Páginas

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Sputnik Brasil: Amazônia Azul é a próxima Groenlândia? Brasil quer submarino nuclear para dissuasão, diz analista

 

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante a cerimônia de lançamento do submarino Tonelero, em Itaguaí, estado do Rio de Janeiro, 27 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
Orçamento de Defesa do Brasil para 2025 não é má notícia para o Ministério da Defesa, mas pode atrasar entrega do submarino nuclear brasileiro. Frente a um ambiente internacional turbulento, especialistas questionam se uma frota de submarinos convencionais não aceleraria a dissuasão brasileira.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quarta-feira (2) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionará o orçamento brasileiro para 2025 até a sexta-feira (11) da semana que vem, reportou o Portal 360.
A peça orçamentária aloca cerca de R$ 136,34 milhões para o Ministério da Defesa, o que representa estabilidade após os cerca de 38% de aumento em 2024. De acordo com o portal Metrópole, o ministro da Defesa José Múcio considera o valor insuficiente, mas reconhece o tratamento diferenciado que o seu ministério recebe em meio ao contexto de arrocho fiscal.
O orçamento da Defesa para 2025 é o quinto maior da Esplanada e inclui gastos com pessoal, custeio e investimentos. O valor fica muito aquém daqueles investidos pelas principais potências militares, segundo dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. O valor a ser investido pelos EUA em 2025 atingirá R$ 5,4 trilhões, enquanto China desembolsará R$ 1,3 trilhão e Rússia alocará cerca de R$ 818 bilhões.
A primeira-dama do Brasil, Rosangela da Silva, quebra uma garrafa de espumante no Submarino Tonelero, durante sua cerimônia de lançamento em Itaguaí,  Rio de Janeiro, 27 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
A primeira-dama do Brasil, Rosangela da Silva, quebra uma garrafa de espumante no Submarino Tonelero, durante sua cerimônia de lançamento em Itaguaí, Rio de Janeiro, 27 de março de 2024
De acordo com especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil, o orçamento proposto não será o suficiente para avançar um dos principais programas estratégicos das Forças Armadas brasileiras: a construção do submarino de propulsão nuclear Almirante Álvaro Alberto.
O orçamento anual para o programa PROSUB, que inclui a construção de submarinos convencionais e nuclear, está estimado em cerca de R$ 2 bilhões. Com esse ritmo, a entrega do submarino nuclear ficaria para 2040, reportou o portal Poder Naval.
Submarino Tonelero (S42) é batizado pela primeira-dama, Janja da Silva, em 27 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 27.03.2024
Notícias do Brasil
Lula: 'País do tamanho do Brasil precisa de Forças Armadas altamente qualificadas' (VÍDEOS; FOTOS)
 
"O Brasil precisa garantir um fluxo contínuo de financiamento para esse projeto, o que atualmente não existe", disse Geraldo à Sputnik Brasil. "Projetos de defesa como esse deveriam ser iniciativas de Estado, e não de governo. Só assim poderíamos superar as constantes descontinuidades que os programas nuclear e do submarino sofrem."
 
O mestre em Estudos Estratégicos pela Universidade Federal Fluminense (UFF) Rafael Laginha não acredita que o prazo de 2040 seja exequível.
 
"Acho esse prazo apertado, se considerarmos as restrições orçamentárias", disse Laginha. "O PROSUB já entregou quatro submarinos convencionais e nos elevou de um patamar no qual só construíamos, para um no qual projetamos submarinos. Então já temos ganhos. Mas, pela falta crônica de recursos, não acredito que 2040 seja um prazo factível."
 
A construção de um submarino de propulsão nuclear implica a superação de vários desafios tecnológicos. Uma vez superados, o submarino Álvaro Alberto colocará o Brasil em um seleto grupo de países com domínio de tecnologias nucleares aplicadas ao setor naval.
A então primeira-dama do Brasil, Marcela Temer, quebra uma garrafa de espumante no Submarino Riachuelo, durante sua cerimônia de lançamento em Itaguaí,  Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
A então primeira-dama do Brasil, Marcela Temer, quebra uma garrafa de espumante no Submarino Riachuelo, durante sua cerimônia de lançamento em Itaguaí, Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018
"Nós já superamos vários desafios: já sabemos construir cascos resistentes para a altas profundidades, já temos o ciclo completo do combustível nuclear [desde a mineração, passando pelo enriquecimento de urânio até a produção de pastilhas] e temos o complexo naval de Itaguaí, que garante infraestrutura para construir o submarino", explicou Geraldo.
Vice-amirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, então presidente da Eletronuclear, durante audiência pública em 2011 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 20.12.2024
Panorama internacional
Pai do programa nuclear brasileiro foi vítima da Lava Jato e merece reparação, diz analista
 
"Precisamos dominar a miniaturização e integração do reator, que seja compacto o suficiente para operar dentro de um submarino. E fazer isso tudo com segurança, controlando as reações nucleares – o que é algo novo para o Brasil", considerou Geraldo.
 
