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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Funaro confirma Joesley e complica Temer


REUTERS | Agência Senado

247 - Apontado como operador de propinas em esquemas de corrupção do PMDB, o doleiro Lucio Funaro disse, em um de seus depoimentos constantes da sua delação premiada, que recebeu dinheiro do empresário Joesley Batista, do grupo JBS, para ficar em silêncio e não revelar o que sabia acerca dos esquemas de propinas envolvendo políticos e partidos. A delação deverá reforçar a segunda denúncia contra Michel Temer que está sendo preparada pela Procuradoria Geral da República com base na delação de executivos da JBS.

A delação de Funaro complica ainda mais a situação de Michel Temer, já que confirma as acusações feitas pelo empresário Joesley Batista e outros executivos do grupo JBS que implicam diretamente o peemedebista em diversos esquemas investigados.

Temer, que conseguiu barrar na Câmara o prosseguimento da denúncia de corrupção passiva, deverá ser denunciado pela PGR pelos crimes de obstrução da Justiça e por envolvimento em organização criminosa, com base nas delações da JBS.

Em sua delação, Joesley Batista, afirmou que Temer conhecimento dos esquemas de corrupção e implicou o peemedebista diretamente ao gravar, em uma reunião fora da agenda, realizada no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-presidência da República, Temer avalizando a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha no âmbito da Operação Lava Jato.

Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/314862/Funaro-confirma-Joesley-e-complica-Temer.htm

Depressão de Temer cria ‘medo do futuro’ e trava economia


Agência Brasil

247 - O contraste entre a queda dos indicadores de confiança do comércio e dos consumidores medidos pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em agosto e o aumento da confiança dos setores da indústria, serviços e construção civil acentua as incertezas sobre os rumos da economia para os próximos meses.

Segundo o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a crise de perspectiva com as políticas econômicas do governo Michel Temer tem travado a retomada do crescimento.

Meirelles, porém, ressalta o que chama de sucessão de frustrações desde o período eleitoral em 2014, como o impeachment da presidente Dilma Rousseff, as delações premiadas da Odebrecht e da JBS. "Essa sequência impede empresários e a população de ver uma luz no fim do túnel", disse Meirelles ao jornal Valor Econômico.

Uma pesquisa feita em julho pelo instituto junto a 1.421 pessoas pelo Locomotiva aponta que 44% dos entrevistados acreditam que irão reduzir suas comprar ao longo deste semestre. Ainda segundo o levantamento, 29% acreditam que vão manter o nível de consumo e outros 23%, acham que deverão consumir mais. Somente 25% disseram estar satisfeitos com a renda atual outros e 69% afirmaram ter medo de uma queda em seu padrão de vida.

Para Aloisio Campelo Jr., do Ibre-FGV, se a crise política parece ter o seu impacto diminuído junto a indústria, esta perspectiva não se refletiu unto ao comércio e consumidores. O desemprego, que já alcança 14 milhões de brasileiros, é apontado como a maior razão da desconfiança para a retomada da economia, apesar de ligeiras melhoras nos índices oficiais.

Veja a íntegra da reportagem do Valor.

Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/economia/314807/Depress%C3%A3o-de-Temer-cria-%E2%80%98medo-do-futuro%E2%80%99-e-trava-economia.htm

Um ano sem Dilma, sem direitos, sem soberania

Gleisi Hoffmann

    Gleisi Hoffmann

    Roberto Stuckert Filho/PR

    Apenas um ano após o afastamento definitivo da presidenta Dilma pelo Senado, o Brasil está num processo acelerado de destruição em todos os níveis. Nunca se destruiu tanto em tão pouco tempo.

    As primeiras vítimas foram a democracia e o sistema de representação. O golpe continuado, que se iniciou logo após as eleições de 2014, teve como primeiro alvo o voto popular, base de qualquer democracia e fonte de legitimidade do sistema político de representação.

    Não bastasse, os derrotados imediatamente questionaram um dos sistemas de votação mais modernos e seguros do mundo, alegando, de forma irresponsável, “só para encher o saco”, como afirmou Aécio Neves, a ocorrência de supostas fraudes. Depois, questionaram, sem nenhuma evidência empírica, as contas da presidenta eleita. Não faltaram aqueles que afirmaram que haviam perdido as eleições para uma “organização criminosa”.

    Essa grande ofensiva contra o voto popular, somada aos efeitos deletérios de uma Lava Jato de cunho estridente e partidarizado, embora tenha mirado contra o PT e as esquerdas, acabou acertando em cheio a democracia brasileira, a atividade política como um todo e a legitimidade do sistema de representação.

    Com efeito, o golpe dado explicitamente para “estancar a sangria” e tentar proteger a quadrilha liderada por Temer, mergulhou o país na maior crise política de sua história. Hoje, as instituições democráticas estão sem nenhuma credibilidade e legitimidade, a começar pela Presidência, ancorada em menos de 5% de aprovação popular. Há uma descrença gravíssima e generalizada na política, equiparada a uma atividade criminosa. Há até aqueles, crescentes em número, que apregoam a volta das ditaduras como solução para os problemas vividos pelo país.

    O fato concreto é que a democracia brasileira foi muito fragilizada pelo golpe e hoje convive com um Estado de Exceção que reprime estudantes, trabalhadores, professores, camponeses e todos aqueles que se atrevem a se insurgir contra a agenda ultraneoliberal que o governo ilegítimo, sem voto, impinge ao Brasil. Na realidade, o sistema de tomada de decisões já foi transferido das instituições baseadas no voto popular para um conglomerado formado pelo poder Judiciário, a mídia oligopolizada e os setores hegemônicos do “mercado”, particularmente o sistema financeiro nacional e internacional.

    Essa fragilidade democrática e o sequestro da política pelo “mercado” permite a destruição de todos os legados sociais do Brasil. Com efeito, o golpe procura não apenas destruir o legado social específico do PT, mas também o legado social da Constituição Cidadã, que instituiu o Estado de Bem-Estar brasileiro, e até mesmo o legado social do trabalhismo, consagrado na proteção da CLT. A Emenda Constitucional nº 95 impedirá os investimentos públicos em educação, saúde e previdência, fazendo-nos retroceder ao século passado, em termos de serviços públicos. Combinada com a cruel Reforma da Previdência, que inviabilizará as aposentadorias e pensões dos mais pobres, tal Emenda destruirá o Estado de Bem-Estar criado pela Constituição de 1988 e todo um conjunto direitos sociais a ele associado. Por sua vez, a Reforma Trabalhista, ao “flexibilizar” a proteção trabalhista assegurada na CLT, nos faz retroceder aos tempos da República Velha, quando a “questão social” era mero caso de polícia.

    Todos os programas sociais relevantes estão sendo destruídos ou fragilizados pelo governo sem voto. Farmácia Popular, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, Ciência sem Fronteiras, Luz para Todos, Bolsa Família, etc.., não há nenhum que escape da tesoura criminosa do austericídio golpista.

    O alvo da sanha austericida são os direitos da população e as políticas públicas que beneficiam os mais pobres. Para os ricos, sobram afagos e oportunidades para grandes negociatas. 

    A destruição dos legados sociais, principalmente em sua vertente trabalhista e previdenciária, visa recompor as taxas de lucro, num contexto de persistência e agravamento da crise econômica. De fato, o golpe também destruiu a economia do Brasil.

    O que começou, em 2014, como uma leve desaceleração e um pequeno déficit primário ocasionados pelo agravamento da crise mundial, o fim do ciclo das commodities e o stress hídrico, transformou-se, graças à instabilidade política e institucional criada pelo golpismo e a sua política pró-cíclica austericida, na maior crise econômica da história do país. Uma autêntica depressão, que forçou o “gigante” a deitar-se no leito de uma UTI. Falta-lhe, agora, o oxigênio do mercado interno de massa, propiciado pelas políticas que levaram 40 milhões de brasileiros à classe média e eliminaram a pobreza extrema no Brasil.

    Tal destruição, massiva e persistente, se expressa, entre outros indicadores, no fato de que mais um quinto dos lares do Brasil (15,2 milhões) não tem mais renda oriunda do trabalho, formal ou informal. Manifesta-se também no ignominioso retorno da pobreza e da desigualdade. Se expressa no inadmissível retorno do Brasil ao Mapa da Fome.

    Contudo, o dano econômico maior é aos mecanismos de que dispúnhamos para alavancar o nosso desenvolvimento. Assim, a Petrobras e sua política de conteúdo local, que haviam recuperado a indústria naval e a construção civil pesada, agora são vendidas e desmontadas. Poços do pré-sal, do pós-sal, refinarias, gasodutos, etc. são vendidos a preços aviltados e as plataformas e embarcações que antes geravam empregos no Brasil agora geram empregos na Holanda e Cingapura. O crédito público, particularmente o do BNDES, que foi fundamental para superação da crise de 2009, agora é asfixiado por um governo que não consegue conter os seus déficits ocasionados pelas constantes quedas na arrecadação e na atividade econômica.

    Curiosamente, embora a máquina pública esteja parando por falta de orçamento, não falta dinheiro para a providencial compra de parlamentares. E os pedidos de ampliação de déficits, que antes justificavam impeachments, agora se tornaram rotina consentida e banal.

    Como o investimento e o crédito público estão asfixiados e as empresas e as famílias estão endividadas, não há investimentos, não há consumo e não há crescimento para fazer subir as receitas e equilibrar as contas. Nesse contexto, os obsessivos cortes de gastos só agravam a situação. É trabalho de Sísifo.

    Com a recusa austericida à retomada dos investimentos públicos e com a impossibilidade do retorno de investimentos privados nacionais, o golpe recorre à venda predatória do patrimônio público ao capital internacional e à destruição da soberania como último recurso para se manter e tentar tapar temporariamente os seus gigantescos rombos financeiros, cevados pelas mais altas taxas de juros reais do mundo.

    Assim, o golpe colocou o Brasil à venda. E por preços em baratinhos. Além da alienação da Petrobras e do pré-sal, estão à venda as terras, a Amazônia e seus vastos recursos estratégicos, as riquezas minerais, portos, aeroportos, bancos públicos, a estratégica Eletrobrás, uma das maiores empresas de eletricidade do mundo e até mesmo a Casa da Moeda, responsável pela fabricação do nosso dinheiro. Trata-se de um gigantesco “feirão” destinado a vender nossos recursos estratégicos a preços de “xepa” no mercado mundial.

    No fundo, é volta a um Brasil colonial, que se integrará às “cadeias produtivas globais”, como mero produtor de commodities, sem nenhuma agregação de valor e sem desenvolver ciência e tecnologia próprias. 

