Em Fortaleza, é comum passar numa avenida e encontrar nos postos de combustíveis ali situados preços muito parecidos ou iguais. Refém dessa prática que restringe o seu direito de escolha, o consumidor fica desconfiado e alguns acham até que se trata de um cartel - acordo claro ou tácito entre concorrentes do mesmo mercado, que envolva grande parte deles numa mesma região, na tentativa de aumentar os preços e lucros para aqueles que fazem parte do acordo. O donos de postos se defendem dizendo que é a forte concorrência que impede que ele tenha um preço diferente do vizinho.O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Ceará (Sindipostos-CE), José Carlos Rodrigues, ressalta que os preços são livres e cada um faz o preço que quiser. Destaca que os preços não são iguais. "Quando o meu vizinho baixa, eu sou obrigado a baixar. Quando um sobe todos os que estão próximos sobem também num efeito dominó", comenta , considerando que existe um "acompanhamento" por causa da concorrência. Para ele, quem acredita em cartelização pode denunciar ao Ministério Público. Explicação curiosa - O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Hércules Amaral, acha essa explicação no mínimo curiosa. Adianta que o assunto vai ser estudado pela comissão que se entender que existe alguma ilegalidade vai provocar o Ministério Público e a Secretaria do Direito Econômico (SDE) para investigar o caso e dar a palavra final. Ele lembra que um dos fundamentos da ordem econômica é a livre concorrência. "E não me parece que os preços muito próximos, para não dizer alinhados, permitam isso", comenta, lembrando que no Paraná ocorria a mesma coisa que ocorre em Fortaleza e a SDE apurou e puniu.
Por Wilson Gomes, com informações do Jornal O Povo
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