Essas dificuldades, no entanto, são positivas, já que demandam a qualificação de quadros e desenvolvimento da capacidade industrial brasileira, tanto no setor de defesa, quanto no setor civil nuclear, acredita a especialista.
Um membro da tripulação do submarino brasileiro Timbira usa uma máscara durante uma visita da mídia à embarcação em uma base da Marinha em Niterói, novembro de 2017 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
Um membro da tripulação do submarino brasileiro Timbira usa uma máscara durante uma visita da mídia à embarcação em uma base da Marinha em Niterói, novembro de 2017 (foto de arquivo)
Por outro lado, o mestre em Estudos Estratégicos Laginha questiona os benefícios de o Brasil produzir somente um submarino nuclear, e não uma frota completa. Caso o país não tenha orçamentos para construir mais de um submarino nuclear, o especialista preferiria ver mais investimentos em submarinos convencionais.
"Reconheço o ineditismo do projeto do submarino nuclear, a capacidade de contribuição tecnológica para o Brasil, o trabalho corajoso da Marinha, o salto tecnológico atingido com as nossas centrífugas [de enriquecimento de urânio], mas, do ponto de vista operacional, não sei se o submarino nuclear conseguirá cumprir a sua função, que é a de patrulhar as águas jurisdicionais brasileiras", questionou Laginho.
 
Segundo ele, com parcos recursos, o Brasil terá dificuldades de realizar a manutenção do submarino nuclear em prazos adequados. Além disso, durante os períodos de substituição do combustível nuclear, o submarino poderá ficar parado por mais de um ano.
Trabalhadores preparam a cerimônia de lançamento do submarino Riachuelo no Complexo Naval de Itaguaí, Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
Trabalhadores preparam a cerimônia de lançamento do submarino Riachuelo no Complexo Naval de Itaguaí, Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018 (foto de arquivo)
"Se durante o período de troca de combustível o submarino ficar parado por período prolongado, isso vai ferir a famosa 'regra três' da estratégia naval: um submarino patrulha, o outro fica no porto para adestramento da tripulação e o terceiro em manutenção", explicou Laginha. "Por isso não acredito que ter somente um submarino nuclear será relevante."
Segundo ele, "durante os períodos de indisponibilidade do submarino nuclear, esse alto investimento de recursos não vai se justificar. Porque teremos um, mas ao mesmo tempo não teremos nenhum".
A tripulação do submarino brasileiro Timbira aguarda seu comandante durante uma visita à embarcação em uma base da Marinha em Niterói, novembro de 2017 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
A tripulação do submarino brasileiro Timbira aguarda seu comandante durante uma visita à embarcação em uma base da Marinha em Niterói, novembro de 2017 (foto de arquivo)
Por outro lado, os submarinos movidos à propulsão nuclear têm vantagens significativas em relação aos convencionais, como a capacidade de navegar em águas mais profundas, por mais tempo, com menos ruído e sem a necessidade de emergir para reabastecer – o que diminui a possibilidade de ser detectado pelo inimigo.
 
"Na minha opinião, os submarinos nucleares e convencionais são complementares, e não excludentes", disse o pesquisador do Núcleo Avançado de Avaliação de Conjuntura da Escola de Guerra Naval (ESG) Pérsio Glória de Paula à Sputnik Brasil. "O submarino nuclear pode realizar operações de longo prazo em águas distantes e profundas, o que é um componente essencial para ampliar a capacidade de dissuasão do Brasil."
 
Glória de Paula lembra que o Atlântico Sul abarca 95% das reservas de petróleo do país e transporta 95% de seu comércio exterior, fonte indispensável de renda para a economia brasileira.
Um trabalhador em frente ao submarino brasileiro Riachuelo após sua cerimônia de lançamento no Complexo Naval de Itaguaí, Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018 (foto de arquivo)  - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025
Um trabalhador em frente ao submarino brasileiro Riachuelo após sua cerimônia de lançamento no Complexo Naval de Itaguaí, Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2018 (foto de arquivo)
"Precisamos proteger esses recursos nacionais e dissuadir potências estrangeiras que possam cobiçá-las", notou Glória de Paula. "É necessário levar o aspecto geoestratégico em consideração, ainda mais nesse cenário de renovadas tensões internacionais, no qual líderes de países importantes aventam a possibilidade de anexar territórios, como a Groenlândia."
Segundo Glória de Paula, "ainda que o Brasil não esteja envolvido em litígios internacionais, a adição das capacidades de negação do uso do mar e dissuasão de um submarino nuclear são imperativos estratégicos."

"O submarino nuclear vai proteger não só a Amazônia Azul, mas pode também restringir a capacidade de potenciais adversários de realizarem operações contra o solo no interior do Brasil, a partir do mar. E ele seria um marco da soberania nacional e aumentaria significativamente nas capacidades de dissuasão e projeção de poder do país", concluiu o especialista.