    A esse processo predatório e míope de desnacionalização do nosso patrimônio e da nossa economia, soma-se uma política externa que, ao contrário da política externa ativa e altiva do governo anterior, mostra-se desavergonhadamente omissa e submissa. De país cortejado e de amplo protagonismo em todos os foros regionais e globais, com Lula tendo se tornado um autêntico líder mundial, nos transmutamos em pária das relações internacionais, com Temer sendo ignorado e desprezado por onde ousa aparecer.  De país que afirmava seus interesses próprios na integração regional, na geopolítica Sul-Sul e na articulação do BRICS, nos tornamos mero satélite dos interesses dos EUA e aliados.

    Nunca o Brasil desceu tão baixo aos olhos do mundo. O golpe destruiu a imagem do Brasil no planeta.

    Acima de tudo, o golpe destrói um bem intangível: a esperança no futuro. A persistir em sua intensa agenda predatória e destruidora, o golpe eliminará o futuro do Brasil, o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos. O sonho do país próspero, grande e justo será substituído pelo pesadelo do país pobre, pequeno e desigual.

    Contudo, o golpe não destruiu, e nem destruirá, o maior ativo do Brasil: o povo e sua imensa capacidade lutar. Caso Lula não seja cassado pelos processos injustos e partidarizados a que é submetido, suscitando a condenação da Comissão de Direitos Humano da ONU, o povo brasileiro, em eleições livres, poderá começar a reconstruir o Brasil a partir do ponto em que golpe começou a destruí-lo: na restauração da soberania popular.

    A restauração da soberania popular e da democracia deverá reverter este annus horribilis da História do Brasil.

    Com a volta da democracia, devolvendo ao povo os destinos do Brasil, poderemos ter, de novo, muitos annus mirabilis à frente.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/colunistas/gleisihoffmann/314767/Um-ano-sem-Dilma-sem-direitos-sem-soberania.htm

    Globo, que liderou o golpe, vê corruptos no poder


    Midia Ninja | Reprodução

    247 – Os corruptos estão no poder, reconhece o jornal O Globo, que liderou o golpe contra a presidente Dilma Rousseff e contra a democracia brasileira.

    Em seu balanço sobre um ano de impeachment, o jornal da família Marinho, que convocou a população brasileira a ocupar as ruas contra a corrupção, reconhece que o Brasil tem hoje no poder o governo mais corrupto da história.

    A própria foto escolhida foi emblemática, uma vez que Michel Temer, o primeiro ocupante da presidência denunciado por corrupção na história do Brasil, aparece ao lado de Rodrigo Rocha Loures, seu homem da mala, e dos ministros Henrique Eduardo Alves, preso por receber propinas, e Eliseu Padilha, também investigado.

    "Nos meses que antecederam o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, milhões de brasileiros foram às ruas protestar contra a corrupção. Um ano depois de ela ter deixado o cargo definitivamente, a mobilização já não é mais a mesma, mas o número de autoridades acusadas de desviar dinheiro público só cresce", diz o texto.

    Entre os investigados que governam o Brasil, o jornal cita nomes como Eliseu Padilha, Moreira Franco, Aloysio Nunes, Romero Jucá, Blairo Maggi e cita ainda o homem da mala Rodrigo Rocha Loures. O periódico também lembra que o próprio Temer é um os investigados.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/314781/Globo-que-liderou-o-golpe-v%C3%AA-corruptos-no-poder.htm

    Política alimenta o ódio


    19 de agosto de 2017 às 15:05Brasil, Ceará, Política

    Com o título “Política alimenta ódio”, eis artigo do médico, antropólogo e professor Antônio Mourão Cavalcante. Ele faz uma exposição sobre o cenário atual da política, com boas doses de reflexões para o leitor. Confira:

    Sempre fiquei me perguntando por que esse ódio ao Lula? O que ele significa de tão terrível para a classe média? É verdade. Os empresários e gente de grana, nem manifestam essa repulsa tão exagerada ao líder do trabalhismo. A História registra o comportamento de Lula, ao longo de sua caminhada pessoal, como alguém que aprendeu a negociar, barganhar e buscar consenso. Foi assim desde os duros tempos dos sindicatos dos metalúrgicos. Propunha até uma política de resultados. E, ninguém foi tão generoso com os patrões…

    Ocorre que a classe média tem crenças bem consistentes de conquistas sociais pelo sacrifício, pelos estudos, pelo esforço de subir: ter casa própria, conseguir emprego com garantia, viajar de avião em férias, ter escola boa para os filhos e universidade onde obtém um canudo e depois um bom ofício… Itinerário de vida que justifica sucesso e realização. Tudo é conquistado com muito esforço e sacrifício.

    A classe inferior é um espectro macabro que precisa ser exorcizado: colocar filho em escola pública? Procurar tratamento em Posto de Saúde Pública? Morar em determinados bairros, etc… É o grande pânico que ronda a classe média.

    Ora, quando aparece um líder dando bolsa para famílias miseráveis, oferecendo casa construída para todos, abrindo possibilidades de viajar de avião, oferecer cotas para egressos da escola pública, negros e favelados… Beira o desespero!.. Estamos sendo invadidos. Trata-se da invasão dos farofeiros… “Na periferia não havia hipermercado e quase nunca se tomava iogurte que o pessoal só chamava de “danone”. As mulheres não compravam absorventes e não havia papel higiênico, só tiras de jornal pregadas na parede.” (…) “a classe média já tinha tudo isso e os pobres não.”[Prof. Lincoln Secco – Depto. História da USP]. Lembram o mal-estar dos aeroportos? “Agora parece a Rodoviária Novo Rio.” Ou o desabafo na reunião do condomínio: ‘”A empregada do 213 agora tem carro e foi para as férias de avião. E eu estudei pra quê?’

    Isso não podia continuar. “Esse povo não quer mais trabalhar. Bando de vagabundos!” E, obviamente, o Lula é o grande responsável. Foi fácil mobilizar o pessoal da classe média (sempre ela!). Já estava irada… Saiu às ruas. Gritava e batia panelas, contra a “vaca” da Dilma, o Lula ladrão e o PT safado! Parte do Poder Judiciário, devidamente instrumentalizado, instalou a República de Curitiba. Ai só sobrou para o PT.

    O resto da História, todos conhecemos. O tal equilíbrio financeiro e econômico prometido pelos novos ocupantes do Planalto, tornou-se um pesadelo. Levantando o tapete, descobre-se que está tudo sujo. Desesperada, a classe média se dá conta que foi lograda. Fica quieta. Pasma. Como voltar às ruas? Que bandeiras desfraldar?

    A História revela que, nestas circunstâncias, a classe média – em desespero – busca alternativas mais radicais, pela direita. Aparece, então, Bolsonaro e Dória, prontos como opções ao gosto de cada um…

    Do outro lado, corre Lula, ainda apedrejado e ameaçado. Conseguirá chegar a 2018? As pesquisas todas indicam que se a eleição fosse hoje, estaria eleito. Que pode indicar um candidato e vencer. Isto é, que tudo recomeça.

    Será que vale a pena ver de novo?

    *Antônio Mourão Cavalcante,

    Médico e Antropólogo. Professor Universitário.

    Fonte: http://blogdoeliomar.com.br/politica-alimenta-o-odio/

    quarta-feira, 30 de agosto de 2017

    Fachin rejeita suspeição e mantém Janot nos processos contra Temer

     

    Reuters | STF

    247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator dos processos da Lava Jato na Corte, Edson Fachin, rejeitou o pedido de suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, feito pela defesa de Michel Temer.

    Janot, que deve deixar o comando da PGR no próximo dia 17, deverá apresentar uma nova denúncia contra o peemedebista, algo que o Planalto tenta evitar a todo custo.

    O pedido de suspeição foi feito no dia 8 de agosto soba alegação de que Janot age de forma pessoal em ações contra o peemedebista. Na decisão, Fachin entendeu que não houve indícios de parcialidade de Janot durante as investigações contra Temer.

    No mês passado, Janot denunciou Temer ao Supremo pelo crime de corrupção passiva. O processo acabou sendo arquivado pela Câmara, depois que Temer comprou o apoio de deputados com cargos e emendas parlamentares.

    A acusação foi baseada nas investigações iniciadas a partir do acordo de delação premiada da JBS. O áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa, com o presidente, em março, no Palácio do Jaburu, também foi uma das provas usadas no processo.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/314674/Fachin-rejeita-suspei%C3%A7%C3%A3o-e-mant%C3%A9m-Janot-nos-processos-contra-Temer.htm

    Geoffrey Robertson: delação premiada é prática medieval, é uma tortura

     

    Pedro França/Agência Senado | Ricardo Stuckert

    247 - Representante do ex-presidente Lula na ação que a defesa apresentou junto ao Comitê dos Direitos Humanos da ONU, contra abusos praticados pela Operação Lava Jato contra o petista, o advogado australiano Geoffrey Robertson participou nesta quarta-feira 30 de um debate sobre o assunto em comissão no Senado.

    Em sua fala, ele fez duras críticas contra as delações premiadas no âmbito da Lava Jato. "Presos dirão o que seus algozes quiserem pra serem liberados. Delações premiadas são questionáveis. É uma prática medieval, é uma tortura", disse.

    O advogado ressaltou ser "crucial garantir que Lula tenha um processo justo". "E eu não acho que o que acontece agora seja um processo justo", afirmou.

    Leia mais na reportagem da Agência Senado sobre a audiência:

    CDH debate queixa do ex-presidente Lula ao Comitê de Direitos Humanos da ONU

    A queixa apresentada pela defesa do ex-presidente Lula ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas foi tema central em um debate nesta quarta-feira (30) na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Os participantes da audiência defenderam o direito do ex-presidente ao julgamento imparcial e criticaram alguns procedimentos da Operação Lava-Jato.

    O advogado australiano Geoffrey Robertson atua na defesa dos direitos humanos e das liberdades civis e representa o ex-presidente Lula na queixa apresentada por ele ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. Na queixa, a defesa alega que o julgamento do ex-presidente pelo juiz Sérgio Moro tem desrespeitado garantias fundamentais do Estado Democrático.

    Na audiência, Robertson disse que todo cidadão merece um julgamento imparcial e questionou o uso das prisões preventivas que tem sido feito na Operação Lava-Jato. Para o advogado, que fez sua apresentação com tradução simultânea para os presentes, há um alargamento proposital do período de detenção para que os investigados, pressionados psicologicamente, fechem acordos de delação premiada.

    — Muitas vezes acontecem delações premiadas questionáveis. Essas delações também acontecem com uma grande redução das sentenças, as pessoas recebem apenas uma fração da sentença que deveriam receber — destacou.

    A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) defendeu investigação parlamentar sobre o que classificou como “abusos da Lava-Jato” e criticou a postura do Judiciário que permite o tratamento diferenciado, de acordo com a origem e a cor do cidadão.

