruído e sem a necessidade de emergir para reabastecer – o que diminui a possibilidade de ser detectado pelo inimigo.
 
"Na minha opinião, os submarinos nucleares e convencionais são complementares, e não excludentes", disse o pesquisador do Núcleo Avançado de Avaliação de Conjuntura da Escola de Guerra Naval (ESG) Pérsio Glória de Paula à Sputnik Brasil. "O submarino nuclear pode realizar operações de longo prazo em águas distantes e profundas, o que é um componente essencial para ampliar a capacidade de dissuasão do Brasil."
 
Glória de Paula lembra que o Atlântico Sul abarca 95% das reservas de petróleo do país e transporta 95% de seu comércio exterior, fonte indispensável de renda para a economia brasileira.
Um trabalhador em frente ao submarino brasileiro Riachuelo após sua cerimônia de lançamento no Complexo Naval de Itaguaí, Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018 (foto de arquivo)  - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
Um trabalhador em frente ao submarino brasileiro Riachuelo após sua cerimônia de lançamento no Complexo Naval de Itaguaí, Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018 (foto de arquivo)
"Precisamos proteger esses recursos nacionais e dissuadir potências estrangeiras que possam cobiçá-las", notou Glória de Paula. "É necessário levar o aspecto geoestratégico em consideração, ainda mais nesse cenário de renovadas tensões internacionais, no qual líderes de países importantes aventam a possibilidade de anexar territórios, como a Groenlândia."
Segundo Glória de Paula, "ainda que o Brasil não esteja envolvido em litígios internacionais, a adição das capacidades de negação do uso do mar e dissuasão de um submarino nuclear são imperativos estratégicos."

"O submarino nuclear vai proteger não só a Amazônia Azul, mas pode também restringir a capacidade de potenciais adversários de realizarem operações contra o solo no interior do Brasil, a partir do mar. E ele seria um marco da soberania nacional e aumentaria significativamente nas capacidades de dissuasão e projeção de poder do país", concluiu o especialista.

 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250404/amazonia-azul-e-a-proxima-groenlandia-brasil-quer-submarino-nuclear-para-dissuasao-diz-analista-39068495.html

Sputnik Brasil: Portal revela principais sistemas de guerra eletrônica russos 'assassinos de Starlink' na Ucrânia

Missão da Starlink, da SpaceX - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025

Sistemas de guerra eletrônica Tobol e Kalinka são os dois principais “destruidores de [sistemas] Starlink” usados pelas Forças Armadas da Ucrânia na zona de operação militar especial, escreve o portal SpaceNews.
No artigo observa-se que o sistema Tobol, originalmente criado para proteger os satélites russos de sistemas de guerra eletrônica, foi requalificado para infringir as operações de sistemas de comunicação e navegação por satélite como o sistema de posicionamento global (GPS, na sigla em inglês).
"Pelo menos sete complexos Tobol estão distribuídos em todo o território da Rússia, e documentos militares vazados dos EUA sugerem que a Rússia implantou pelo menos três instalações especificamente para monitorar sinais de Starlink sobre a Ucrânia Oriental", escreve colunista Sandra Erwin.
 
De acordo com o portal, mais preocupante para os EUA e aliados é o mais recente sistema russo Kalinka, apelidado de "assassino de Starlink". Esta plataforma de guerra eletrônica pode detectar e interromper sinais para e dos satélites Starlink, com o objetivo específico de interferir com drones ucranianos e comunicações militares.

Elon Musk, fundador, CEO e engenheiro-chefe/designer da SpaceX, brinca com repórteres enquanto finge procurar uma resposta para uma pergunta em um telefone celular durante uma entrevista coletiva no Centro Espacial Kennedy em Cabo Canaveral, Flórida, 19 de janeiro de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 09.03.2025

Panorama internacional
Musk ameaça Kiev ao dizer que, sem o serviço Starlink, a defesa da Ucrânia 'entraria em colapso'
Erwin detalha também que a China está igualmente investindo em meios semelhantes de combate ao Starlink.
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250404/portal-revela-principais-sistemas-de-guerra-eletronica-russos-assassinos-de-starlink-na-ucrania-39070316.html

Brasil247: Tarifas de Trump provocam 'carnificina' nos mercados globais


Este é o segundo dia de caos nos mercados após anúncio de tarifas comerciais pelo presidente dos EUA

 

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(Reuters) – Wall Street despencou pelo segundo pregão consecutivo nesta sexta-feira, colocando o índice Nasdaq a caminho de um mercado de baixa, após as tarifas abrangentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocarem reações de governos ao redor do mundo, agravando a guerra comercial e intensificando temores de recessão.

Os três principais índices dos EUA operavam em queda superior a 4,5% no meio da tarde, encaminhando-se para seu pior desempenho em dois dias desde a pandemia de coronavírus no primeiro mandato de Trump.