 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250404/amazonia-azul-e-a-proxima-groenlandia-brasil-quer-submarino-nuclear-para-dissuasao-diz-analista-39068495.html

Sputnik Brasil: Portal revela principais sistemas de guerra eletrônica russos 'assassinos de Starlink' na Ucrânia

Missão da Starlink, da SpaceX - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2025

Sistemas de guerra eletrônica Tobol e Kalinka são os dois principais “destruidores de [sistemas] Starlink” usados pelas Forças Armadas da Ucrânia na zona de operação militar especial, escreve o portal SpaceNews.
No artigo observa-se que o sistema Tobol, originalmente criado para proteger os satélites russos de sistemas de guerra eletrônica, foi requalificado para infringir as operações de sistemas de comunicação e navegação por satélite como o sistema de posicionamento global (GPS, na sigla em inglês).
"Pelo menos sete complexos Tobol estão distribuídos em todo o território da Rússia, e documentos militares vazados dos EUA sugerem que a Rússia implantou pelo menos três instalações especificamente para monitorar sinais de Starlink sobre a Ucrânia Oriental", escreve colunista Sandra Erwin.
 
De acordo com o portal, mais preocupante para os EUA e aliados é o mais recente sistema russo Kalinka, apelidado de "assassino de Starlink". Esta plataforma de guerra eletrônica pode detectar e interromper sinais para e dos satélites Starlink, com o objetivo específico de interferir com drones ucranianos e comunicações militares.

Elon Musk, fundador, CEO e engenheiro-chefe/designer da SpaceX, brinca com repórteres enquanto finge procurar uma resposta para uma pergunta em um telefone celular durante uma entrevista coletiva no Centro Espacial Kennedy em Cabo Canaveral, Flórida, 19 de janeiro de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 09.03.2025

Panorama internacional
Musk ameaça Kiev ao dizer que, sem o serviço Starlink, a defesa da Ucrânia 'entraria em colapso'
Erwin detalha também que a China está igualmente investindo em meios semelhantes de combate ao Starlink.
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250404/portal-revela-principais-sistemas-de-guerra-eletronica-russos-assassinos-de-starlink-na-ucrania-39070316.html

Brasil247: Tarifas de Trump provocam 'carnificina' nos mercados globais


Este é o segundo dia de caos nos mercados após anúncio de tarifas comerciais pelo presidente dos EUA

 

Leonardo Sobreira avatar
Conteúdo postado por:

(Reuters) – Wall Street despencou pelo segundo pregão consecutivo nesta sexta-feira, colocando o índice Nasdaq a caminho de um mercado de baixa, após as tarifas abrangentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocarem reações de governos ao redor do mundo, agravando a guerra comercial e intensificando temores de recessão.

Os três principais índices dos EUA operavam em queda superior a 4,5% no meio da tarde, encaminhando-se para seu pior desempenho em dois dias desde a pandemia de coronavírus no primeiro mandato de Trump.

A queda do Nasdaq Composite o colocava a caminho de confirmar um mercado de baixa para o índice de tecnologia. O Dow Jones Industrial Average caminhava para confirmar uma correção.

Desde a noite de quarta-feira, quando Trump elevou as tarifas ao maior nível em mais de um século, as empresas do S&P 500 perderam mais de US$ 4 trilhões em valor de mercado. Essa queda recorde de dois dias superou a perda de US$ 3,3 trilhões registrada em março de 2020, segundo dados da LSEG compilados pela Reuters.

Investidores estão abandonando ações por medo tanto da nova realidade econômica dos EUA quanto de possíveis retaliações dos parceiros comerciais americanos, com o endurecimento de barreiras alfandegárias. O índice de volatilidade da CBOE (.VIX), conhecido como o “índice do medo” de Wall Street, atingiu 42,13 pontos, o maior nível desde agosto.

O Ministério das Finanças da China anunciou que aplicará tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos dos EUA a partir de 10 de abril.

As bolsas caíram ainda mais após conversas entre os primeiros-ministros do Reino Unido, Austrália e Itália sobre como responder à ofensiva tarifária de Trump.

 “Estamos no Velho Oeste de uma guerra comercial agora”, disse Mariam Adams, diretora-gerente da UBS Wealth Management.
“Qualquer coisa pode acontecer, e esse tipo de incerteza é um tormento para os mercados globais.”

Às 14h18 (horário de Nova York), o Dow Jones caía 1.812,68 pontos (−4,48%), aos 38.729,54 pontos; o S&P 500 recuava 275,80 pontos (−5,10%), para 5.121,21 pontos; e o Nasdaq perdia 833,35 pontos (−5,04%), aos 15.716,54 pontos.

Os mercados globais ainda sentem os impactos após os EUA imporem as maiores barreiras comerciais em mais de um século.

Mais cedo, o banco de investimentos JP Morgan elevou sua previsão de recessão global para 60% até o final do ano, contra 40% anteriormente.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, falou publicamente pela primeira vez desde o anúncio das tarifas de Trump. Ele alertou que tarifas inesperadamente elevadas podem desencadear aumento da inflação e desaceleração do crescimento, colocando o banco central em uma posição delicada para tomar decisões futuras.

Ainda assim, os operadores continuavam a prever uma postura mais branda do Fed, com os futuros do mercado monetário precificando cortes acumulados de juros de 100 pontos-base até o final de 2025, em comparação aos 75 bps esperados uma semana antes.

A busca por segurança no mercado de títulos levou o rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos ao menor nível em seis meses, com ligeira recuperação para 3,98% no meio da tarde.

Isso derrubou ainda mais as ações de bancos americanos, com o setor sob pressão global diante da expectativa de cortes de juros e menor crescimento devido às tarifas, o que pode reduzir a lucratividade. O índice S&P Banks caiu 6,6%.