    — O filho de uma desembargadora que foi pego com quilos de droga dentro do carro não ficou preso nem uma hora, foi solto. Nós temos um outro rapaz que participou das manifestações de 2013, e foi pego com dois vidros de desinfetantes e ele está preso até agora. A diferença é que ele é negro e pobre — reclamou.

    O representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Carlos Moura, falou sobre a diferença de tratamento dada pela polícia brasileira para cidadãos pobres e negros e sugeriu que o advogado de direitos humanos Geoffrey Robertson se debruçasse sobre o instituto do “auto de resistência”, registro policial que tem sido usado para justificar execuções sumárias, sob a alegação de que houve resistência à prisão por parte da vítima.

    Com informações da Rádio Senado.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/314692/Geoffrey-Robertson-dela%C3%A7%C3%A3o-premiada-%C3%A9-pr%C3%A1tica-medieval-%C3%A9-uma-tortura.htm

    Lula: estamos fazendo a caravana porque ninguém pode perder a esperança

     

    Ricardo Stuckert

    Ceará 247 - O ex-presidente Lula fez mais uma pequena fala na tarde desta quarta-feira 30 em passagem pela cidade de Solenópole, no Ceará, durante sua caravana pelo Nordeste.

    "Nós não podemos admitir o Brasil passe pelo que está passando", enfatizou, num discurso rápido por conta da dificuldade com a voz. "Estamos fazendo a caravana porque ninguém pode perder a esperança", destacou o petista.

    "Estamos preocupados com que não haja retrocesso na qualidade de vida que o povo conquistou nos últimos anos. Ninguém pode deixar de sonhar nesse país", afirmou ainda.

    Na estrada a caminho de Juazeiro do Norte, Lula também foi recebido por multidões em paradas nos municípios de Banabuiú e Quixelô e homenageado em outras cidades cearenses.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/ceara247/314656/Lula-estamos-fazendo-a-caravana-porque-ningu%C3%A9m-pode-perder-a-esperan%C3%A7a.htm

    Com Brasil quebrado, Temer se hospeda num dos hotéis mais caros do mundo

     

    Marcelo Camargo/Agência Brasil | Beto Barata/PR | Divulgação/Ritz Four Seasons Lisbon

    247 - Pregando a necessidade de um arrocho fiscal sem precedentes para cobrir o rombo das contas públicas, que deve chegar a R$ 159 bilhões neste ano, cortando gastos com programas sociais e parecendo não se importar com os quase 14 milhões de Brasileiros desempregados, Michel Temer e sua comitiva, que estão em viagem à China, se hospedaram no Ritz Four Seasons, um dos hotéis mais luxuosos de Lisboa. Ali, durante a alta temporada, as diárias variam de US$ 480 a US$ 15.100.

    Em Lisboa, Temer e sua comitiva ficaram por um período de cerca de 15 horas antes de embarcar para a China para participar de uma reunião do Brics. O Palácio do Planalto não informou o custo da estadia e nem as razões da escala em Portugal.

    Há duas semanas, o governo anunciou uma série de cortes orçamentários e o aumento do déficit nas contas públicas para este ano e para os próximos três anos. Os cortes sobre o funcionalismo federal incluem o adiamento do reajuste dos servidores. Em paralelo, o governo também anunciou um megapacote de privatizações, que inclui o sistema Eletrobrás, visando reforçar o caixa.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/314636/Com-Brasil-quebrado-Temer-se-hospeda-num-dos-hot%C3%A9is-mais-caros-do-mundo.htm

    Funaro delata ter entregue R$ 7 mi a Eduardo Alves


    247 - O doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador de esquemas do PMDB, disse em sua delação premiada que transportou e entregou uma mala com R$ 7 milhões para o ex-deputado e ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em 2014, quando ele disputava as eleições para o governo do Rio Grande do Norte.

    A informação bate com a delação do empresário Fred Queiroz, preso durante a Operação Manus, que assegura que Alves comprou o apoio de lideranças políticas por R$ 7 milhões que teriam sido pagos em espécie, ainda no primeiro turno da eleição estadual. O dinheiro, segundo o site O Antagonista, teria sido entregue a um ex-assessor de Alves em um hotel na Paria de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal.

    "José Geraldo (assessor particular de Henrique Alves), disse que foi com o motorista de Henrique Alves de nome Paulo, pegar os valores com um casal no Hotel Ocean Palace; que esse casal, segundo José Geraldo, veio de Mato Grosso em um avião particular; que o nome do casal foi passado por Arturo Arruda por meio de mensagem de aplicativo; que José Geraldo levou o dinheiro em uma mala para a casa da sogra dele", disse Queiroz em sua delação.

    Funaro teria confirmado ter viajado ao lado de sua mulher, Raquel, mas que ela não tinha conhecimento sobre o conteúdo contido na mala.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/314677/Funaro-delata-ter-entregue-R$-7-mi-a-Eduardo-Alves.htm

    Clube de Engenharia: Temer destrói oito décadas de conquistas


    Antonio Cruz/Agência Brasil | Reprodução

    247 - O presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino, afirmou em artigo que o governo de Michel Temer está desmontando sistematicamente as conquistas econômicas e sociais do País das últimas oito décadas.

    "A arrecadação federal está em queda livre, é verdade, mas por conta da depressão da economia e conseqüente colapso da demanda, fruto da política econômica conduzida por banqueiros, tanto no Ministério da Fazenda como no Banco Central, dedicados a atender única e exclusivamente aos interesses do setor financeiro, privilegiado com generosas taxas de juro, as mais elevadas do planeta, o que faz com que quase metade da arrecadação federal se destine ao pagamento de juros", diz Celestino.

    Para o presidente do Clube de Engenharia, o tratamento proposto pela equipe comandada por Henrique Meirelles para o equacionamento da crise fiscal consiste apenas na "liquidação, como xepa de fim de feira, de ativos pertencentes ao nosso povo". "A persistir este rumo continuaremos em crise, apenas mais pobres, pelo que impõe-se à sociedade, pelas suas entidades representativas, empresariais, de trabalhadores, dos intelectuais e acadêmicos, resistir para impedir a continuidade do desmonte", afirma.

    Leia, abaixo, o artigo de Pedro Celestino:

    Brasil em liquidação

    O governo Temer, desde que assumiu, sob a justificativa de resolver pretensa crise fiscal, dedica-se a propor e implementar o desmonte sistemático das conquistas econômicas e sociais das últimas oito décadas, que levaram nosso país a passar da condição de mero exportador de produtos primários à de uma das maiores economias do mundo.

    A arrecadação federal está em queda livre, é verdade, mas por conta da depressão da economia e conseqüente colapso da demanda, fruto da política econômica conduzida por banqueiros, tanto no Ministério da Fazenda como no Banco Central, dedicados a atender única e exclusivamente aos interesses do setor financeiro, privilegiado com generosas taxas de juro, as mais elevadas do planeta, o que faz com que quase metade da arrecadação federal se destine ao pagamento de juros, ao mesmo tempo em que são congelados todos os demais gastos da União. A mesma lógica leva o país a manter mais de 380 bilhões de dólares em reservas internacionais, muito mais do que o necessário para o pagamento das nossas contas externas.

    Alardeia-se, mais e mais, a crise fiscal, para impor como única saída a venda, a toque de caixa, de ativos estratégicos indispensáveis ao nosso desenvolvimento. Compromete-se o futuro do país nas próximas décadas.

    Assim, propõe-se desfigurar o BNDES, como se fosse um banco privado qualquer, e não o principal indutor do nosso desenvolvimento industrial.

    Acelera-se o desmonte da Petrobras, fatiada para que passe apenas a ser produtora de óleo, e amplia-se a venda a petroleiras estrangeiras das reservas do Pré-Sal, a maior descoberta de óleo dos últimos 30 anos no mundo; nesse ritmo, dentro de 5 anos seremos grandes exportadores de óleo e importadores de derivados e petroquímicos, tal como os países do Oriente Médio.

    Propõe-se agora privatizar as hidrelétricas da Eletrobrás e entregar ao "mercado" a responsabilidade de organizar o sistema elétrico. Energia passará a ser tratada como mercadoria, negociada em bolsa; as tarifas, que já são as mais altas do mundo, fruto de sucessivos erros cometidos desde 1995, subirão ainda mais, inviabilizando o desenvolvimento industrial.

    Na mineração, três recentes Medidas Provisórias reformulam o marco regulatório do setor (Código de Minas), extinguem o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) e reorganizam a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), tudo com o propósito explícito de desnacionalizar o aproveitamento dos nossos recursos naturais.

    Ciência, tecnologia e educação são desorganizadas, e encaradas como negócio a atrair crescente apetite estrangeiro.

    O Sistema Único de Saúde (SUS), único meio de acesso popular à saúde e a medicamentos, é esvaziado para que seguradoras estrangeiras passem a "cuidar" da área.

    Por fim, várias medidas anunciadas e em vias de implementação atingem a soberania brasileira, entre as quais se destacam a privatização do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC); a emenda constitucional que elimina o monopólio da União nas atividades de exploração, pesquisa e produção de energia nuclear; e o corte de verbas no âmbito do Ministério da Defesa prejudicando o andamento de projetos estratégicos, como o submarino a propulsão nuclear, o projeto SISFRON e aquisição dos caças para a Força Aérea.

    Como se vê o tratamento proposto para o equacionamento da crise fiscal consiste apenas na liquidação, como xepa de fim de feira, de ativos pertencentes ao nosso povo, comprometendo o futuro da nação. A persistir este rumo continuaremos em crise, apenas mais pobres, pelo que impõe-se à sociedade, pelas suas entidades representativas, empresariais, de trabalhadores, dos intelectuais e acadêmicos, resistir para impedir a continuidade do desmonte.

    Pedro Celestino Pereira,
    Presidente do Clube de Engenharia

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/314642/Clube-de-Engenharia-Temer-destr%C3%B3i-oito-d%C3%A9cadas-de-conquistas.htm

    Moro muda de versão sobre sociedade da esposa com o “amigo” acusado


    Resultado de imagem para moro e o amigo

    Após a revelação de que pode ter existido tráfico de influência e possível pagamento de propina em uma negociação de acordo de delação na Lava Jato de Curitiba, o juiz Sergio Moro admitiu à imprensa que sua esposa, Rosangela, teve sim sociedade com o escritório de Carlos Zucolotto, seu “amigo pessoal”. Mas reforçou que a parceria se deu “sem comunhão de trabalho ou de honorários”, numa tentativa de preservar a mulher das denúncias que agora caem sobre os ombros de Zucolotto.

    Mas a relação de Rosangela com o escritório de Zucolotto ainda não está muito clara. Principalmente porque, de acordo com uma reportagem do Conjur, há dois anos, Moro deu outra versão sobre essa parceria: ele disse que sua esposa tinha sociedade com Zucolotto visando “apenas a partilha de honorários”, o que não significa, contudo, que eles atuavam nos mesmos processos.

