Segundo o movimento, as duas pessoas que morreram são os trabalhadores rurais Vilmar Bordim, de 44 anos, e Leomar Bhorbak, de 25 anos. Bordim era casado e pai de três filhos. A mulher de Bhorbak está grávida de nove meses. Ambos eram do Acampamento Dom Tomás Balduíno, localizado em terreno desapropriado pela Justiça Federal que pertencia à empresa de celulose Araupel.
A nota divulgada pelo MST reforça a versão de que o grupo com mais de 20 integrantes sofreu uma emboscada. O movimento relata que os camponeses circulavam com caminhonetes e motocicletas pelo terreno quando foram surpreendidos por policiais militares e seguranças da Araupel. Os PMs e seguranças teriam disparado contra os veículos onde estavam os integrantes do MST, que tentaram fugir pela mata.
O movimento ressaltou que os dois mortos e os sete feridos foram baleados pelas costas. Segundo o MST, isso comprovaria que eles estavam em fuga, e não em confronto. A nota ainda destaca que os policiais teriam isolado a área por mais de duas horas para remover as evidências do ocorrido, bem como os corpos das vítimas sem a presença do Instituto Médico-Legal (IML).
A nota divulgada ontem (7) pela Polícia Militar do Paraná relata uma versão diferente da do MST. Segundo a corporação, os policiais estavam em ação de combate a um incêndio quando sofreram uma emboscada organizada por integrantes do movimento. A PM confirmou a morte de dois camponeses e afirmou ter apreendido duas armas de fogo durante o ocorrido.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que o secretário Wagner Mesquita deve se pronunciar sobre o assunto em entrevista coletiva nesta tarde. A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que deve publicar uma nota sobre o caso nas próximas horas.
Estado de saúde das vítimas
Cinco dos camponeses feridos receberam alta do hospital de Quedas ainda na noite de ontem. Os outros dois sofreram ferimentos graves e estão internados no município de Cascavel, a cerca de 120 quilômetros dali. Um deles teve fratura no fêmur, e o outro foi baleado na cintura. O estado de saúde de ambos é estável.
A cidade de Quedas do Iguaçu amanheceu hoje com reforço no policiamento. A PM realizou um bloqueio rodoviário para limitar o acesso à região onde fica o acampamento do MST. O movimento negocia com a corporação para que a rodovia seja liberada, de modo a permitir que os parentes das vítimas possam participar dos velórios.
A Polícia Civil fez perícias no acampamento e entrevistou dois integrantes do MST para apurar os fatos.
http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/224763/MST-cobra-punição-imediata-de-PMs-que-mataram-camponeses-no-Paraná.htm
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