Todos os 11 setores do S&P operavam em queda superior a 2,8%, com o setor de energia liderando as perdas pelo segundo dia seguido, com baixa de 7,9%, acompanhando o recuo de 7,2% nos preços do petróleo bruto dos EUA.

As ações de empresas chinesas listadas nos EUA despencaram: JD.com, Alibaba e Baidu caíram mais de 9% cada uma.

Empresas americanas com forte exposição à China também recuaram amplamente. A Apple caiu 6,4%.

O índice de fabricantes de chips afundou 7,3%, agravando a queda de 9,9% do dia anterior. O setor é especialmente vulnerável às tarifas dos EUA e da China, já que muitas empresas projetam seus chips nos EUA, mas os fabricam na China — o que pode submetê-las a uma dupla taxação.

As bolsas globais despencaram e os preços do petróleo caíram pelo segundo dia consecutivo. Os preços do petróleo fecharam em queda de 7% nesta sexta-feira, atingindo o menor valor em mais de três anos.

O índice pan-europeu STOXX fechou em queda de 5,1%, sua maior perda diária desde a liquidação impulsionada pela Covid-19 em 2020. O índice caiu quase 12% em relação ao seu recorde histórico de fechamento em 3 de março, confirmando que está em território de correção.

O índice alemão DAX e o índice de blue-chips da zona do euro também confirmaram a correção, caindo 5% e 4,6%, respectivamente. Em Londres, o índice Financial Times recuou 4,95%, a 8.054,98 pontos.

Um indicador da volatilidade do mercado acionário da zona do euro subiu 8,68 pontos, para 34,2, o maior aumento em um dia em mais de dois anos.

Os fundos long/short de ações globais perderam todos os ganhos do ano na quinta e registravam queda de 4,2% na manhã de sexta, informou o banco Glodman Sachs em nota intradiária.

Fonte:  https://www.brasil247.com/economia/tarifas-de-trump-provocam-carnificina-nos-mercados-globais

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Sputnik Brasil: Postura errática de Trump prontifica China para assumir o vácuo estratégico deixado, dizem analistas


O presidente Donald Trump zomba do ex-vice-presidente e candidato presidencial Joe Biden enquanto discursa em um comício na BancorpSouth Arena, em Tupelo. Mississippi, 1º de novembro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 02.04.2025

Fragilizada devido ao apoio irrestrito a Kiev, a Europa agora se vê abandonada pelos Estados Unidos comandados por Donald Trump. No lugar dos norte-americanos, poderia outra potência emergir como principal parceira do Velho Continente?
A política externa do presidente Donald Trump tem causado confusão em muitos observadores internacionais ao abandonar preceitos basilares da geopolítica estadunidense estabelecidos após a Segunda Guerra Mundial.
É o caso de seu descompromisso com a defesa da Europa, algo reiterado por todos os mandantes da Casa Branca desde a Doutrina Truman, estabelecida pelo presidente democrata homônimo.
Mas não é só na geopolítica que Trump se mostra revertendo os caminhos históricos dos Estados Unidos. Na economia, o presidente e empresário tem seguido uma política de tarifas de importação que visam proteger os produtores nacionais — medidas que vão contra a ideologia neoliberal adotada especialmente por Ronald Reagan.
Elon Musk e Donald Trump em evento de campanha no Butler Farm Show, em Butler, Pensilvânia. EUA, 5 de outubro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 18.02.2025
Panorama internacional
'Gestão invisível das atenções': como as big techs tomaram o lugar da USAID na propaganda pró-EUA
Em entrevista à Sputnik Brasil, o doutor e pesquisador colaborador do Observatório Político dos Estados Unidos (OPEU) Thiago Godoy explica que as ações de Trump podem ser entendidas a partir de uma reação ao declínio norte-americano no cenário global.
"A política externa norte-americana tem se tornado, nas últimas décadas, cada vez mais militarizada e cada vez menos capaz de conseguir, pelas vias institucionais, dentro das organizações internacionais, gerenciar grandes pautas", diz o especialista.
 
 
"O que Trump tenta fazer nesse aspecto é trazer uma política externa mais altiva, aparentemente até mais agressiva, justamente para tirar essa imagem de um possível declínio norte-americano da sua posição de superpotência."

Essa perda de poder dos Estados Unidos é ressaltada pelo esgotamento interno no país, que vê o bem-estar de sua população ruir com a estagnação da renda, apesar do aumento na produtividade do trabalhador, do aumento na inflação e da crise no uso desenfreado de opioides.

Dentro desse cenário, afirma Godoy, os próprios cidadãos têm uma percepção de que os Estados Unidos não deveriam se posicionar mais em assuntos externos que, "de certa forma, não afetam diretamente a própria população".
Dessa forma, pode-se compreender a política externa de Trump. Ela não só enfatiza a questão dos prejuízos econômicos sofridos pelos Estados Unidos, como são os custos com a defesa europeia por meio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a "desvantagem" comercial com os aliados, como também reforça um discurso militarista, em especial nas regiões geograficamente próximas, como a América Latina.
 