    A fala contraditória de Moro está registrada em uma representação contra dois blogueiros que teriam publicado notícias falsas sobre as atividades de Rosangela no escritório de Zucolotto.

    Em 2015, surgiram informações dando conta de que a empresa de Zucolotto advogava para empresas como a Helix e a Ingrax. O Jornal i9, um dos processados por Moro, teria associado a Ingrax à Shell e levantado conflito de interesse na atuação da Lava Jato contra a Petrobras.

    “Na representação, o juiz garante que sua mulher nunca advogou para essa multinacional, e que a participação dela no escritório Zucolotto Advogados Associados visa apenas a partilha de honorários, não assegurando que ela tenha trabalhado diretamente para todos os clientes da banca”, escreveu o Conjur. (Leia a íntegra aqui).

    Rosangela só teria deixado a sociedade em meados de 2016.

    Outra informação um tanto quanto inconsistente que consta na nota do juiz à imprensa, em defesa do amigo pessoal, é a de que Zucolotto atua exclusivamente na área trabalhista. O escritório Zucolotto Sociedade e Advogados, porém, afirma em seu site oficial que faz “parcerias” para garantir atendimento aos clientes dentro da área criminal do direito.

    Mesmo que Zucolotto não tenha atuação na Lava Jato como criminalista, a denúncia de Rodrigo Tacla Duran, um dos réus na operação, afirma justamente que o advogado pediu para não ficar “na linha de frente” da negociação com os procuradores de Curitiba.

    Com seus “contatos”, disse Duran, Zucolotto ofereceu fazer as tratativas nos “bastidores” e, no final, teria pedido para receber um terço dos honorários “por fora”, sugerindo que repassaria os valores às pessoas que ajudaram no acordo de delação.

    O deputado Wadih Damous defendeu, nesta terça (29), que o caso seja investigado.

    Zucolotto disse à Folha, responsável pela divulgação da denúncia de Duran, que as informações são falsas e que o pretenso delator tem interesse em escapar da Lava Jato de Curitiba, pois lá é acusado de lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

    Fonte:

    http://jornalggn.com.br/noticia/moro-mudou-versao-sobre-sociedade-da-esposa-com-o-amigo-apos-escandalo

    Um ano depois de discurso no Senado, previsões de Dilma são realidade


    Jonas Pereira/Agência Senado

    Da Rede Brasil Atual - "Entre os meus defeitos não está a deslealdade e a covardia. Não traio os compromissos que assumo, os princípios que defendo ou os que lutam ao meu lado (...) Aos quase 70 anos de idade, não seria agora, após ser mãe e avó, que abdicaria dos princípios que sempre me guiaram." As palavras são da presidenta eleita em 2014, Dilma Rousseff (PT), em pronunciamento diante do Senado Federal no dia 29 de agosto de 2016, enfrentando um plenário que votaria pela sua queda, dois dias depois.

    Há um ano, Dilma defendeu sua permanência por 45 minutos, diante de parlamentares que, nas palavras dela, votariam independente dos argumentos da defesa. "Não há respeito ao devido processo legal quando julgadores afirmam que a condenação não passa de uma questão de tempo", completou. A ex-presidenta já estava afastada do cargo desde 12 de maio daquele ano, quando o Senado aceitara a continuidade do processo, após aprovação no plenário da Câmara no dia 17 de abril.

    Depois de sua intervenção, respondeu ainda a mais de 50 questionamentos, ante defensores e acusadores. Os senadores confirmariam o afastamento de Dilma, cassando seu mandato no dia 31 de agosto, por um placar de 61 votos favoráveis ao impeachment a 20 contrários.

    No momento de sua defesa pessoal, a ex-presidenta apontou para caminhos que se concretizariam no governo de Michel Temer (PMDB). "O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos: os ganhos da população, das pessoas mais pobres e da classe média, a proteção às crianças, os jovens chegando às universidades e às escolas técnicas, a valorização do salário mínimo, médicos atendendo a população, realização do sonho da casa própria."

    Em nota, a representação do PT no Senado observa a confirmação das previsões. "De fato, o que se viu nesse último ano foram cortes no Bolsa Família, redução do orçamento das universidades e de programas como o Fies, a transformação do Minha Casa Minha Vida em programa para ricos e o fechamento de farmácias que vendiam remédios a preços populares. Também contrariando as promessas dos golpistas, o salário mínimo teve uma mesquinha redução de R$ 10, enquanto o desemprego atingiu cerca de 14,2 milhões de trabalhadores."

    Outro ponto de seu discurso foi a afirmação de sobre riscos à soberania nacional diante de uma possível agenda entreguista do governo posterior. "O que está em jogo é, também, a grande descoberta do Brasil, o pré-sal." Já em outubro, o governo articulou a aprovação de um Projeto de Lei (agora Lei 4567/16) de autoria do senador José Serra (PSDB), na época ministro das Relações Exteriores de Temer, que modificou o regime de exploração do pré-sal, que, de acordo com a oposição, "abriu o caminho para a futura privatização da Petrobras", além de promover "perda de arrecadação da União".

    Assista ao discurso de Dilma na íntegra:

    O discurso de Dilma repercutiu nos maiores veículos e periódicos do mundo, que destacaram sua atitude firme diante de um tribunal que já havia tomado sua decisão antes mesmo da apresentação das provas. "Dilma fez alusão ao fato de que ela continua a ser rara entre as principais figuras políticas brasileiras: não foi acusada de enriquecer-se ilegalmente, em contraste com uma ampla gama de legisladores que procuram sua expulsão", disse o jornal norte-americano The New York Times, que destacou a frase da ex-presidenta: "Não esperem de mim o silêncio obsequioso dos covardes".

    O jornal conservador argentino Clarín apresentou uma cobertura sem julgamentos de méritos, dando destaque às acusações de Dilma de ser vítima de um golpe, e que todo o processo teve início em razão de a petista não ter cedido à chantagens do ex-presidente da Câmara e ex-deputado, cassado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que hoje cumpre pena em regime fechado por crimes de corrupção. "Ele queria que eu dissesse que o meu partido votaria a seu favor na Comissão de Ética e eu neguei", disse Dilma em fala destacada pelo periódico.

    "Arquitetaram a minha destituição, independentemente da existência de quaisquer fatos que pudessem justificá-la perante nossa Constituição", disse a ex-presidenta. "Encontraram, na pessoa de Eduardo Cunha o vértice da sua aliança golpista. Articularam e viabilizaram a perda da maioria parlamentar do governo. Situações foram criadas, com apoio escancarado de setores da mídia, param construir o clima político necessário para a desconstituição do resultado eleitoral de 2014. Todos sabem que este processo de impeachment foi aberto por uma chantagem explícita do ex-presidente da Câmara", completou.

    Um mês depois, em 29 de setembro, Dilma entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), contestando a legalidade do julgamento político, sem provas de crime, e pedindo a sua anulação. Sorteado para analisar a ação, o ministro Alexandre de Moraes não se declarou suspeito para a tarefa – embora tenha se beneficiado da deposição de Dilma quando seu partido, o PSDB, derrotado nas urnas, passou a fazer parte do governo.

    Moares ocupou o Ministério da Justiça antes de ser indicado para substituir Teori Zavascki no STF. Teori, relator dos processos da Lava Jato na Corte, morreu em 19 de janeiro deste ano em acidente aéreo de causas até hoje não explicadas. Alexandre mantém o mandado de Dilma em sua gaveta há 11 meses.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/314520/Um-ano-depois-de-discurso-no-Senado-previs%C3%B5es-de-Dilma-s%C3%A3o-realidade.htm

    Funaro aponta Temer como chefe da quadrilha e com dinheiro no exterior

     

    247 - Pessoas próximas ao empresário Lúcio Funaro garantem que sua proposta de delação premiada implicará praticamente todos os aliados de Michel Temer no PMDB e apontará o próprio Temer como beneficiário de desvios da Caixa e de dinheiro escondido no exterior, de acordo com a coluna Painel da Folha de S.Paulo.

    A delação de Funaro chegou nesta terça-feira, 29, ao gabinete do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Cabe ao relator da Lava Jato na Corte decidir se homologa ou não o acordo de Funaro com a Procuradoria-Geral da República. Só depois que os termos forem homologados, o Ministério Público poderá usar as informações prestadas pelo operador para realizar investigações. O acordo foi firmado com a PGR porque Funaro citou nos depoimentos autoridades com foro privilegiado.

    Funaro detalhou sua atuação como operador financeiro do PMDB da Câmara dos Deputados, grupo político liderado por Michel Temer. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve usar informações prestadas por Funaro em uma segunda denúncia contra Temer. O peemedebista foi acusado de corrupção passiva pelo procurador, mas a Câmara rejeitou a denúncia. Temer, no entanto, ainda é investigado por suspeita de obstrução da Justiça e organização criminosa.

    A delação de Funaro deve trazer informações também sobre os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), os ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.

    Trâmite. A expectativa é de que Fachin homologue o acordo. Antes disso, o ministro deve convocar Funaro. O delator precisa confirmar a um juiz auxiliar do ministro que firmou o acordo de delação de forma espontânea. O procedimento costuma ser breve no gabinete de Fachin e investigadores da Lava Jato esperam que o acordo seja confirmado até o fim desta semana ou, no mais tardar, no início da semana que vem. O conteúdo da delação é mantido em sigilo.

    As informações são de Beatriz Bulla e Fabio Serapião no Estado de S.Paulo.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/poder/314541/Funaro-aponta-Temer-como-chefe-da-quadrilha-e-com-dinheiro-no-exterior.htm

    terça-feira, 29 de agosto de 2017

    Governo central tem déficit primário de R$20,15 bi em julho, diz Tesouro


    Pixabay Pixabay

    BRASÍLIA (Reuters) - O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 20,152 bilhões de reais em julho, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira, com as receitas recuando mais do que as despesas no período.

    O resultado foi pior do que o rombo de 18,3 bilhões de reais projetado por analistas em pesquisa da Reuters.

    O rombo acumulado em 12 meses chegou a 183,7 bilhões de reais, muito acima da meta de déficit primário já piorada recentemente de 159 bilhões de reais.

    As despesas do governo central recuaram 4,2 por cento em julho em relação a um ano antes, já descontada a inflação, a 109,282 bilhões de reais. Segundo o Tesouro, não fossem a antecipação do pagamento de precatórios, o rombo primário teria sido de 58,2 bilhões de reais no mês.

    Também pesaram o aumento de 6,9 por cento em benefícios previdenciários e de 9 por cento em despesas com pessoal e encargos sociais em julho, sobre o ano anterior.

    O Tesouro informou ainda que as receitas líquidas totais mostraram queda real de 5,5 por cento no período, para 89,130 bilhões de reais.