A queda do Nasdaq Composite o colocava a caminho de confirmar um mercado de baixa para o índice de tecnologia. O Dow Jones Industrial Average caminhava para confirmar uma correção.

Desde a noite de quarta-feira, quando Trump elevou as tarifas ao maior nível em mais de um século, as empresas do S&P 500 perderam mais de US$ 4 trilhões em valor de mercado. Essa queda recorde de dois dias superou a perda de US$ 3,3 trilhões registrada em março de 2020, segundo dados da LSEG compilados pela Reuters.

Investidores estão abandonando ações por medo tanto da nova realidade econômica dos EUA quanto de possíveis retaliações dos parceiros comerciais americanos, com o endurecimento de barreiras alfandegárias. O índice de volatilidade da CBOE (.VIX), conhecido como o “índice do medo” de Wall Street, atingiu 42,13 pontos, o maior nível desde agosto.

O Ministério das Finanças da China anunciou que aplicará tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos dos EUA a partir de 10 de abril.

As bolsas caíram ainda mais após conversas entre os primeiros-ministros do Reino Unido, Austrália e Itália sobre como responder à ofensiva tarifária de Trump.

 “Estamos no Velho Oeste de uma guerra comercial agora”, disse Mariam Adams, diretora-gerente da UBS Wealth Management.
“Qualquer coisa pode acontecer, e esse tipo de incerteza é um tormento para os mercados globais.”

Às 14h18 (horário de Nova York), o Dow Jones caía 1.812,68 pontos (−4,48%), aos 38.729,54 pontos; o S&P 500 recuava 275,80 pontos (−5,10%), para 5.121,21 pontos; e o Nasdaq perdia 833,35 pontos (−5,04%), aos 15.716,54 pontos.

Os mercados globais ainda sentem os impactos após os EUA imporem as maiores barreiras comerciais em mais de um século.

Mais cedo, o banco de investimentos JP Morgan elevou sua previsão de recessão global para 60% até o final do ano, contra 40% anteriormente.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, falou publicamente pela primeira vez desde o anúncio das tarifas de Trump. Ele alertou que tarifas inesperadamente elevadas podem desencadear aumento da inflação e desaceleração do crescimento, colocando o banco central em uma posição delicada para tomar decisões futuras.

Ainda assim, os operadores continuavam a prever uma postura mais branda do Fed, com os futuros do mercado monetário precificando cortes acumulados de juros de 100 pontos-base até o final de 2025, em comparação aos 75 bps esperados uma semana antes.

A busca por segurança no mercado de títulos levou o rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos ao menor nível em seis meses, com ligeira recuperação para 3,98% no meio da tarde.

Isso derrubou ainda mais as ações de bancos americanos, com o setor sob pressão global diante da expectativa de cortes de juros e menor crescimento devido às tarifas, o que pode reduzir a lucratividade. O índice S&P Banks caiu 6,6%.

Todos os 11 setores do S&P operavam em queda superior a 2,8%, com o setor de energia liderando as perdas pelo segundo dia seguido, com baixa de 7,9%, acompanhando o recuo de 7,2% nos preços do petróleo bruto dos EUA.

As ações de empresas chinesas listadas nos EUA despencaram: JD.com, Alibaba e Baidu caíram mais de 9% cada uma.

Empresas americanas com forte exposição à China também recuaram amplamente. A Apple caiu 6,4%.

O índice de fabricantes de chips afundou 7,3%, agravando a queda de 9,9% do dia anterior. O setor é especialmente vulnerável às tarifas dos EUA e da China, já que muitas empresas projetam seus chips nos EUA, mas os fabricam na China — o que pode submetê-las a uma dupla taxação.

As bolsas globais despencaram e os preços do petróleo caíram pelo segundo dia consecutivo. Os preços do petróleo fecharam em queda de 7% nesta sexta-feira, atingindo o menor valor em mais de três anos.

O índice pan-europeu STOXX fechou em queda de 5,1%, sua maior perda diária desde a liquidação impulsionada pela Covid-19 em 2020. O índice caiu quase 12% em relação ao seu recorde histórico de fechamento em 3 de março, confirmando que está em território de correção.

O índice alemão DAX e o índice de blue-chips da zona do euro também confirmaram a correção, caindo 5% e 4,6%, respectivamente. Em Londres, o índice Financial Times recuou 4,95%, a 8.054,98 pontos.

Um indicador da volatilidade do mercado acionário da zona do euro subiu 8,68 pontos, para 34,2, o maior aumento em um dia em mais de dois anos.

Os fundos long/short de ações globais perderam todos os ganhos do ano na quinta e registravam queda de 4,2% na manhã de sexta, informou o banco Glodman Sachs em nota intradiária.

Fonte:  https://www.brasil247.com/economia/tarifas-de-trump-provocam-carnificina-nos-mercados-globais