"Tudo o que o Trump faz é também o que a própria política externa dos Estados Unidos fez durante muito tempo, que é tentar preservar a sua liberdade de ação no exterior quando necessário."

 EUA deixam um 'vácuo' de poder

Em visita a Portugal, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, destacou a importância da Europa em um mundo multipolar e afirmou que apoia o continente em sua busca por uma autonomia estratégica.
"Não é segredo", declara Godoy, "que a China, assim como a Rússia, observa essa política externa de Trump como uma oportunidade de ocupar alguns vácuos estratégicos deixados pelos Estados Unidos".
Bandeiras da União Europeia (UE) em frente à Comissão Europeia, em Bruxelas - Sputnik Brasil, 1920, 19.02.2025
Panorama internacional
Sai Europa, entra Ásia: o que levou o continente europeu à decadência econômica?
No entanto, ainda há grande desconfiança da liderança europeia em sua aproximação com Pequim. Esse sentimento foi explicitado pela saída da Itália, sob o governo de Georgia Meloni, da Iniciativa Cinturão e Rota em 2023.
"Ainda que os negócios e as conexões ferroviárias e comerciais tenham avançado, os europeus reconhecem os riscos de substituir a dependência dos EUA por uma dependência excessiva da China", diz Coelho. "A percepção é de que essas dependências podem ser instrumentalizadas politicamente por Pequim."
Nesse ponto, a fala de Yi em que destaca a importância europeia no mundo multipolar vai em consonância com um discurso que ganha tração dentro da diplomacia europeia, detalha o professor, particularmente diante do "comportamento errático, unilateral e transacional" dos EUA. Para os europeus, mais vale "afirmar sua autonomia estratégica e diversificar suas relações", mantendo um equilíbrio entre Pequim e Washington.
O comportamento dos Estados Unidos tem gerado reações também nos outros cantos do planeta. No Leste Asiático, China, Coreia do Sul e Japão se reuniram para responder conjuntamente aos planos do "tarifaço" de Trump.
Já na América Latina, região que o presidente norte-americano parece clamar para si sob a égide de uma "nova" Doutrina Monroe, a diplomacia estadunidense se revela cada mais agressiva, até mesmo diante de aliados de longa data, como o México e a Colômbia.
 
"Esse tipo de comportamento abre espaço para que a China se projete como um parceiro mais estável, previsível e respeitoso da soberania dos países da região."

Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250402/postura-erratica-de-trump-prontifica-china-para-assumir-o-vacuo-estrategico-deixado-dizem-analistas-39040050.html

Sputnik Brasil: Casa Branca anuncia que novas tarifas de importação dos EUA entrarão em vigor em 2 de abril

Rolos de aço em armazém de empresa em Chester, no estado norte-americano da Virgínia - Sputnik Brasil, 1920, 01.04.2025

As tarifas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar na próxima quarta-feira (2) entrarão em vigor no mesmo dia, anunciou nesta terça (1º) a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.
 
"Entendo que o anúncio das tarifas será feito amanhã [quarta-feira] e entrará em vigor imediatamente", declarou Leavitt à imprensa.
 
Trump já havia manifestado, desde meados de fevereiro, sua intenção de anunciar novas tarifas sobre a importação de automóveis no próximo 2 de abril.
Desde seu retorno à Casa Branca, em 20 de janeiro, Trump assinou diversas ordens executivas impondo tarifas sobre produtos do Canadá, do México e da China.
O presidente dos EUA também ameaçou impor tarifas à União Europeia, alegando que o bloco tem um "tratamento comercial terrível" em relação aos EUA.
Donald Trump em discurso na Casa Branca. - Sputnik Brasil, 1920, 30.03.2025
Panorama internacional
Trump sobre aumento dos preços dos automóveis devido à política de tarifas: 'Não me importo’
Já o bloco europeu não quer tomar medidas comerciais contra os Estados Unidos, preferindo uma solução diplomática, declarou também nesta terça a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. No entanto, se necessário, a comunidade tem as ferramentas necessárias para responder às novas tarifas dos EUA, garantiu.
 
"Nosso objetivo é uma solução por meio de negociações. Mas, é claro, se necessário, protegeremos nossos interesses, nosso povo e nossos negócios. Quero ser muito clara sobre o objetivo de nossa resposta. Acreditamos que esse confronto não beneficia ninguém. O fluxo de bens e serviços entre nós está quase equilibrado. Estamos prontos para continuar trabalhando na balança comercial", disse ela aos eurodeputados.

Ursula von der Leyen enfatizou que a UE é "o maior mercado único do mundo" e que a comunidade tem o poder de negociar e contra-atacar.

 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250401/casa-branca-anuncia-que-novas-tarifas-de-importacao-dos-eua-entrarao-em-vigor-em-2-de-abril-39032255.html

Brasil247: Deputado Marcel van Hattem pode perder mandato por ataques ao STF: "mafiosos"

Ministros da Suprema Corte consideram grave a postura do parlamentar e avaliam possibilidade de sanções severas

Marcel van Hattem (Foto: Zeca Ribeiro / Câmara)
Laís Gouveia avatar
Conteúdo postado por:

247 - Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) pode enfrentar consequências severas pelas declarações ofensivas dirigidas à Corte e a seus ministros. Segundo informações divulgadas pela colunista Bela Megale, de O Globo, não está descartada a possibilidade de que o parlamentar venha a perder o mandato.