    Diante das dificuldades com a arrecadação, o governo elevou neste mês as metas de déficit primário deste ano e do próximo a 159 bilhões de reais, confirmando a tendência de deterioração das contas públicas.

    As novas metas precisam ser aprovadas no Congresso até o dia 31 deste mês.

    (Reportagem de Silvio Cascione)

    Fonte: https://br.yahoo.com/financas/noticias/governo-central-tem-d%C3%A9ficit-prim%C3%A1rio-r-20-15-182825421--business.html

    Às vésperas de denúncia, Temer já aciona o toma-lá dá-cá de cargos

     

    Foto: Marcos Corrêa/PR

    247 - Michel Temer acelerou a exoneração de indicados políticos de parlamentares "infiéis" para acomodar o grupo do centrão que o ajudou a barrar a primeira denúncia da PGR.

    A pressa tem explicação: O Planalto quer evitar uma possível rebelião de sua base às vésperas da segunda denúncia de Rodrigo Janot contra o peemedebista.

    O Palácio do Planalto começou a demitir mais de uma centena de aliados de deputados que votaram a favor da denúncia contra Michel Temer.

    O número de demissões deve chegar a cerca de 140, segundo articuladores políticos do governo. Estão sendo punidos parlamentares de todos os partidos em que houve "traições"

    Os cargos serão redistribuídos a congressistas que ajudaram a rejeitar a abertura de processo criminal contra Temer. Novas indicações para esses postos já foram feitas e estão em análise pela Casa Civil.

    Dezenas de exonerações ocorreram na última semana. Parte das demissões aconteceu em direções regionais de órgãos como Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e ANM (Agência Nacional de Mineração).

    Temer hesitava em fazer essa devassa para não criar novas tensões na Câmara, mas decidiu acelerar as mudanças em escalões intermediários do governo para tentar aplacar as reclamações de partidos de sua base.

    Persistem focos de insatisfação na base aliada, entretanto, principalmente em relação aos cargos ocupados pelo PSDB. Quase metade da bancada tucana votou contra Temer, mas o peemedebista quer evitar uma punição em massa ao partido para tentar conquistar votos a favor de sua agenda de reformas.

    As informações são de reportagem de Bruno Boghossian e Daniel Carvalho na Folha de S.Paulo.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/poder/314316/%C3%80s-v%C3%A9speras-de-den%C3%BAncia-Temer-j%C3%A1-aciona-o-toma-l%C3%A1-d%C3%A1-c%C3%A1-de-cargos.htm

    O estrago do golpe: 15,2 milhões de lares onde ninguém trabalha


    Reprodução | Agência Brasil

    247 – A destruição econômica produzida pelo golpe de 2016 – uma conspiração liderada por Michel Temer, Aécio Cunha e Aécio Neves, hoje os três políticos mais rejeitados do Brasil (saiba mais aqui) – foi retratada na capa do jornal Valor Econômico, da Globo.

    "A maior crise econômica da história do país ainda pesa na estrutura de renda das famílias brasileiras. No segundo trimestre deste ano, o Brasil tinha 15,2 milhões de lares onde ninguém trabalhava, 2,8 milhões a mais do que no mesmo período de 2014 - um incremento de 22%. Isso significa que um em cada cinco domicílios (21,8% do total) não tinha renda fruto do trabalho (formal ou informal)", aponta a reportagem de Bruno Villas Boas.

    O levantamento foi feito a pedido do Valor pelos pesquisadores Samuel Franco e Suiani Febroni, do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets) e da Oportunidades, Pesquisa e Estudos Sociais (OPE Sociais), a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    "A crise colocou muitos chefes de família para fora do mercado de trabalho. Em muitos lares, cônjuges e filhos também foram demitidos. Membros da família tiveram que buscar emprego para recompor a renda, mas poucos conseguiram. Esse é o motivo mais provável para o resultado da pesquisa. São lares que estão agora sem renda do trabalho e que passam por um momento difícil", diz Franco.

    Isso demonstra que a recessão provocada primeiro pela Lava Jato e pela política do "quanto pior, melhor", que antecedeu o golpe, e depois pelo desastre Temer-Meirelles, atingiu diretamente as famílias brasileiras.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/economia/314334/O-estrago-do-golpe-152-milh%C3%B5es-de-lares-onde-ningu%C3%A9m-trabalha.htm

    TCU isenta Dilma em compra de refinaria em Pasadena


    Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

    247 - Em tomada de contas especial que investiga a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, em 2006, auditores do TCU (Tribunal de Contas da União) isentam o Conselho de Administração da estatal, à época presidido por Dilma Rousseff, de ter cometido qualquer “ato de gestão irregular” no episódio.

    O tribunal já havia isentado Dilma de responsabilidade no episódio em 2014. De lá para cá, porém, Nestor Cerveró, que conduziu o negócio dentro da estatal, e o ex-senador Delcídio do Amaral fecharam acordos de delação premiada com a Lava Jato e disseram que a ex-presidente chancelou o negócio sabendo de todos os seus problemas.

    O relatório dos analistas do TCU e do Ministério Público de Contas contraria a versão dos delatores.

    A polêmica começa em 2006, quando a Petrobras faz o pagamento de US$ 360 milhões por metade da refinaria de Pasadena, adquirida um ano antes pela empresa belga Astra Oil por US$ 42,5 milhões.

    “Note-se que a carta de intenções não era vinculante para a companhia porque o Conselho de Administração não deliberou, no mérito, sobre a aquisição dos 50% remanescentes de Pasadena”, diz o texto dos auditores. “Assim sendo, não há que se falar em responsabilização de seus membros nestes autos”.

    A ex-presidente sempre afirmou que a primeira etapa da compra, em 2006, só ocorreu porque o Conselho de Administração não tinha todas as informações a respeito do trato.

    Ao relator do caso, o ministro Vital do Rêgo, os analistas do TCU recomendam a responsabilização, entre outros, de Cerveró e do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli e propõem que ambos sejam inabilitados a ocupar cargo ou função pública por oito anos.

    As informações são da coluna Painel da Folha e S.Paulo.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/poder/314317/TCU-isenta-Dilma-em-compra-de-refinaria-em-Pasadena.htm

    Lula representa a volta do Estado de bem-estar social


    Ricardo Stuckert

    O Brasil vive um momento de reencontro. A passagem do ex-presidente Lula e as emocionantes manifestações populares de gratidão, aliadas ao renascimento das organizações populares, testemunhadas nas ruas há 12 dias – desde o início, em Salvador, da caravana Lula pelo Brasil – revelam que o País retoma a esperança e enxerga uma luz que pode levar ao fim do desalento.

    A nova caravana de Lula não é igual à de 1993, porque o Brasil não é o mesmo desde seus dois governos. O País mudou porque cresceu e distribuiu renda nos governos Lula e Dilma, tirando 30 milhões de brasileiros da linha da pobreza.

    Há quase 25 anos o pré-candidato a presidente do Brasil, fundador e maior líder popular do País, Luiz Inácio Lula da Silva deu início à primeira Caravana da Cidadania, uma peregrinação por sete Estados para conhecer de perto a realidade dos brasileiros das regiões mais carentes do País, vidas desconhecidas ou ignoradas por parte da elite brasileira. Por 20 dias, entre 23 de abril e 12 de maio de 1993, o líder operário e filho de imigrante de Caetés, em Pernambuco, percorreu 4.500 km de realidade nacional, ouvindo e conversando com pessoas que representavam o que o poeta João Cabral de Melo Neto traduziu na sua obra como uma "vida Severina".

    Idealizadas em 1989, quando disputou – pela primeira vez - a Presidência do Brasil, foi a primeira de uma série de Caravanas da Cidadania que contribuiriam com a realidade na construção do projeto de governo democrático e popular que viria a ser vitorioso em 2002. Começava, à época, o projeto de inserção das camadas sociais historicamente excluídas do orçamento e no Estado de bem-estar social.

    A passagem do ex-presidente Lula por Pernambuco revelou que o povo brasileiro não esquece aqueles que lhe estendem a mão. Foi assim com Getúlio Vargas, foi assim com Juscelino Kubischek, mas nunca igual a como tem sido com Lula. O pernambucano, em particular, demonstrou que o acolhimento é a melhor expressão de gratidão. Há muito ainda o que ser feito, Lula tem deixado claro, repetindo em Ipojuca e no Recife que tem consciência da esperança que ele representa e tem o compromisso indestrutível de vida com os brasileiros e com o Brasil.

    Os ônibus estão de volta às estradas. Lula e sua caravana levam a mensagem de que o País pode se reencontrar com seu povo e um futuro de justiça. Um País das dimensões do Brasil não pode aceitar conviver eternamente com um fosso de desigualdades e segregações. O desenvolvimento passa pela economia e por políticas de inclusão de todas as camadas sociais. O Brasil e Pernambuco querem retomar este caminho. Será a política a via que permitirá esta caminhada. A emancipação do Brasil passa pela emancipação econômica dos brasileiros.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/colunistas/silviocosta/314312/Lula-representa-a-volta-do-Estado-de-bem-estar-social.htm

    segunda-feira, 28 de agosto de 2017

    Guimarães apresenta projeto para impedir Temer de devastar Amazônia


    Marcelo Camargo/Agência Brasil | Antonio Cruz/Agência Brasil

    247 - O líder da Minoria na Câmara dos Deputados, o deputado José Guimarães (PT-CE), protocolou nesta sexta-feira (25) um projeto de decreto legislativo (PDC 744/17) para sustar o Decreto 9.142, de 22 de agosto de 2017, de autoria do presidente ilegítimo Michel Temer, que extingue a Reserva Nacional de Cobre (Renca). A reserva –localizada nos estados do Pará e do Amapá – existe desde fevereiro de 1984 e foi criada pelo Decreto 89.404, ainda na época do regime militar.

    A decisão de Temer permite que uma área de aproximadamente 47 mil quilômetros quadrados (km²) de reserva seja explorada por atividades de mineração. Trata-se de uma área maior que a Suíça (41.285 km²) e que a Dinamarca (42.931 km²), e equivale a uma área oito vezes maior que o Distrito Federal. "O governo não é dono da Amazônia. Ela pertence ao Estado brasileiro e ao povo. Como pode fazer isso por decreto? Temer passou de todos os limites", definiu Guimarães.

    O deputado reforçou que a Floresta Amazônica é um dos patrimônios nacionais descritos na Constituição Federal e que a iniciativa de extinguir a reserva não deveria ocorrer sem análise técnica mais profunda e sem debate público. Segundo Guimarães, a decisão de Temer – por meio de decreto publicado na quarta-feira (23) no Diário Oficial da União – é extremamente grave.

    Na justificativa para suspender o decreto presidencial, Guimarães alega que a Constituição prevê que "é da competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa".

    Para o líder da Minoria, o decreto que extingue a reserva ambiental para destinar a área para exploração mineral é desproporcional, desarrazoado e exorbita o poder regulamentar conferido ao Poder Executivo, e deve ter seus efeitos sustados pelo Congresso Nacional. (Com informações do PT na Câmara)

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/poder/314175/Guimar%C3%A3es-apresenta-projeto-para-impedir-Temer-de-devastar-Amaz%C3%B4nia.htm

    Lula: as elites perseguem as conquistas do PT


    Ricardo Stuckert

    247 - Em mais uma parada de sua caravana pelo Nordeste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar as "elites do país" em Currais Novos (RN) na noite de domingo (27).

    "A perseguição que eles estão fazendo não é contra o Lula, porque o Lula tem idade o suficiente e já apanhou demais. O que eles estão tentando é tirar do povo brasileiro as conquistas que nós tivemos", disse.

    Acompanhando do prefeito petista da cidade, Odon Júnior, Lula também destacou o projeto de transposição do Rio São Francisco como conquista de seu governo para o Nordeste.

    No evento, repetiu duas vezes que havia tomado mais cedo um "copo de água" em Campina Grande, na Paraíba, como resultado do projeto de transposição.

    O périplo pelo Nordeste vai até terça da próxima semana (5), quando Lula deve estar em São Luís, no Maranhão, onde pode se encontrar com o ex-presidente do Senado e ex-governador do Estado, José Sarney (PMDB).

    As informações são de reportagem de Fernando Canzian da Folha de S.Paulo.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/314094/Lula-as-elites-perseguem-as-conquistas-do-PT.htm

    Denúncia: Moro dizia não querer ’de jeito nenhum’ delação de Cunha. Por que?


    Muito interessante a nota da Globo ao dizer que Moro não quer de jeito nenhum que Cunha faça delação, o motivo alegado pelo juiz é que ele quer “punição exemplar” a Cunha e que com delação ele sairia mais rápido da cadeia, mas todos que tem o mínimo de conhecimento político devem saber que Cunha sabe muito, por isso Joesley disse que depositava 500 mil por semana para Cunha manter o silêncio, mas afinal por que o justiceiro de Curitiba não quer ouvir a delação de Cunha?

    POR Anselmo Gois, O Globo
    Feliz 2032
    Sérgio Moro prefere que Eduardo Cunha, 58 anos, não faça delação premiada. Não só porque considera que ele tem pouco a acrescentar ao que já se sabe da Lava-Jato.

    Mas porque prefere que o ex-deputado cumpra a pena atual (devem vir outras) em regime fechado até… 2032. Nesse caso, a cana dura serviria como exemplo de que, nem sempre, o crime compensa.
    Faz sentido.

    OPINIÃO DO PLANTÃO
    Se Moro quisesse mostrar que o crime não compensa não teria diminuído a pena de Alberto Youssef de 121 para 3 anos de prisão no caso Banestado e de 79 para apenas 4 anos de prisão na Lava Jato. Um criminoso condenado a exatos 200 anos de prisão não ficou sequer 1 ano preso nas mãos de Moro. Como pode?

    Fonte: http://www.plantaobrasil.net/news.asp?nID=98368

    Advogado de casos da Lava Jato diz caber prisão preventiva a Moro


    Kakay sugere que juiz cometeu crime de obstrução de Justiça

    A jornal, amigo de Moro é apontado como facilitador

    Atualização: Kakay recua e diz defender presunção da inocência

    Advogado Antônio Carlos de Almeida Castro "Kakay"Reprodução do Youtube/Poder360 - 21.fev.2017

    Poder360
    27.ago.2017 (domingo) - 11h08
    atualizado: 28.ago.2017 (segunda-feira) - 7h18

    Advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, que atua na defesa de investigados da Lava Jato, afirma que contato do juiz Sérgio Moro com o advogado Carlos Zucolotto Junior para dar resposta à reportagem da Folha de S.Paulo pode ser interpretado como crime de obstrução de Justiça, “com prisão preventiva decretada com certeza”.

    Kakay se refere a reportagem do jornal publicada neste domingo (27.ago.2017) sobre suposta intervenção de Zucolotto em acordos de colaboração da Lava Jato.

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    Segundo a Folha, Rodrigo Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht, acusa o advogado trabalhista Carlos Zucolotto Jr. “de intermediar negociação paralela com a força-tarefa da Operação Lava Jato”.

    O advogado trabalhista teria pedido 1/3 de honorários em pagamentos “por fora” para ajudar a diminuir a pena e a multa estipuladas no acordo de delação premiada.

    Zucolotto é amigo pessoal de Sérgio Moro e, conforme a Folha, foi padrinho do casamento do juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e sócio da mulher de Moro, Rosângela Wolff.

    Rodrigo Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados ao setor de propinas da Odebrecht. Teve a prisão preventiva decretada por Moro. Foi preso na Espanha em novembro de 2016, mas hoje está em liberdade provisória. A Justiça espanhola negou pedido de extradição para o Brasil, pois o advogado tem dupla cidadania.

    A reportagem da Folha afirma que encaminhou questionamentos a Moro sobre as acusações. O próprio juiz entrou em contato com Zucolotto e enviou as explicações do advogado ao jornal. Kakay aponta o fato como uma combinação de resposta, o que, diz, poderia ser interpretado como obstrução de Justiça.

    Atualização [27.ago.2017 – 12h14min]: O advogado Kakay entrou em contato com o Poder360 após a publicação deste post para tentar matizar a sua declaração na qual sugeriu a prisão de Sérgio Moro.

    Segundo Kakay, ele teria afirmado que caberia prisão de Moro apenas caso fosse usada a interpretação que o próprio juiz faz para esses casos. Mas que ele, Kakay, defende a presunção da inocência e é contra esse tipo de prisão preventiva.

    Leia abaixo as notas de Moro e de Kakay sobre a reportagem da Folha:

    Juiz Sérgio Moro:

    “Nota oficial

    Sobre a matéria ‘Advogado acusa amigo de Moro de intervir em acordo’ escrita pela jornalista Mônica Bérgamo e publicada em 27/08/2017 pelo Jornal Folha de São Paulo, informo o que segue:

    • o advogado Carlos Zucoloto Jr. é advogado sério e competente, atua na área trabalhista e não atua na área criminal;
    • o relato de que o advogado em questão teria tratado com o acusado foragido Rodrigo Tacla Duran sobre acordo de colaboração premiada é absolutamente falso;
    • nenhum dos membros do Ministério Público Federal da Força Tarefa em Curitiba confirmou qualquer contato do referido advogado sobre o referido assunto ou sobre qualquer outro porque de fato não ocorreu qualquer contato;
    • Rodrigo Tacla Duran não apresentou à jornalista responsável pela matéria qualquer prova de suas inverídicas afirmações e o seu relato não encontra apoio em nenhuma outra fonte;
    • Rodrigo Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro de milhões de dólares e teve a sua prisão preventiva decretada por este julgador, tendo se refugiado na Espanha para fugir da ação da Justiça;
    • o advogado Carlos Zucoloto Jr. é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me; e
    • lamenta-se o crédito dado pela jornalista ao relato falso de um acusado foragido, tendo ela sido alertada da falsidade por todas as pessoas citadas na matéria.

    Curitiba, 27 de agosto de 2017.

    Sergio Fernando Moro

    Juiz Federal”

    ANTÔNIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, O “KAKAY”

    O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro enviou uma mensagem por meio do WhatsApp para seus contatos. O Poder360 reproduz o texto a seguir com leves correções para facilitar o entendimento (sem alterar o teor da nota de Kakay; para ler como estava no WhatsApp clique aqui):

    “É claro que temos que dar ao Moro e aos Procuradores a presunção de inocência, o que este juiz e estes procuradores não fariam, mas é interessante notar e anotar algumas questões:

    1 – o juiz diz que não se deve dar valor à palavra de um ” acusado “, opa, isto é rigorosamente o que ele faz ao longo de toda a operação!

    2 – O juiz confirma que sua esposa participou de um escritório com o seu amigo Zucolotto, mas sem “comunhão de trabalho ou de honorários”. Este fato seria certamente usado pelo juiz da 13ª Vara como forte indício suficiente para uma prisão contra um investigado qualquer. Seria presumida a responsabilidade, e o juiz iria ridicularizar esta linha de defesa.

    3 – A afirmação de que 2 procuradores enviaram por e-mail uma proposta nos mesmos termos da que o advogado, padrinho de casamento do juiz e sócio da esposa do juiz, seria certamente aceita como mais do que indício, mas como uma prova contundente da relação do advogado com a força tarefa.

    4 – O fato do juiz ter entrado em contato diretamente com o advogado Zucolatto, seu padrinho de casamento, para enviar uma resposta à Folha, ou seja, combinar uma resposta a jornalista, seria interpretado como obstrução de Justiça, com prisão preventiva decretada com certeza.

    5 – A negativa do tal procurador Carlos Fernando de que o advogado Zucolatto, embora conste na procuração, não é seu advogado mas sim um outro nome da procuração, seria ridicularizada e aceita como motivo para uma busca e apreensão no escritório de advocacia.

    6 – O tal Zucolatto diz que trabalha com a banca Tacla Duran, mas que conhece só Flavia e nem sabia que Rodrigo seria sócio, o que, se fosse analisada tal afirmação pelo juiz da 13º Vara certamente daria ensejo a condução coercitiva.

    7 – E o fato simples de a advogada ser também advogada da Odebrecth seria usado como indício de participação na operação.

    8 – A foto apresentada, claro, seria usada como prova.

    9 – A negativa de Zucolatto que afirma não ter o aplicativo no seu celular seria fundamento para busca e apreensão do aparelho.

    10 – Enfim, a afirmação de que o pagamento deveria ser em espécie não precisaria ter prova, pois o próprio juiz admitiu ontem numa palestra que a condenação pode ser feita sem sequer precisar do ato de oficio, sem nenhuma comprovação.

    11 – Ou seja, embora exista a hipótese desses fatos serem falsos o que nos resta perguntar é como eles seriam usados pela República do Paraná? Se o tal Deuslagnol [o advogado se refere ao procurador Deltan Dallagnol] não usaria a imprensa e a rede social para expor estes fortes “indícios” que se entrelaçam na visão punitiva.  Devemos continuar dando a eles a presunção de inocência, mesmo sabendo que eles agiriam de outra forma. Como diz o poeta, “a vida da, nega e tira”, um dia os arbitrários provarão do seu próprio veneno.

    Fonte: https://www.poder360.com.br/justica/advogado-de-casos-da-lava-jato-diz-caber-prisao-preventiva-a-moro/

    domingo, 27 de agosto de 2017

    Lula: serei forte como candidato, libertado, preso, vivo ou morto


    RICARDO STUCKERT

    Do Nocaute - Em parceria com a TVE Bahia, Nocaute mostra entrevista exclusiva com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula tratou de temas como o clima de ódio na sociedade, o poder judiciário, o comportamento da mídia brasileira, eleições 2018, Caravana Lula e a reforma política.