Na última quinta-feira, Van Hattem fez um discurso inflamado no plenário da Câmara dos Deputados, no qual atacou duramente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de "cruéis e covardes". Além disso, o deputado qualificou o STF como uma "organização mafiosa" e acusou seus integrantes de manipular processos para chantagear políticos. O pronunciamento gerou forte repercussão e resultou em uma representação do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), junto à Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando a abertura de uma ação penal contra o congressista.

A avaliação dentro do Supremo é de que as declarações de Van Hattem são de extrema gravidade, o que pode embasar uma denúncia formal contra ele. Caso isso ocorra, o deputado será julgado pela própria Corte, correndo o risco de perder o mandato, além de outras possíveis penalidades. Há magistrados que consideram a punição necessária diante da intensidade dos ataques.

Esse não foi o primeiro episódio em que o deputado utilizou a tribuna da Câmara para fazer críticas contundentes a autoridades. Em novembro do ano passado, a Polícia Federal indiciou Van Hattem pelos crimes de calúnia e injúria após ele atacar verbalmente o delegado Fábio Schor, que conduz inquéritos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e que tramitam no STF.

Na ocasião, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), manifestou desconforto com a decisão da PF e chegou a relatar sua insatisfação a ministros do STF, argumentando que falas proferidas dentro do Parlamento deveriam estar protegidas pela imunidade parlamentar. No entanto, os magistrados sustentaram que a conduta da Polícia Federal foi correta, considerando a gravidade das declarações do deputado.

O caso de Van Hattem se soma a outros episódios de embates entre congressistas bolsonaristas e o Supremo, evidenciando o tensionamento na relação entre os Poderes. A decisão sobre o futuro do deputado agora depende dos desdobramentos da representação na PGR e de uma eventual denúncia perante a Suprema Corte.

Fonte:  https://www.brasil247.com/poder/deputado-marcel-van-hattem-pode-perder-mandato-por-ataques-ao-stf-mafiosos

Brasil247: Bolsonaro pode ter o que explicar sobre Arapongagem do Paraguai

 Denise Assis


A crise envolvendo o Brasil e o Paraguai, que tem abalado a relação entre os dois países e vem demandando esforços do Itamaraty para aplainar a situação pode ter origem numa trapalhada tão grande do governo Bolsonaro, que em agosto de 2019 quase derrubou o governo do presidente Mario Abdo, daquele país.

Na época o Paraguai mergulhou numa forte crise política, depois que veio à tona que seu governo havia assinado com o Brasil um documento, no qual se comprometia a comprar energia mais cara do que o habitual, da Usina de Itaipu, pertencente aos dois países. Altos funcionários do governo paraguaio caíram, e o presidente Abdo ficou sob ameaça de um processo de impeachment.

O acordo havia sido firmado em maio daquele ano, o de 2019, sem nenhuma divulgação. Assim que houve o vazamento da informação, foi cancelado oficialmente e a tensão diminuiu. Àquela altura, um grupo governista já havia aderido à proposta de impeachment da oposição, mas acabou desistindo, porque o acordo entre os dois países, nos termos propostos, foi logo desfeito. (Alguém deve ter dito: vai dar ruim).

Acordo desfeito

No Brasil, onde a mídia sempre passou a mão pela cabeça de Paulo Guedes, Bolsonaro e sua equipe, não indo fundo nas investigações sobre os desmandos daquele governo, a questão ficou por isso mesmo. A iniciativa de depor Abdo morreu no Congresso paraguaio e, por aqui, nunca se soube plenamente o caráter daquela negociação.

Certo é que, tal como agora, havia chegado o momento de se renegociar o acordo que trata das cotas de energia divididas entre os dois países e o preço a ser cobrado pelo Paraguai, sobre a energia excedente, vendida preferencialmente para o Brasil.

A proposta do governo de Bolsonaro gerou grande rejeição entre os paraguaios. Segundo dados de Itaipu Binacional, em 2018, o país vizinho, que é sócio do Brasil na usina, consumiu 1.717 MWmed (megawatts médios) da energia produzida em Itaipu.

Para 898 MWmed deste total, o Paraguai pagou US$ 43,80 por megawatt-hora. Para os demais 819 MWmed (47,7% do total), o valor pago por MWh foi de US$ 6. Isso ocorreu porque, pelo acordo firmado entre os dois países, o Paraguai define anualmente quanta energia quer da usina ao longo do ano. Se precisar, o país pode solicitar uma cota maior.

Fato é que agora, em 2025, o assunto das negociações com o Paraguai estava em novo momento de acertos e, junto com as conversas, surgiu essa “arapongagem”, que meteu o governo do presidente Lula numa suspeita, sem que ele nem sequer saiba explicar a origem do problema.

Na ocasião do “auê” paraguaio – agosto de 2019 -, ao conceder uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto sobre dados de desmatamento no Brasil, Bolsonaro também foi questionado sobre os motivos que levaram os dois países (Brasil e Paraguai) a anular o acordo.