    Selecionamos trechos dos principais momentos do bloco 1 da entrevista do ex-presidente Lula. Leia aqui:

    Bloco 1

    Essa caravana contribui para gente tentar conversar com as pessoas e tentar humanizar o debate político. Tem muita gente querendo que o povo não goste de política, querendo que o povo passe a odiar a política, tem muita gente que diz que todo político é ladrão que todo político não presta e eu tento mostrar para o povo o seguinte, o congresso nacional de hoje é a cara do povo brasileiro no dia da eleição. O dia da eleição, se você tirasse uma fotografia do povo você vai perceber que é a cara do congresso nacional. O povo estava com raiva, o povo estava com ódio o povo estava nervoso. Então não adianta a gente achar que político não presta; é perguntar para você mesmo em quem que você votou e aí você vai perceber que tipo de político você é, não o político, porque na hora que você vota você vira o político. Então eu dizia na campanha passada, a urna não é um lugar de depositar ódio. A urna é um lugar de depositar esperança, sonhos, de pensar no futuro. É assim que a gente constrói esse país.

    Quando você ganha uma eleição, você não ganha, necessariamente, o governo. Você ganhou uma eleição e você tem que ter ciência da correlação de força estabelecida dentro do congresso nacional para saber se você pode fazer as mudanças que você precisa, ou não. Veja, eu fui eleito em 2002 mas nós só elegemos 91 deputados. Para fazer qualquer lei que mudasse o país você precisava de no mínimo ter 247 votos. Então quando você ganha uma eleição – o Wagner aqui da Bahia ganhou as eleições com uma aliança – quando você consegue construir maioria no congresso você pode avançar nas mudanças inclusive na política de mexer com o mercado, de mexer com o sistema financeiro, de redução da taxa de juros, de barateamento da taxa de juros para o pequeno tomador de dinheiro.

    O que nós fizemos? Nós conseguimos criar algumas coisas no Brasil que era quase que um mecanismo paralelo de funcionamento da economia. Toda vez que o Meirelles aumentava a taxa CELIC a 0,5% a gente reduzia a taxa TJLP em 0,5%, e por quê? Porque a gente queria compensar o dinheiro de investimento do país mais barato, já que o valor do dinheiro que o mercado toma é o valor da taxa CELIC. Nós então criamos o crédito consignado, que até então não existia uma modelagem como essa, o que era o crédito consignado? Era você emprestar dinheiro a pessoas mais pobres e ele dava como garantia a sua folha de pagamento, o seu salário, então você não podia descontar dele mais que 30% ao mês. E também fizemos isso para os funcionários públicos e para os aposentados. Ora, nós começamos a colocar muita gente pobre dentro do orçamento da união, dentro do sistema financeiro, chegamos a bancarizar 70 milhões de pessoas. Bancarizar é fazer com que gente abrisse conta em banco. Para quem já tem conta não é nada mas para quem nunca teve, eu vi algumas mulheres catadoras de papel lá em Brasília chorarem porque pegaram um contracheque, sabe? Porque foram ao banco e conseguiram abrir uma conta bancária.

    Uma outra coisa importante é que nós conseguimos fazer com que o crédito no Brasil desse um avanço extraordinário, quando eu cheguei na presidência em março de 2003, todo o dinheiro disponibilizado para crédito no Brasil entre bancos públicos e privados era de 380 bilhões, quando eu sai em 2010 era de 2 trilhões e 700 bilhões de reais. Foi um crescimento extraordinário que aconteceu no país e isso gerou empregos.

    O Brasil se você pegar as estatísticas você vai perceber que entre 2002 e 2014 o Brasil foi o único país do mundo em que proporcionalmente os pobres tiveram mais ganho do que os ricos. Ou seja os 10% mais pobres cresceram percentualmente mais do que os 10% dos mais ricos. O único país do mundo! Porque na Europa os ricos ficaram mais ricos, nos Estados Unidos os ricos ficaram muito mais ricos e o Brasil foi o único que conseguiu esse intento. E essa política de você ir alavancando e fazendo com que as pessoas subiram um degrau ela necessariamente não poderia levar em conta que os empresários teriam que perder, ele deixará de ganhar um pouco mas isso, você só faz as mudanças quando você tem força para fazer as mudanças. Quando as pessoas me perguntavam, mas os banqueiros estão ganhando dinheiro? Estão; e eu prefiro que eles ganhem porque se eles perderem o governo vai ter que ajudar como ajudou no governo do Fernando Henrique Cardoso. Ai você tem que depositar uma fortuna como ajudaram os bancos na crise de 2007, 2008. Ou seja, você sabe quanto investiram para evitar que os bancos quebrassem na crise de 2008? 14 trilhões de dólares. Se 14 trilhões de dólares tivessem sido utilizados para investimento nos países em desenvolvimento a gente teria quem sabe dado um salto de qualidade no crescimento econômico. Aqui no Brasil foi criado o PROER para salvar o sistema financeiro, então eu dizia “prefiro ele crescendo porque se ele quebrar nós vamos ter que colocar muito dinheiro para não deixar quebrar o sistema financeiro”.

    Mas obviamente nós temos que ter em conta que o país não pode ficar dependente de um modelo econômico em que as pessoas ganham sem produzir um óculos, sem produzir um copo, sem produzir um parafuso. É um Pablo vendendo papel para o Lula, que vende para fulano que vende papel para cicrano. Que vai vendendo papel, ou seja é um monte de rolo financeiro que é feito; uma troca de papéis sem gerar um emprego. É isso que tem que acabar no Brasil, e é por isso que o estado tem que ser o indutor do desenvolvimento. O estado não pode ficar fazendo “ppp”, ou vender o resto que a gente tem, querem vender a Petrobras querem vender a BR para pagar a dívida do rombo que eles fizeram. Eu, sinceramente, não acredito que seja assim, quando eu ganhei as eleições em 2003 eu me juntava com 30 economistas a cada mês, gente boa da maior qualidade, como diria um gaúcho “gente da melhor cepa” e ele dizia, lula você vai ganhar o Brasil mas isso não vai dar certo o Brasil está quebrado você não vai conseguir fazer nada e eu falava vocês são meus amigos, vocês estão me assessorando e agora que eu estou perto de ganhar vocês dizem que eu não vou conseguir governar?

    Então é melhor desistir? Não! Eu digo isso para todo mundo, sabe qual foi o milagre nosso no governo? Primeiro foi fazer o óbvio, não inventamos nada, fizemos tudo aquilo que todo mundo sabia que tinha de ser feito. Segundo, incluímos o pobre na economia, incluímos o pobre na economia com programas habitacionais, com programa de puxadinho, com programa de compra de alimento, com aumento de financiamento da agricultura familiar, com crédito consignado, com geração de emprego, com aumento do salário mínimo. A hora que essas coisas começam a acontecer todo mundo começa a sorrir, sorri o empresário. Nós saímos de 1 milhão e 700 mil carros que nós vendíamos por ano para quase 4 milhões de carros vendidos por ano. Então era todo mundo trocando de carro e você não via mais carro velho na rua, mesmo aqui em Salvador em Belo Horizonte, você não via. Só carro novo.

    Tem gente que diz “a mais esse Lula fez uma política baseada no consumo, tem que fazer uma política baseada no crescimento industrial”. E aí eu ficava a me perguntar e quero uma resposta quem é que vai fazer política industrial se não houver consumo? A pergunta é primeiro você faz a indústria para depois criar o consumidor, ou você cria o consumidor para depois incentivar a indústria? Quem nasce primeiro o ovo ou a galinha? O dado concreto é que quando a gente criou a possibilidade dos pobres de virarem pequenos consumidores tudo começou a funcionar direito nesse país. Os pobres começaram a entrar no shopping Iguatemi, os pobres começaram a entrar no shopping Ibirapuera em São Paulo. Aqui em Salvador no shopping que só entrava madama os pobres começaram a entrar e começaram a comprar coisa, começaram a comprar, sabe? Isso é o que torna um país alegre e eu tenho orgulho disso.

    Do jeito que o Brasil está hoje nós temos que fazer um esforço extraordinário para desmontar toda a desgraceira que foi feita agora pelo golpismo, toda a desgraceira. Veja, primeiro eles criaram uma lei, fizeram uma emenda constitucional que limitaram o gasto. Ou seja, quem ganhar as eleições vai estar limitado, não pode pensar em fazer uma política de crescimento de investimento na saúde ou na educação. Então nós vamos ter que desmontar tudo o que eles fizeram, ou o que for possível desmontar, para a gente retomar o crescimento econômico.

    Bloco 2

    Selecionamos trechos dos principais momentos do bloco 2 da entrevista do ex-presidente Lula. Leia aqui:

    Toda a vez que você começa a trabalhar contra a política, o que vem depois da política é pior do que tinha antes. Ou seja, existe um trabalho intenso no Brasil, não que os políticos sejam totalmente sério mas tem muita gente séria. Tem gente de esquerda séria, tem gente de direita séria e você tem os picaretas em qualquer lugar, você tem na igreja, no sindicato no congresso nacional nos partidos políticos. Assim é a sociedade mas quando você começa de forma sistemática a negar a política; nada presta, tudo tá errado, sabe? Aí o resultado é isso, o resultado é alguém que se diz um político diferente, alguém não se diz político querer ocupar esse espaço.

    É por isso que eu digo em todo o debate que eu faço com a juventude, a desgraça de quem não faz política e de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta. Então, eu estou fazendo um apelo para a juventude ir fazer política, e por isso eu disse agora a pouco que não adianta você dizer que o congresso não presta, o congresso é a cara da sociedade brasileira no da da eleição. Você estava pensando exatamente daquele jeito, você não votou pensando no futuro do Brasil, votou pensando no ódio, pensando em vingança.

    Essas figuras que surgem são resultados do analfabetismo político no Brasil.

    Eu acho que a regulamentação da mídia deve ser feita porque nós precisamos diversificar as pessoas que têm acesso a comunicação, não pode ser do jeito que é hoje. Eu não tenho nada contra a Globo pessoalmente, com a programação da Globo, não tenho nada. O que eu acho é que não dá para a globo querer influenciar nas decisões políticas do país se a globo quer ter opinião política ela tem o editorial no seu jornal e na televisão e diga qual é a posição deles. Agora na informação eles tem que ser honestos.A única coisa que eu reivindico é a verdade com a informação. O pensamento político deles eles podem dizer a vontade, o que não dá é para mentir no dia a dia da informação.

    A direita também está dividida no Brasil, para se ter ideia de 32 partidos políticos existentes no Brasil a direita tem 28, significa que eles estão divididos. O que facilita a unificação deles? São os propósitos. E o que dificulta a unificação da esquerda? É a elaboração de um programa unitário. Nós agora estamos em um fase de discutir programas unitários, ou seja, eu sei que a frente Brasil Popular está fazendo programa, o PT está em campo desafiando os estados a partir de um modelo de desenvolvimento regional, fazer um programa de desenvolvimento nacional. Eu sei que a Frente Povo Sem Medo do Guilherme Boulos está fazendo um programa e está convidando gente para participar. O PSOL está trabalhando a questão de um programa.

    Eu espero que em algum momento haja uma unificação, espero que a gente consiga ter uma candidatura que unifique todo mundo é um programa. As pessoas costumam dizer que o que interessa é o programa e não o candidato. Não é verdade. O mau programa na mão de um bom candidato não dá em nada e um bom programa na mão de um mau candidato também não dá em nada. Existe uma diferença na política que é preciso ser compreendida; uma coisa é o que você fala, a outra coisa é a política real. Quando você é oposição você diz eu acho que tem que fazer aquilo e quando você ganha você não acha, não pensa e não acredita, você faz alguma coisa ou você não faz. O tempo vai passando e você tem que ir fazendo. E o povo é muito generoso, no primeiro ano ele dá total credibilidade a você, no segundo ano ele começa a cobrar, no terceiro ano você tem que fazer porque se não você não se reelege no quarto. Então você tem um tempo real na política.

    Prometi para mim mesmo que durante essa caravana eu não iria falar sobre eleição nem sobre Lava Jato, até porque eu tenho que voltar para São Paulo e dia 13 de Setembro eu tenho um depoimento em Curitiba. O juiz Moro queria fazer por teleconferência mas eu preferi ir a Curitiba. Não quero distância dos meus problemas eu quero proximidade.

    Eu fico me perguntando qual é o dia que as coisas vão ficar esclarecidas pra mim é muito pesado, pessoalmente, e eu faço um esforço muito grande para “aguentar a marimba”. Ter a vida política que eu tenho e, de repente, ser condenado por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha por uma mentira inventada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público da Lava Jato e pelo juiz Moro que aceitou o processo. O Moro dá uma sentença em que diz que o apartamento não é meu mas me condena a nove anos e meio de prisão sem nenhuma explicação. Por quê? Porque na tese eles não precisam de provas.

    Foi construída uma história, essa história foi comprada ou vendida pelos meios de comunicação e eles agora tem que encontrar uma saída, uma rota de fuga. Como eles podem sair desse processo dizendo que o Lula é inocente? Eles já mentiram durante 3 anos. Eu levei setenta e três testemunhas e o Moro não levou a sério nenhuma delas, o que ele pegou como base? O jornal “O Globo”.

    Um juiz só pode se pronunciar em função dos autos. Se ele quiser fazer política ele pode se aposentar da toga, entrar em um partido político e fazer campanha à vontade. Mas enquanto ele é juiz, ele não tem que atuar na formação da opinião pública, ele não tem que ficar olhando para pesquisas.

    O juiz tem um cargo vitalício para votar de acordo com os autos do processo e isso não é o que acontece no Brasil.

    Como você convive com isso? Eu não vou desistir de fazer política e se eles quiserem achar que vão me impugnar que o façam. Eu vou brigar na instâncias que eu tenho que brigar para tentar reverter essa situação.

    Agora o que eu acho é o seguinte, se eu não for candidato eu quero ser um cabo eleitoral muito forte. Eles tem que saber disso, eu serei forte como candidato, serei forte como cabo eleitoral serei forte libertado ou preso, vivo ou morto. Eu trabalho para isso, eles tem que saber que estão lidando com um ser humano que tem como patrimônio a sua honestidade.

    Agora o que eu acho é o seguinte, se eu não for candidato eu quero ser um cabo eleitoral muito forte. Eles tem que saber disso, eu serei forte como candidato, serei forte como cabo eleitoral serei forte libertado ou preso, vivo ou morto. Eu trabalho para isso, eles tem que saber que estão lidando com um ser humano que tem como patrimônio a sua honestidade. Queira apoiar, mas é preciso saber quem é quem e qual é o compromisso das pessoas. A única coisa que eu peço a Deus é que a gente chegue forte em 2018 para a gente eleger alguém que conserte esse país cuidando do povo. A palavra correta é a seguinte, quem é que vai cuidar desse povo?

    Quando é que vamos ter uma política cultural? Porque uma das formas que ajuda a diminuir o genocídio contra a mulher, contra o genocídio negro que acontece nas periferias é você ter uma forte política de cultura. É você criar um espaço em que essa meninada possa frequentar, é você possibilitar o sonho de que eles possam ter um emprego, que possam estudar. Enquanto a gente não fizer isso, não é aumentando o efetivo da polícia que vai cuidar dos jovens, dê a ele um espaço saudável.

    Bloco 3

    Selecionamos trechos dos principais momentos do bloco 3 da entrevista do ex-presidente Lula. Leia aqui:

    Estou tentando fazer a minha parte. Se você acompanhasse a caravana você perceberia a energia em cada evento que acontece, porque a caravana é um pouco para falar de esperança, para falar de conquistas e obviamente que tem uma pitada de bordoada no adversários.

    Realmente, hoje você não tem nenhuma instituição com credibilidade. Você não tem o poder judiciário, você não tem o congresso nacional, você não tem o poder executivo, os partidos políticos. Ou seja, aconteceu um fenômeno novo nas últimas pesquisas que mesmo com todos esses ataques acontecendo em cima de mim eu estou crescendo. Segundo que o PT é o único partido que cresce, das pessoas que se manifestam politicamente 20% das pessoas acham que o PT é o melhor partido do Brasil . O PSDB e o PMDB praticamente não aparecem nas pesquisas e os outros não aparecem mesmo. Então, significa que o PT é o único partido nacional que tem vida. O PMDB não é um partido nacional, é um partido regional, é a tribo da Paraíba, Bahia, Pernambuco e o PT não, o PT é um partido nacional.

    Em Dezembro de 2014 eu disse para o PT ter cuidado porque existia uma tentativa de criminalizar o partido. Até entraram com um pedido para que o PT fosse tornado ilegal, e só existe um jeito de combater isso que é indo para a rua. Eu pedi para a direção do partido fazer um debate sobre a Lava Jato para explicar aos dirigente do PT o que é a Lava Jato, porque só pelo jornal você não compreende. Então, levamos uma série de advogados para poder debater e para podermos ir para as ruas energizar a sociedade

    Eu estou viajando para tentar levantar a moral do time. A única coisa que não pode acontecer nesse instante é a gente abaixar a cabeça. Por que há um desânimo? Porque quando você faz uma proposta que as pessoas percebem que ela não é possível de ser executada. Quando você faz uma greve que você perde e o dirigente sindical vai na assembleia e fala “ a luta continua”, o povo não acredita. A luta foi derrotada.

    Agora veja, a gente começou o “não vai ter golpe” – e teve golpe; começamos o Fora Temer e o Congresso Nacional concedeu o direito de terminar o mandato. Então, em vez da gente fica discutindo o que já passou, nós temos que construir qual é a proposta. O ideal seria que tivesse eleições diretas já, mas não teremos porque não temos força para fazer uma emenda constitucional aprovando. Então, o que precisamos fazer é organizar a sociedade para garantir que se tenha eleições em 2018, porque não está certo que teremos eleições em 2018.

    Se o objetivo de tudo o que vem acontecendo no Brasil é tentar evitar que eu me torne candidato não dá pra saber como vai ser 2018, temos que esperar o mês de março, abril do ano que vem.

    No médio prazo a gente tem que trabalhar para recuperar a possibilidade do Brasil voltar a crescer, gerar emprego e o Brasil voltar a ser respeitado no mundo, porque o Brasil tinha virado um protagonista internacional hoje o Brasil desmanchou por conta do Governo, da inabilidade do Governo e da baixa representatividade do Governo.

    A reforma política que está aí, não é uma reforma política. Tem gente querendo aprovar o parlamentarismo e eu acho que o parlamentarismo com esse Congresso que está aí não vai a lugar nenhum, um trabalhador nunca vai poder sonhar em ser Primeiro Ministro, porque é um parlamentarismo muito conservador. Querem aprovar um distritão em que o voto vale na pessoa, ou seja, se você tiver 10 milhões de votos é só você eleito e você não carrega ninguém junto com você. E o fundo partidário, que no fundo no fundo é o que as pessoas querem aprovar. E eu, quero dizer a você, sou favorável ao fundo partidário e não é de agora, é desde sempre porque é preciso tirar o poder econômico das campanhas políticas. Os empresários são contra, querem tirar o fundo partidário porque eles querem ser os financiadores das campanhas para ter uma bancada dentro do Congresso Nacional. Então, a forma mais honesta de se fazer uma campanha é você saber que o dinheiro vai ser público. Assim, os partidos assumem responsabilidades de prestar contas, tem fiscalização do que acontecer, o que aconteceu agora. É mais honesto deixar as coisas às claras.

    O que nós precisamos é de gente séria fazendo política, é de partido com cara pública fazendo política, o que nós precisamos é que as pessoas tenham um programa que seja compreendido pela sociedade.

    Falta gente com credibilidade para governar esse país. Quando esse país tiver alguém que tenha credibilidade as coisas começam a voltar a normalidade, se essa pessoa tiver o bom senso de começar a juntar as pessoas de bem desse país. Não importa que seja de direita ou que seja de esquerda, tem muita gente de bem. Tem muita gente que quer pensar o Brasil, tem muita gente que está cansado dessa briga, tem muita gente que está cansada dessa disputa que acaba trazendo prejuízo ao povo brasileiro.

    Acha que é possível reverter esse clima de ódio?

    Eu acho que é possível a gente consertar isso. Existe possibilidade de mudança. Um setor da classe média, em um primeiro momento, não suporta a ascensão dos mais pobres. Esse é um problema, os mais pobres frequentando lugares da cidade que antes eram frequentados apenas por uma parte da elite. Tem um tipo de gente que em um primeiro momento tem medo da ascensão dos mais pobres, o pessoal do andar de cima tem medo que o povo chegue lá em cima, mas eu acho que isso também é possível de se convencer a sociedade que quanto mais os pobres evoluírem mais os ricos vão evoluir também. Ele não será mais pobre porque o pobre está próximo dele, significa mais gente consumindo, trabalhando, essa é a ascensão natural da sociedade. Não precisa existir uma pessoa dormindo na sarjeta para eu pode ser da classe média. Outro problema é que existe uma parte da classe média brasileira, com peso muito grande na política, que não ganha como patrão, sabe que é empregado mas ela quer ter os mesmo costumes do patrão, coisa incompatível com o próprio salário.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/314090/Lula-serei-forte-como-candidato-libertado-preso-vivo-ou-morto.htm