"Está em negociação, é reservada a conversa. Nós queremos um bom contrato com o Paraguai e estamos trabalhando neste sentido", disfarçou o então presidente, e ficou por isso mesmo.

A ata do acordo havia sido assinada em maio daquele ano (2019), mas só se tornou pública em agosto, quando os paraguaios botaram a boca no mundo, ante a “volta” que levariam. A crise política se instalou no Paraguai, levando a oposição a tentar o impeachment do presidente Mario Abdo Benítez. 

O que constataram, com muita surpresa, foi que o acordo elevaria em mais de US$ 200 milhões os custos para o Paraguai, segundo o ex-diretor da entidade. Quais eram os termos? Para onde iriam esses US$ 200 milhões negociados na surdina? A providência – muito estranha, aliás, pois o normal seria dirimir as dúvidas e, se fosse justa, fazê-lo vigorar -, foi a anulação rápida da ata, o que afastou o risco de impeachment do presidente paraguaio.

O embaixador do Brasil, na época, no Paraguai, Carlos Alberto Simas Magalhães, acabou assinando um documento reconhecendo a decisão do Paraguai de anular a negociação.

Quem sabe agora, seis anos depois, não seria a hora entender que tipo de vantagens Bolsonaro viu ali, e o que o levou a fazer tudo de modo sorrateiro, dando explicações evasivas? 

Ao fim do imbróglio, Bolsonaro se apressou em afirmar que buscaria “um bom contrato com o Paraguai sobre compra de energia da usina de Itaipu”. Isso, logo depois de representantes dos dois países decidirem anular um acordo que, na prática, faria o Paraguai pagar mais caro pela energia produzida pela usina.

Sobrou para o Governo atual 

Hoje (02/04), o Ministério das Relações Exteriores negou qualquer envolvimento do atual governo em ações de espionagem contra autoridades paraguaias. O comunicado oficial afirma que a operação começou em junho de 2022, quando a Abin era comandada por Alexandre Ramagem e estava subordinada ao então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. (Olhem ele aí de novo!).

Vamos supor que Bolsonaro e sua equipe tenham ficado paranoicos sobre possíveis desdobramentos da situação criada pelo ex-presidente durante o desastrado (?) acordo, e tenham criado o monitoramento para se antecipar a uma nova eventual crise que surgisse no horizonte... Seria essa a situação? A investigar...

Tão logo tomou conhecimento da “arapongagem”, o atual governo, o do presidente Lula, tratou de agir: "A operação (estamos falando da arapongagem), foi anulada pela atual gestão em março de 2023, logo após a revelação de sua existência", destacou documento emitido pelo Ministério das Relações Exteriores. Segundo o governo, a decisão de suspensão partiu do então diretor interino da Abin, em 27 de março de 2023, dois dias antes da posse de Luiz Fernando Corrêa como novo diretor-geral da agência.

O caso emerge em momento delicado para as relações bilaterais pois, como mencionado acima, está em curso uma nova rodada de negociações sobre o valor da energia excedente produzida pela usina binacional de Itaipu. O acordo anterior vigorou até dezembro de 2024, mas o Paraguai solicitou prorrogação até maio deste ano. 

Conforme noticiou anteriormente o site do 247, “as autoridades paraguaias demonstraram preocupação sobre possível uso indevido de informações nas tratativas que, de novo, resultaram em preço mais baixo para a energia adquirida pelo Brasil.

A divulgação do caso teria irritado a equipe do presidente Lula, levando a Polícia Federal a abrir investigação sobre o vazamento dessas informações, que constam no depoimento de um agente no inquérito sobre a chamada "Abin paralela" que funcionou durante o governo Bolsonaro”. Aguardem porque, com certeza, haverá desdobramentos.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

 
Fonte:  https://www.brasil247.com/blog/bolsonaro-pode-ter-o-que-explicar-sobre-arapongagem-do-paraguai

terça-feira, 1 de abril de 2025

Brasil247: Israel assassina mais um jornalista em Gaza

O Sindicato dos Jornalistas Palestinos condenou os assassinatos de jornalistas com crimes de guerra

Funeral de jornalista assassinado por Israel em Gaza (Foto: Bassam Masoud / Reuters)
José Reinaldo avatar
Conteúdo postado por:

Prensa Latina - O exército de ocupação israelense assassinou nesta terça-feira (1) mais um jornalista palestino, que se encontrava ao lado de sua esposa e três filhos, após atacar sua casa na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

A agência oficial de notícias palestina (Wafa) informou que Mohammed Saleh al-Bardawil, jornalista da Al Aqsa TV, morreu junto com sua família após um bombardeio esta manhã. 

Na semana passada, as Forças Armadas Israelenses (IDF) mataram Mohammad Mansour, correspondente do canal Palestine Today, e Hussam Shabat, repórter da estação de televisão do Catar Al Jazeera.

Horas depois, o Sindicato dos Jornalistas Palestinos condenou ambas as mortes, chamando-as de crimes de guerra e uma tentativa de esconder a verdade. 

Tais ações não são incidentes isolados ou exceções; eles fazem parte de uma política sistemática israelense para eliminar jornalistas palestinos, que se tornaram alvos diretos do exército, afirmou a entidade.

A instituição lembrou que desde o início da agressão aos palestinos na Faixa de Gaza em outubro de 2023, mais de 200 trabalhadores do setor perderam a vida devido aos ataques do exército israelense. 

No ano passado, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura concedeu o Prêmio Guillermo Cano a jornalistas palestinos que cobriam o conflito em reconhecimento ao seu trabalho.

Mais de mil palestinos morreram desde que as FDI retomaram seus ataques contra a Faixa de Gaza em 18 de março, como parte da estratégia do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu contra o Movimento de Resistência Islâmica.

Segundo dados oficiais, o número de mortos em Gaza desde o início do conflito em outubro de 2023 ultrapassou 50.300, enquanto o número de feridos ultrapassa 114.000.

Fonte:  https://www.brasil247.com/mundo/israel-assassina-mais-um-jornalista-em-gaza

Agência Brasil: Receita do turismo internacional tem crescimento recorde em fevereiro

 

Turistas estrangeiros trouxeram ao país US$ 823 milhões no mês passado
Fabíola Sinimbú – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 31/03/2025 - 13:56
Brasília
Belém (PA) 15/12/2024 – A Ilha do Combú, banhada pelo Rio Guamá, é uma Área de Proteção Ambiental (APA) e destino turístico amazônico na região insular de Belém, habitada por comunidades tradicionais que vivem de pesca, artesanato, turismo e produção de açaí. É acessada através de barcos que partem com passageiros do Terminal Hidroviário Ruy Barata. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
© Fernando Frazão/Agência Brasil
Fevereiro de 2025 registrou mais um recorde para o turismo no país, com a injeção de US$ 823 milhões trazidos por viajantes internacionais para a economia brasileira. O aumento foi de 22,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em fevereiro desembarcaram nos destinos nacionais mais de 1,3 milhão de estrangeiros.

Os dados foram reunidos pelo Ministério do Turismo, com a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e a Polícia Federal, a partir das Estatísticas do Setor Externo, divulgadas pelo Banco Central na última semana.

“O turismo internacional tornou-se um grande motor da economia do Brasil. É o setor que mais cresce e gera muitos empregos. Afinal é onde 95% dos negócios são em micro, pequenas e médias empresas”, afirmou o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.

No acumulado do bimestre, o turismo estrangeiro injetou mais de US$ 1,6 bilhão, correspondendo a um crescimento de 10,4% na comparação com os dois primeiros meses de 2024. No período a entrada de viajantes de outros países cresceu 57%, na comparação com o primeiro bimestre do ano anterior, somando 2,8 milhões de desembarques.

De acordo com nota divulgada pela Embratur, o setor foi impulsionado por um calendário de eventos internacionais, que deverá se manter em alta ao longo do ano com a realização da Cúpula do Brics, em julho, no Rio de Janeiro. O Brics é formado por África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Outros nove países são parceiros do bloco.

E, em novembro deste ano, Belém será sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30).

Para o presidente da Embratur, os sucessivos recordes ocorridos no setor refletem também um trabalho de promoção internacional, associado ao aumento da conectividade aérea entre os destinos. 

“O Brasil tá na moda, mas é graças ao trabalho conjunto do poder público e privado”, ressaltou Freixo.

* Matéria atualizada às 16h17 para correção na lista de países que fazem parte do Brics. 

Sputnik Brasil: Europeus não têm poderio militar, mas querem conflito armado com Rússia, diz analista

Bandeiras da Rússia e da União Europeia (UE) - Sputnik Brasil, 1920, 01.04.2025

Os países europeus não estão prontos para uma guerra, mas mesmo assim estão provocando um conflito armado com a Rússia, afirmou Larry Johnson, ex-funcionário da Agência Central de Inteligência (CIA) e do Departamento de Estado dos EUA.
 
"Eles não têm recursos, nem base industrial, nem poderio militar, mas ainda assim tentam iniciar um conflito com a Rússia. A história claramente não lhes ensinou nada", ressaltou o analista.

Segundo o especialista, as razões-chave para essa política agressiva são os empréstimos que a França, Reino Unido e Alemanha concederam a Kiev.

Donald Trump durante coletiva no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, D. C. EUA, 7 de março de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 31.03.2025
Panorama internacional
A questão da adesão de Kiev à OTAN levou ao conflito na Ucrânia, diz Donald Trump
 
"Agora não é nem mesmo importante considerá-los em termos de poder militar. Basta responder a uma pergunta: eles têm a infraestrutura adequada, podem fornecer alimentos, combustível e munição? Eles podem fornecer o número necessário de peças de reposição para consertar os equipamentos?", finalizou.

Em 20 de março, líderes militares de cerca de 30 países ocidentais reunidos em Londres discutiram planos para enviar tropas para a Ucrânia após o atual conflito.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, revelou mais tarde que o país está preparando operações militares na Ucrânia para impor um acordo de paz, enquanto a França e o Reino Unido estão considerando criar uma "força de manutenção da paz" de até 30 mil soldados.
A Rússia alertou que tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), de qualquer tipo, em solo ucraniano seriam consideradas uma ameaça direta, com o ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov afirmando que Moscou nunca aceitará isso.
Fonte: